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Minas Gerais

Primeiro sistema de dessalinização de água é inaugurado em Minas 

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Água doce de qualidade e pronta para o consumo. Esse é o novo cenário dos moradores do distrito de Cristino, em Mato Verde, no Norte de Minas Gerais, onde foi inaugurado, nessa terça-feira (21/6), o primeiro sistema de dessalinização de água, envolvendo a recuperação de poços e construção de estações para execução da retirada do sal. A ação faz parte do Programa Água Doce (PAD), e foi desenvolvida por meio de parceria conveniada entre os governos federal e estadual.

Matheus Adler

A obra em Cristino durou aproximadamente dois meses. Apesar da inauguração oficial na terça-feira, os moradores da região já contam com o sistema de dessalinização desde o início do mês. Mais de 150 famílias residentes no distrito são atendidas pela tecnologia implantada.

Os moradores de Cristino fazem parte das 28 mil pessoas no semiárido de Minas Gerais que serão beneficiadas pelo programa. Até o fim de 2022 a expectativa é de que o programa chegue a 69 comunidades. Ao todo, 26 municípios receberão o sistema de dessalinização da água.

Em breve, outro município do Norte de Minas também passará a contar com o sistema de dessalinização. Isso porque as obras na cidade de Pai Pedro estão em estágio avançado nas comunidades de Lagoa dos Crentes, Pedra Branca e Mirantes.

Solenidade

Uma solenidade foi realizada no local da primeira obra concluída e contou com a presença de representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad)Defesa Civil de Minas GeraisInstituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), além da prefeitura de Mato Verde, entre outros órgãos e administrações públicas.

A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, destacou que está seguindo a orientação do governador Romeu Zema de resolver passivos, citando o exemplo do próprio convênio do PAD, que foi assinado em 2012 e só teve continuidade em 2019, com o início da atual gestão estadual. Marília frisou que a instalação do novo sistema propicia maior qualidade de vida à população do semiárido mineiro.

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“Sabemos o quão difícil é ter acesso à água nessa região, sabemos quantas mães deixam os filhos nas casas para buscar água longe para dar-lhes o que beberem. Muitas vezes água sem garantia de qualidade, que gera diarreia nas crianças e mortalidade infantil. É essa realidade que buscamos mudar com os programas do governo de Minas. Água é vida, é saúde e é dignidade”, disse a secretária.

O coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente coronel Sandro Corrêa, enfatizou que a conclusão do projeto em Cristino é uma conquista de toda a população local que utilizará o serviço. “Cada um dos senhores munícipes se sente dono do que está aqui, isso é muito importante para a manutenção dessa conquista. O projeto traz saúde e dignidade às pessoas. Isso é o mais importante”, afirmou.

O prefeito de Mato Verde, Pedro Henrique Horta Freitas, lembrou que o distrito de Cristino sofre por causa da dificuldade hídrica e que a entrega representa maior qualidade de vida à população. “Essa entrega não é apenas água que trazemos para esse distrito. Trazemos saúde e vida. Água é fundamental para a vida”.

Moradora de Cristino, Maria Aparecida da Silva Cardoso falou em nome da comunidade e não escondeu a alegria ao citar o PAD em seu discurso. “Só temos que agradecer a todos que se empenharam neste maravilhoso programa que beneficiou a nossa comunidade”.

Processo de dessalinização

O sistema de dessalinização implantado pelo PAD é um dos mais eficazes para a remoção de sal da água. O método envolve a utilização do processo de osmose inversa, no qual membranas semipermeáveis, que funcionam como um filtro, retiram da água salobra ou salina a quantidade de sais imprópria para consumo humano, produzindo dois efluentes, o permeado (água dessalinizada) e o concentrado. Cada sistema pode produzir até 14.400 litros de água dessalinizada por dia.

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Por meio desta tecnologia, as estações implantadas nas comunidades vão permitir o tratamento da água nas regiões, tornando-as de qualidade e aptas para o consumo humano, considerando os aspectos sociais, ambientais e técnicos. Exemplos: comunidades com baixos índices de IDH e pluviometria, com índice de mortalidade infantil preocupante e com pouca — ou nenhuma — opção de acesso à água, tampouco potável.

Para a primeira etapa do programa, a Semad formalizou, em agosto de 2020, a contratação de diagnósticos socioambientais em comunidades mineiras com vistas à aplicação da metodologia PAD.

Na segunda etapa entram os chamados testes de vazão em poços tubulares das comunidades beneficiadas. Nesse processo, é feita a análise físico-química e bacteriológica das águas dos poços, envolvendo a avaliação de mais de 50 substâncias contidas na água.

A fase final do projeto contempla o monitoramento e manutenção das estações, com visitas técnicas realizadas periodicamente.

