Minas Gerais
Registro amplia negócios de queijaria na Serra da Canastra
Do leite produzido na fazenda até o estabelecimento em que o queijo é maturado, as boas práticas agropecuárias significam oferta de um produto seguro para o consumo da população e mais competitividade no mercado. Os queijeiros de Minas levam o queijo para todo o Brasil, projetam o patrimônio cultural da iguaria, ampliam seus negócios e aperfeiçoam a produção aliada à regulamentação, atraindo possibilidades e investimentos.
Para a mestre queijeira Larissa Goulart, de Pium-í, região Oeste do estado, que regularizou seu estabelecimento no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), respeitar as normas sanitárias é considerar o registro como o ponto de partida para multiplicar as vendas e ganhar o mundo. Além disso, a sua marca Barão da Canastra vem conquistando prêmios nacionais e internacionais, o que significa respeito pela tradição do modo de fazer o queijo.
“Minha família vem de quatro gerações mexendo com leite e queijo. As primeiras receitas foram da minha bisavó. Já o meu pai sempre produziu queijo, mas não do tipo canastra, então, resolvemos reiniciar a jornada. Durante a pandemia, surgiu a ideia de a gente fazer o queijo canastra, após um passeio turístico na Serra, com um sentimento de voltarmos às nossas origens. Começamos com a nossa queijaria há apenas dois anos, submetendo o gado a diversos exames e às adequações de infraestrutura no estabelecimento”, conta Larissa.
Segundo a queijeira, o ponto de partida para a certificação do registro foi mais fácil do que diziam. “Muitos disseram que seria um processo difícil, mas não foi. A gente brinca que os produtores têm medo dos fiscais do IMA, mas eu não tenho, pois as visitas técnicas vieram para somar, e os profissionais realizam todo o acompanhamento. Gostei muito da experiência durante o processo, pois tudo que nos é solicitado é sinônimo de relevância e enriquecimento para o meu trabalho”, disse a queijeira.
Na reforma, houve implantação de um fluxograma para a entrada de leite e saída do queijo e reorganização das salas de produção e maturação, favorecendo a higiene do ambiente e a matéria-prima. A queijeira estruturou o estabelecimento atendendo às normas do IMA. Ela acreditou no produto e teve em mente o objetivo de alçar novos voos.
Com menos burocracia e informações acessíveis, Larissa ainda foi motivada pelo IMA durante todo o percurso para a conquista do selo, um grande incentivo para dar continuidade às atividades e motivar outros produtores da região a buscar o registro. “Nossa queijeira é pequena, e hoje temos um projeto de expansão. O IMA foi muito importante porque a maioria de nossos consumidores não estão localizados aqui na nossa cidade. Nosso maior público está em Belo Horizonte e São Paulo, onde comercializamos os produtos nos respetivos mercados centrais. A procura pelo nosso queijo está sendo muito grande”, comemora.Hoje, a marca Barão da Canastra produz, em média, 80 quilos de queijos por mês, o que corresponde a 1,8 mil peças comercializadas.
Boas práticas agropecuárias
A conquista de uma certificação de registro tem início com as adequações das boas práticas agropecuárias na queijaria, que consistem em um conjunto de ações eficazes de manipulação, armazenagem e transporte de insumos, matérias-primas, utensílios e equipamentos. É também necessário o projeto das instalações físicas das áreas de processamento e de circulação, bem como treinamento de pessoal. Além disso, as boas práticas de fabricação envolvem o controle de operações dentro da agroindústria, tais como manutenções preventivas e rastreabilidade do produto.
Diretora técnica do IMA, Cristiane Santos explica que o processo envolve várias etapas, desde a aplicação de boas práticas agropecuárias, que incluem exames de brucelose e tuberculose em todo o rebanho, seguido de normas do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) até as boas práticas de fabricação por meio de registros auditáveis. “Dessa maneira, é possível produtos regulamentados e reconhecidos como tipicamente artesanais pelas características de identidade, qualidades específicas e processo produtivo, conforme regulamentação oficial”, acrescenta a diretora-técnica.
Tradição
Larissa Goulart conta que o queijo canastra carrega uma tradição muito forte de várias famílias que lutam pela a permanência do modo de fazer a iguaria. “Fazemos o legítimo queijo canastra, digo ‘legítimo’ porque muitos queijos têm o nome de queijo canastra, mas não são queijo canastra. Tem toda uma história atrás dessa iguaria e me sinto muito honrada de fazê-lo, pois acredito que as características dão um sabor especial. Além de ser um produto alimentício, tem todo um simbolismo por trás dele. Tenho muito honra de produzir e respeitar a tradição do queijo canastra. Que se perpetue por várias gerações”, afirma.
Fonte de renda para diversas famílias rurais, o Queijo Minas Artesanal é patrimônio cultural brasileiro e reconhecido internacionalmente. O estado possui uma das tradições queijeiras mais antigas do país, por influência da colonização portuguesa, com métodos de produção registrados desde o século XVIII e passados de geração em geração por diversas famílias.
