Minas Gerais

Emissão de documentos pessoais auxilia no acesso à cidadania de detentos e jovens acautelados

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Sejusp / Divulgação (mais fotos: clique aqui)

CPF, RG, carteira de trabalho, certidão de nascimento e título de eleitor são exemplos de documentos básicos que garantem acesso à cidadania. Mas, na contramão dessa necessidade, muitos detentos e adolescentes em conflito com a lei chegam para o cumprimento de suas sentenças nas unidades prisionais ou socioeducativas administradas pela Secretaria de Estado Justiça e Segurança Pública (Sejusp), sem seus registros civis, seja porque perderam ou ainda não tiveram acesso.

Garantir o direito fundamental à documentação civil de uma pessoa privada de liberdade também significa possibilitar o acesso a esses espaços, gerando oportunidade de ressocialização.   

Diante dessa realidade, o trabalho dos assistentes sociais nas unidades é importante para intervir na garantia da expedição de documentos, que são imprescindíveis para o retorno ao ambiente escolar, a inclusão em um curso de profissionalização, um pleito para uma vaga de trabalho, acesso à rede de saúde, dentre outras necessidades da vida cotidiana.

Parceria

Com o objetivo de promoção da cidadania, em 2021, somente o Departamento Penitenciário Minas Gerais (Depen-MG) emitiu 20.596 documentos pessoais básicos (CPF, RG, certidão de casamento e de nascimento). Neste ano, foram mais de 2.377 registros emitidos na somatória dos meses de janeiro e fevereiro, representando um aumento de 29% em comparação ao mesmo período do ano passado, que foi de 1.839 registros.  

Para viabilizar e agilizar a produção dos documentos, o diretor de Saúde e Psicossocial do Depen-MG, Jouber Gabriel, conta que a diretoria tem parceria com a Receita Federal na confecção do CPF e está em processo de finalização do termo de cooperação técnica com a Polícia Civil, para emissão de documentos de identidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Uma iniciativa pioneira que facilitará e dará celeridade ao processo de viabilização do documento. 

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“Com a aplicação do termo com a Polícia Civil, passaremos a fazer as ações de confecção do RG em um posto avançado de identificação, criado dentro da Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves”, revela Jouber.   

A diretoria também retomou novas mediações junto à Associação dos Registradores de Pessoas Naturais-ARPEN, para firmar convênio de emissão de Certidões de Nascimento e Casamento das pessoas presas.  

Alice Nery, superintendente de Humanização do Atendimento do Depen-MG, acredita que “a documentação civil básica é um instrumento garantidor do exercício da cidadania, sendo de suma importância para o processo de ressocialização da pessoa privada de liberdade, uma vez que permite que a pessoa tenha acesso a diversos serviços e programas públicos existentes, como a saúde, educação, previdência social, trabalho e renda”.  

Identidade jovem  

Tendo atuado em três unidades prisionais do estado como diretora de atendimento e assistente social, Adriana Cardoso conhece de perto a importância desses documentos para os detentos. E hoje, com seis anos de exercício na Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase), a assistente social, que atualmente integra a equipe multidisciplinar de técnicos do Centro Socioeducativo Santa Terezinha, compartilha que “a necessidade dos registros para os jovens acautelados é igualmente relevante”.   

Augusto*, que cumpre medida de internação no Centro Socioeducativo Santa Terezinha, fará 18 anos em setembro e está inserido na próxima turma de capacitação profissionalizante do projeto Jovens Profissionais do Futuro (JPF), desenvolvido graças a uma parceria da Suase com a Rede Cidadã. Quando finalizar o curso, a equipe pretende incluir o adolescente, que busca sua primeira experiência no mercado formal de trabalho, no Programa de Incentivo à Aprendizagem de Minas Gerais – Descubra!, para auxiliá-lo na conquista do primeiro emprego. Nada disso seria possível se Augusto* não tivesse os seus documentos pessoais básicos. Entretanto, foi assim, sem nenhum deles, que ele chegou à unidade.  

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Desde o início da internação, a equipe ajudou o jovem a ter acesso ao seu CPF, RG, Certidão de Nascimento, Carteira de Trabalho e, como este ano ele passa a ter a obrigatoriedade do voto, também irá tirar o título de eleitor, além do Certificado de Reservista, que passa a ser exigido depois dos 18. “A documentação facilita a minha vida, em tudo: emprego, escola e profissionalização”, compartilha Augusto*, que sonha ser engenheiro mecânico.  

