Saúde
Passos vacina cerca de 900 idosos
Por Valéria Faleiros
Para o gmaisbrazil.com.br
O município de Passos vacinou nesta terça-feira (23/03) aproximadamente 900 idosos contra a Covid-19 adotando o sistema de drive-thru. Hoje o departamento de Vigilância Epidemiológica iniciou mais uma etapa da vacinação contra o novo coronavírus atendendo desta vez os idosos na faixa etária 73 anos ou mais.
A imunização foi realizada na unidade do Programa de Saúde da Família (PSF) do bairro Planalto, que fica localizada na Avenida Brasília. Centenas de veículos passaram pelo local transportando os idosos para a vacinação que aconteceu das 8h às 16h desta terça-feira.
Conforme a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Paula Fabiana Tavares Freitas Santos, a vacinação transcorreu de forma tranquila, satisfatória, sem nenhuma intercorrência grave, atendendo todos os protocolos de segurança e às expectativas do município.
Cerca de 30 profissionais da Atenção Primária e da Epidemiologia trabalharam na vacinação, entre eles, enfermeiras, técnicos de enfermagem e acadêmicos. Uma grande fila de carros se formou nas imediações do PSF Planalto com muitos idosos e seus familiares aguardando ansiosos pela imunização. O tempo de espera, segundo a coordenação, foi de em média três horas.
Justamente esse aguardo de horas pela vacina foi o que levou uma parcela de passenses às redes sociais para criticar essa nova estratégia de vacinação adotada pelo município de Passos, uma vez que o drive-thru ocasionou uma grande fila de veículos nas imediações do PSF Planalto, além de ter feito idosos esperarem por várias horas dentro do carro num dia de muito sol e calor.
Quanto a logística escolhida, Paula argumentou que a vacinação ocorreu dentro do seu prazo normal. A demora não seria decorrente do sistema drive-thru, mas da própria triagem que a vacinação contra a Covid-19 exige. “A vacina é nominal, temos que coletar muitos dados como, por exemplo, o nome da pessoa, endereço, CPF, para lançar no sistema. Além disso, a vacina é sempre uma conquista para os idosos, então os familiares querem tirar fotos, acompanhar de pertinho a vacinação, tudo isso leva mais tempo”, explicou.
Outra questão relacionada ao tempo de espera é o fato do município ter buscado neste primeiro dia da nova etapa da vacinação contra a Covid-19, o alcance de um número maior de imunizados. Segundo a Vigilância Epidemiológica, o drive-thru foi importante justamente para adiantar a vacinação nesta faixa etária e, assim, se evitar uma aglomeração de pessoas nas salas de vacinas a partir desta quarta-feira (24/02).
Os idosos que não foram vacinados nesta terça, e que se enquadram no público alvo, podem procurar a sala de vacina mais próxima de suas residências para receberem a dose no decorrer desta semana. Veja quais os horários de atendimento no quadro.
Sonia Cristina Barbosa Tomé levou a mãe, Maria Geni Barbosa, de 75 anos, para tomar a primeira dose da vacina. Elas chegaram ao local às 7h15 e se depararam com muitos veículos na fila. Foram quase quatro horas de espera dentro do carro, aguardando a vez. A filha contou que mesmo com a demora, valeu a pena esperar.
“Tinha muita gente, muitos carros, todos muito ansiosos para vacinar. Foi demorado sim, mas penso que valeu a pena, saímos de lá mais aliviadas. Agora é aguardar a segunda dose da vacina programada para o dia 20 de abril”, declarou Sônia.
No momento da vacinação, a equipe da saúde conferiu o cartão de vacina, comprovante de endereço e documento pessoal de Maria Geni. “A vacinadora fez questão de mostrar o líquido na seringa, a aplicação, tudo certinho. Achei tudo muito organizado. Em relação à demora, penso que se eles dividirem o público alvo por mês de aniversário conseguiremos uma vacinação mais rápida”, completou.
Sobre os questionamentos também nas redes sociais de que pessoas de outras cidades estavam na fila para receber a imunização em Passos, a coordenadora da Vigilância Epidemiológica afirmou que todo o trabalho de conferência de endereço e identidade foi feito com muita atenção. “Tivemos apenas um registro de pessoa de outra cidade que tentou receber a dose, mas que ao passar pela triagem foi barrada.”
A secretária municipal de Saúde, Priscila Soares Corrêa Faria, também comentou o resultado da vacinação desta terça-feira e fez questão de esclarecer que a partir de agora a tendência é de que a imunização demande de um tempo de espera maior por parte do público, justamente porque o número de pessoas atendidas será maior conforme a faixa etária vai diminuindo.
“Eu posso mobilizar todos os profissionais de saúde que mesmo assim vamos ter filas na hora de vacinar. A população tem que entender que não tem como evitar isso, até porque eu não posso paralisar todo um serviço de saúde pois as outras doenças também estão acontecendo”, explicou Priscila pedindo a compreensão de todos.
A secretária cobrou também consciência por parte dos moradores de cidades vizinhas dizendo que cada município recebe uma quantidade de vacinas de acordo com a sua população residente. “Se outras pessoas vêm vacinar aqui mostrando comprovante de endereço de Passos, elas estão tomando o lugar de um morador daqui”, falou Priscila completando que a equipe de Vigilância Epidemiológica tem feito a triagem com muita atenção para evitar esse tipo de irregularidade, e que no drive-thru contou com o apoio da Polícia Militar para a verificação se as placas dos veículos eram de Passos.
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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