O programa

Coordenado pela Semad, por meio da Subsecretaria de Gestão Ambiental e Saneamento (Suges), e pela Defesa Civil, o Programa Água Doce é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), do governo federal, e visa a implementação de tecnologias alternativas para atender, prioritariamente, as populações de baixa renda do semiárido brasileiro, tendo em vista que cerca de 70% dos poços da região semiárida do Brasil apresentam águas salobras ou salinas, e a água subterrânea, muitas vezes, é a única fonte disponível para as comunidades.

Para execução do programa em Minas Gerais, o Estado firmou convênio com a União em 2012, mas somente em 2020, o programa saiu do papel. O PAD conta com investimento no R$ 25.354.231,27 sendo R$ 15.449.809,80 provenientes do MDR, e R$ 9.904.421,47 disponibilizados pelo Governo de Minas. No fim do ano de 2021 foi aprovado pelo atual governo o aumento do valor de contrapartida do Estado, passando de R$ 1.544.980,97 para R$ 9.904.421,47, garantindo a execução das obras.

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Descobrindo Ouro Preto: História, Cultura, Gastronomia e Cautela

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Visitar Ouro Preto, no coração da mineiridade, é viajar no tempo. Fundada em 1711, essa joia do barroco brasileiro preserva a rica história da mineração (o ciclo do ouro no país), o encanto da literatura, foi nestas terras que Tomás Antônio Gonzaga viveu seu grande amor com Marília de Dirceu, inspirando uma das obras mais marcantes da literatura mundial, a genialidade de mestres como, Antônio Francisco Lisboa; o Aleijadinho, um dos maiores mestres da arte barroca no Brasil e claro, Tiradentes, uma figura central na história do Brasil, que tem uma forte conexão com Ouro Preto, antiga Vila Rica, que foi o cenário principal da Inconfidência Mineira, movimento de resistência à exploração colonial portuguesa.

Além disso Ouro Preto respira arte e festas. A cidade comemorou no último dia 18 de novemebro o aniversário de 210 anos de Aleijadinho, um evento que celebrou a arte, a cultura e a história da cidade. Durante uma visita na cidade, a nossa equipe conversou com o Ouro-pretano, Mauro Francisco de Souza Silva, conhecido por Mauro Amorim que é o organizador da 45ª  Semana do Aleijadinho 2024 e Coordenador do CPP da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto.

confira o vídeo abaixo para saber mais sobre essa celebração que ressalta o legado de um dos maiores artistas do Brasil.

 

A riqueza cultural de Ouro Preto também pode ser vista nas galerias e exposições. Visitamos uma mostra de desenhos de um renomado artista local, falecido aos 94 anos; José Pio Monte.

“A Arte de JPio” é uma exposição, retrospectiva dos trabalhos artísticos e dos desenhos técnicos de Zé Pio e promove o resgate de peças industriais e a planificação de estruturas não mais existentes em Ouro Preto: o artista apresenta obras produzidas desde a década de 1970 nas técnicas óleo sobre tela, bico de pena, nanquim aguada, lápis e giz pastel. Na exposição que aconteceu na última semana desenhos em bico de pena despertaram ainda mais a paixão do público pelo artista. Durante a exposição, conversamos com o filho do artista, que compartilhou histórias emocionantes sobre o trabalho de seu pai e sua ligação com a cidade.

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confira o vídeo abaixo do engenheiro José Carvalho Monte, que ressalta o legado de seu pai, um dos maiores artistas do Brasil.

Outra experiência marcante foi a visita a uma mina histórica de extração de pedras preciosas e ouro. Apesar de sua beleza e riquezas naturais, Ouro Preto carrega em suas raízes uma história de exploração. Durante o auge do ciclo do ouro, milhares de pessoas ( inclusie crianças) foram escravizadas para trabalhar em condições insalubres, extraindo riquezas destinadas à Coroa Portuguesa. Essa herança de sofrimento contrasta com o esplendor de magia da cidade, que hoje se destaca como um dos maiores patrimônios históricos do Brasil. Para se ter uma ideia da crueldade, a expectativa de vida dentro das minas era inferior há 5 anos.

Com tanta história provavelmente deu água na boca e vontade de saborear essa cidade, e claro, Ouro Preto encanta também pelo paladar. A cidade oferece uma gastronomia rica e diversificada, com restaurantes que agradam a todos os gostos. Seja para um jantar romântico, um momento em família ou uma reunião entre amigos, os ambientes são aconchegantes e acolhedores. Além da tradicional e deliciosa comida mineira, há opções de culinária internacional que tornam a experiência ainda mais especial.

Com cerca de 74 mil habitantes, Ouro Preto une história, cultura e sabores únicos, sendo um destino que marca para sempre quem passa por lá. Fique atento para aproveitar sua viagem com responsabilidade e desfrute de tudo o que essa cidade extraordinária tem a oferecer e antes de pegar a estrada escoha sua pousada preferida e seja cauteloso na contratação de guias, nem tudo que se vê e ouve pode ser verdade, na dúvida: pesquise. Boa viagem!