A superintendente de Atendimento ao Adolescente da Suase, Erika Vinhal, acredita que “muito mais do que um documento, o registro civil é o fio condutor para operacionalizar o direito fundamental de ser reconhecido como cidadão perante o Estado. A partir daí, no sistema socioeducativo, o adolescente tem maior facilidade para inserção nos eixos de trabalho, especialmente a formação profissional, com a devida certificação, e possível encaminhamento para o mercado”.  

Cynthia Águido, diretora de Orientação Socioeducativa da Suase, também destaca o importante trabalho que as equipes das unidades realizam junto aos jovens para que eles compreendam a importância da documentação civil e para o quê ela é necessária no dia a dia. “Não é raro recebermos adolescentes que nunca viram sua certidão de nascimento, que não têm RG e não sentem falta, porque não sabem para que servem. Então, garantir a documentação civil é, também, um processo pedagógico de exercício da cidadania”, conta a diretora.  

*Os nomes são fictícios para preservar a identidade dos adolescentes, segundo determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

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GERAL

José Santana, presidente de honra do PL, alerta: “A violência no Rio é um retrato do Brasil”

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O presidente de honra do Partido Liberal (PL), José Santana de Vasconcelos, um dos nomes mais experientes da política mineira e com dez mandatos em sua trajetória, se manifestou sobre a crise de violência que o Rio de Janeiro enfrenta. Em conversa recente com um amigo jornalista, Santana revelou profunda preocupação com a escalada da criminalidade e afirmou que o problema ultrapassa as fronteiras do estado.

“A violência no Rio é uma violência nacional. Não dá para separar o Rio do restante do Brasil”, declarou o deputado, ressaltando que a insegurança é hoje um dos maiores desafios do país.

Para José Santana, a discussão sobre segurança pública deve estar acima de ideologias políticas.

“Independentemente de votar à direita ou à esquerda, todo cidadão de bem quer viver em paz. A segurança é uma convergência nacional”, afirmou.

Modelos de referência: Goiás e Santa Catarina

O parlamentar destacou que alguns estados brasileiros têm mostrado caminhos possíveis, citando como exemplo Goiás, sob a liderança do governador Ronaldo Caiado, e Santa Catarina, ambos reconhecidos por resultados expressivos na redução da criminalidade e gestões eficientes nas forças de segurança.

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Segundo Santana, as experiências desses estados mostram que é possível enfrentar o crime com planejamento, investimento em inteligência e valorização dos profissionais da segurança pública.

Crítica ao governo federal e à inversão de valores

José Santana também fez um duro questionamento às recentes declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que traficantes seriam “vítimas de usuários”.

“É um absurdo. Nós precisamos de bom senso e equilíbrio. O Brasil não pode continuar sendo enganado com narrativas que invertem valores. Cidadãos de bem estão morrendo, enquanto o Estado é manipulado por discursos que protegem criminosos”, criticou o presidente de honra do PL.

Santana reforçou que a grande maioria dos policiais é formada por homens e mulheres honestos, que colocam a vida em risco todos os dias, e que não se pode permitir que “minorias criminosas” dentro das corporações manchem a imagem da categoria.

Confiança no PL e esperança de mudança

O líder mineiro disse estar confiante na força do PL para 2026, elogiando a condução do partido em âmbito nacional e estadual.

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“O PL hoje tem um dos homens mais sérios e que cumpre 100% da sua palavra, que é o Valdemar da Costa Neto. Ele vem conduzindo o partido com firmeza e responsabilidade em todo o país”, afirmou.

José Santana também reconheceu o trabalho do deputado federal Domingos Sávio, presidente estadual do PL em Minas Gerais, pela forma como vem conduzindo o partido e defendendo valores de ordem, respeito e justiça social.

Encerrando sua fala, o experiente parlamentar deixou uma mensagem de esperança:

“O Brasil precisa reencontrar o caminho da paz e da autoridade. Segurança pública é dever do Estado e direito do cidadão. Que em 2026 possamos mudar essa história, com coragem, equilíbrio e amor ao nosso país.”

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