É considerado Queijo Minas Artesanal os produtos feitos a partir de mão de obra familiar, contendo em sua massa leite cru produzido na fazenda. O modo artesanal da fabricação foi registrado como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Fonte: Agência Minas
Brasil e Mundo
Descobrindo Ouro Preto: História, Cultura, Gastronomia e Cautela
Visitar Ouro Preto, no coração da mineiridade, é viajar no tempo. Fundada em 1711, essa joia do barroco brasileiro preserva a rica história da mineração (o ciclo do ouro no país), o encanto da literatura, foi nestas terras que Tomás Antônio Gonzaga viveu seu grande amor com Marília de Dirceu, inspirando uma das obras mais marcantes da literatura mundial, a genialidade de mestres como, Antônio Francisco Lisboa; o Aleijadinho, um dos maiores mestres da arte barroca no Brasil e claro, Tiradentes, uma figura central na história do Brasil, que tem uma forte conexão com Ouro Preto, antiga Vila Rica, que foi o cenário principal da Inconfidência Mineira, movimento de resistência à exploração colonial portuguesa.
Além disso Ouro Preto respira arte e festas. A cidade comemorou no último dia 18 de novemebro o aniversário de 210 anos de Aleijadinho, um evento que celebrou a arte, a cultura e a história da cidade. Durante uma visita na cidade, a nossa equipe conversou com o Ouro-pretano, Mauro Francisco de Souza Silva, conhecido por Mauro Amorim que é o organizador da 45ª Semana do Aleijadinho 2024 e Coordenador do CPP da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto.
— confira o vídeo abaixo para saber mais sobre essa celebração que ressalta o legado de um dos maiores artistas do Brasil.
A riqueza cultural de Ouro Preto também pode ser vista nas galerias e exposições. Visitamos uma mostra de desenhos de um renomado artista local, falecido aos 94 anos; José Pio Monte.
“A Arte de JPio” é uma exposição, retrospectiva dos trabalhos artísticos e dos desenhos técnicos de Zé Pio e promove o resgate de peças industriais e a planificação de estruturas não mais existentes em Ouro Preto: o artista apresenta obras produzidas desde a década de 1970 nas técnicas óleo sobre tela, bico de pena, nanquim aguada, lápis e giz pastel. Na exposição que aconteceu na última semana desenhos em bico de pena despertaram ainda mais a paixão do público pelo artista. Durante a exposição, conversamos com o filho do artista, que compartilhou histórias emocionantes sobre o trabalho de seu pai e sua ligação com a cidade.
— confira o vídeo abaixo do engenheiro José Carvalho Monte, que ressalta o legado de seu pai, um dos maiores artistas do Brasil.
Outra experiência marcante foi a visita a uma mina histórica de extração de pedras preciosas e ouro. Apesar de sua beleza e riquezas naturais, Ouro Preto carrega em suas raízes uma história de exploração. Durante o auge do ciclo do ouro, milhares de pessoas ( inclusie crianças) foram escravizadas para trabalhar em condições insalubres, extraindo riquezas destinadas à Coroa Portuguesa. Essa herança de sofrimento contrasta com o esplendor de magia da cidade, que hoje se destaca como um dos maiores patrimônios históricos do Brasil. Para se ter uma ideia da crueldade, a expectativa de vida dentro das minas era inferior há 5 anos.
Com tanta história provavelmente deu água na boca e vontade de saborear essa cidade, e claro, Ouro Preto encanta também pelo paladar. A cidade oferece uma gastronomia rica e diversificada, com restaurantes que agradam a todos os gostos. Seja para um jantar romântico, um momento em família ou uma reunião entre amigos, os ambientes são aconchegantes e acolhedores. Além da tradicional e deliciosa comida mineira, há opções de culinária internacional que tornam a experiência ainda mais especial.
Com cerca de 74 mil habitantes, Ouro Preto une história, cultura e sabores únicos, sendo um destino que marca para sempre quem passa por lá. Fique atento para aproveitar sua viagem com responsabilidade e desfrute de tudo o que essa cidade extraordinária tem a oferecer e antes de pegar a estrada escoha sua pousada preferida e seja cauteloso na contratação de guias, nem tudo que se vê e ouve pode ser verdade, na dúvida: pesquise. Boa viagem!
Saiba Mais sobre Tiradentes
Conexão de Tiradentes com Ouro Preto
• Inconfidência Mineira: Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, era um dos líderes do movimento que buscava a independência de Minas Gerais e a autonomia do Brasil em relação a Portugal. Ouro Preto, como capital da capitania, era o centro das discussões e conspirações da Inconfidência.
• Prisão de Tiradentes: Embora tenha sido capturado no Rio de Janeiro, muitas das articulações da Inconfidência aconteceram em Ouro Preto, onde residiam vários inconfidentes.
Pontos Históricos Relacionados
1. Casa dos Contos: Era usada como casa de fundição e prisão temporária de alguns inconfidentes. Hoje é um museu que retrata a história da economia brasileira no período colonial.
2. Museu da Inconfidência: Localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia, guarda documentos, objetos e memórias dos inconfidentes, incluindo homenagens a Tiradentes.
3. Igreja de São Francisco de Assis: Essa igreja barroca é uma das obras-primas de Aleijadinho e representa a riqueza e a religiosidade da época, contextos que influenciaram os movimentos sociais.
Legado de Tiradentes
Tiradentes é considerado um mártir da independência brasileira. Sua memória é honrada em Ouro Preto por meio de eventos culturais, como a Semana da Inconfidência, realizada em abril, e pelo reconhecimento do seu papel como símbolo de liberdade.
A cidade, com sua arquitetura colonial preservada, oferece uma viagem no tempo, permitindo compreender melhor os ideais e o sacrifício de Tiradentes em um momento crucial da história do Brasil.
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