 

 

Saiba Mais sobre Tiradentes

Conexão de Tiradentes com Ouro Preto

• Inconfidência Mineira: Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, era um dos líderes do movimento que buscava a independência de Minas Gerais e a autonomia do Brasil em relação a Portugal. Ouro Preto, como capital da capitania, era o centro das discussões e conspirações da Inconfidência.
• Prisão de Tiradentes: Embora tenha sido capturado no Rio de Janeiro, muitas das articulações da Inconfidência aconteceram em Ouro Preto, onde residiam vários inconfidentes.

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Pontos Históricos Relacionados

1. Casa dos Contos: Era usada como casa de fundição e prisão temporária de alguns inconfidentes. Hoje é um museu que retrata a história da economia brasileira no período colonial.
2. Museu da Inconfidência: Localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia, guarda documentos, objetos e memórias dos inconfidentes, incluindo homenagens a Tiradentes.
3. Igreja de São Francisco de Assis: Essa igreja barroca é uma das obras-primas de Aleijadinho e representa a riqueza e a religiosidade da época, contextos que influenciaram os movimentos sociais.

Legado de Tiradentes

Tiradentes é considerado um mártir da independência brasileira. Sua memória é honrada em Ouro Preto por meio de eventos culturais, como a Semana da Inconfidência, realizada em abril, e pelo reconhecimento do seu papel como símbolo de liberdade.

A cidade, com sua arquitetura colonial preservada, oferece uma viagem no tempo, permitindo compreender melhor os ideais e o sacrifício de Tiradentes em um momento crucial da história do Brasil.

Museu da Inconfidência é um museu histórico e artístico que ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e mais quatro prédios auxiliares na cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. O museu é dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira e também oferece um rico painel da sociedade e cultura mineiras no período do ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII, incluindo obras de Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho. Localiza-se na praça Tiradentes, em frente ao monumento a Joaquim José da Silva Xavier, o mais famoso ativista da Inconfidência.

Chaves de Garangeot. Essa é uma técnica rudimentar muito peculiar para o época que poucos conheciam. Não só essa, mas existem diversos relatos de sua fama como dentista. A esquerda o relógio de Tiradentes.

Peças da forca utilizada para o suplício de Tiradentes

 

Minas onde eram praticadas a extração de pedras preciosas: O lugar é uma verdadeira volta ao passado, quando o comércio de Ouro Preto, entre os séculos XVIII e XX, era voltado para a busca de metais e pedras preciosas. A visita à Mina da Passagem se difere das demais por ser uma mina industrial.

Não há informações sobre uma pintura de Tomás Antônio Gonzaga e Marília de Dirceu exposta na Casa do Ouvidor em Ouro Preto, mas aqui estão algumas informações sobre o poeta e a obra Marília de Dirceu:
Tomás Antônio Gonzaga foi um poeta que escreveu Marília de Dirceu, uma obra que conta a história do amor idealizado entre Dirceu e Marília.

A construção do século XVII abrigou a Ouvidoria de Vila Rica e foi residência do poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga quando este exerceu o cargo de ouvidor-geral, de 1782 a 1788. Tomás Antônio Gonzaga, o Dirceu de Marília, expressão máxima do arcadismo brasileiro, é autor das Cartas Chilenas, poema satírico em forma de cartas. A casa de Gonzaga é um dos locais onde, provavelmente, se reuniam os inconfidentes, que planejavam a separação de Minas Gerais da Coroa Portuguesa e a criação de uma república. Tomás Antônio Gonzaga foi preso em 23 de Maio de 1789 e degradado para Moçambique onde advogou e foi juiz da Alfândega de Moçambique. Faleceu em 1810.

A Igreja de São Francisco de Assis é a igreja que pode ser vista da janela da casa de Tomás Antônio Gonzaga em Ouro Preto, Minas Gerais.

Chaves de Garangeot. Essa é uma técnica rudimentar muito peculiar para o época que poucos conheciam. Não só essa, mas existem diversos relatos de sua fama como dentista. A esquerda o relógio de Tiradentes.

“Esta é a prensa utilizada em atividades topográficas, peça central da imprensa periódica de Ouro Preto. A história começou com o Copilador Mineiro, em 1823, e mais de 80 jornais foram publicados até 1889, com periodicidade irregular. Esses jornais marcaram uma era decisiva para o debate de ideias, abordando temas que iam das questões nacionais às provincianas. Conservadores, liberais, monarquistas, republicanos, abolicionistas e escravocratas se enfrentavam nas páginas, moldando a política e a literatura que ecoam até hoje.”

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