Saúde
7 erros na hora do banho que prejudicam a saúde
Após um dia cansativo, tomar banho pode ajudar a relaxar o corpo, aliviar o estresse e promover bem-estar. Além disso, esse ritual de higiene também é fundamental para eliminar germes e prevenir doenças. No entanto, essa atividade simples pode ser realizada de maneira incorreta e prejudicar a saúde do corpo. Veja abaixo os principais erros cometidos na hora do banho e saiba como evitá-los.
1. Utilizar a mesma esponja de banho
As buchas e esponjas de banho são itens comuns no chuveiro de grande parte das pessoas, que acreditam que o produto é benéfico para a pele, mas, na verdade, o efeito é o contrário. “O uso de esponjas de banho prejudica a saúde da pele , removendo o manto hidrolipídico que é uma proteção natural importante para manter o tecido hidratado”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Por causa disso, segundo a médica, o uso frequente das buchas pode tornar a pele mais ressecada e suscetível a alergias e infecções, “principalmente pelo fato de as esponjas serem um meio propício para proliferação de fungos e bactérias devido à umidade do banheiro”.
2. Escovar os dentes no banho
Escovar os dentes no banho é um hábito comum para a maioria das pessoas. O problema, como explica o Dr. Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista e doutor pela USP, é que, no banho, a escovação é realizada no piloto automático. “Isso faz com que as pessoas se acomodem e perpetuem imperfeições na técnica de escovação que podem prejudicar a limpeza e, consequentemente, a saúde oral”, alerta o especialista.
Realize a higiene bucal corretamente
Caso opte por realizar esse hábito no banho, é importante prestar bastante atenção no que está fazendo. “A escovação deve ser realizada dente a dente com movimentos circulares rápidos e sem força. A cabeça da escova deve ficar inclinada em um ângulo de aproximadamente 45º em relação à superfície dos dentes, com metade das cerdas posicionadas sobre a gengiva. É interessante que a escova possua um cabo oitavado e um design que favoreça a angulação correta […]”, explica o Dr. Hugo Lewgoy.
3. Usar o mesmo sabonete no corpo todo
Pensando que são produtos equivalentes, muitas pessoas utilizam os sabonetes corporais e faciais de forma intercambiável na hora do banho, o que pode trazer consequências para a saúde da pele. “A pele de diferentes regiões possui características e necessidades específicas. Por isso, o recomendado é que você tenha dois sabonetes diferentes: um para o corpo e outro para o rosto”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Efeitos negativos
De acordo com a médica, o pH do sabonete corporal não é compatível com a pele do rosto. “Logo, se utilizado nessa região, pode causar desidratação e, em seguida, efeito rebote. E o mesmo vale no caso contrário, já que, por ser mais suave, o sabonete facial pode não ser eficaz na remoção de sujidades e oleosidade do corpo”, acrescenta.
Sabonete para o rosto
No caso do rosto, é importante que o produto seja específico para seu tipo de pele. Por exemplo, peles oleosas e acneicas devem optar por produtos capazes de controlar a produção de oleosidade, enquanto para peles mais secas e sensíveis é recomendado o uso de um produto capaz de higienizar suavemente enquanto hidrata.
4. Higienizar a barba com xampu para cabelos
Um erro muito comum que os homens com barba cometem é utilizar xampus para cabelo para higienização da barba. “Usar xampu de cabelo para higienizar a barba pode promover o ressecamento da pele e dos fios, favorecendo a quebra e a coceira e prejudicando seu crescimento, além de também estimular a produção de oleosidade com consequente surgimento de caspa na região”, explica o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Por isso, é importante utilizar produtos específicos para a higienização da região da barba.
5. Esfoliar a pele em excesso
Segundo a Dra. Paola Pomerantzeff, o esfoliante tem como objetivo realizar uma higiene profunda e eficaz da pele, desobstruindo os poros e removendo células mortas, impurezas e excesso de oleosidade para torná-la limpa, suave e radiante.
“Além de promover uma renovação do tecido cutâneo com consequente melhora na textura, o uso de esfoliante facial semanal ou quinzenal ainda costuma contribuir para a prevenção e diminuição de cravos e espinhas”, diz a médica. O problema é que muitas pessoas abusam do esfoliante, e o uso exagerado também contribui para retirar a proteção natural da pele, ainda mais quando o produto é formulado com grânulos maiores.
6. Tomar banho com água quente
Além do uso inadequado dos produtos para higienização, outro erro comum que pode causar o ressecamento da pele na hora do banho tem relação com a temperatura da água. “Pode até ser prazeroso, mas o banho longo e quente tende a deixar sua pele ainda mais seca. Por isso, o banho deve ser curto e na temperatura certa, mais intermediária”, diz a Dra. Mônica Aribi, dermatologista, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e International Fellow da Academia Americana de Dermatologia.
Aplicação de produtos após o banho
De acordo com a especialista, após o banho, é indicada a aplicação de produtos para hidratar a pele. “Aproveite os minutos depois do banho, em que a pele ainda está mais receptiva, e aplique uma camada leve de óleo corporal, seguida por um creme ou loção para o corpo. Isso vai ajudar os hidratantes a penetrar”, ensina.
Técnicas de hidratação
Para ajudar a prevenir o problema do ressecamento, vale a pena também potencializar a hidratação pós-banho da pele com técnicas como o Moisture Sandwiching ou Sanduíche de Hidratação. “O sanduíche de hidratação consiste na aplicação de camadas de produtos na pele úmida para reter a umidade na pele, evitar a perda de água transepidérmica e melhorar a hidratação”, explica Ludmila Bonelli, cosmiatra, especialista em dermatocosmética e diretora científica da Be Belle.
“Para realizar o Moisture Sandwiching, basta aplicar um sérum e um hidratante em creme na pele úmida, o que faz com que os ingredientes dessas formulações retenham a água que está na superfície da pele e mantenham a pele hidratada por mais tempo. […] A água termal também pode ser aplicada, antes do sérum, em um processo de hidratação de três etapas, para fornecer alguns minerais importantes para a pele desidratada”, destaca Ludmila Bonelli.
7. Lavar os cabelos de forma errada
Os cabelos também merecem atenção na hora do banho. E mesmo um hábito tão simples quanto higienizar os fios pode ser prejudicial se não realizado da maneira correta. “É importante evitar o uso de temperaturas muito altas na hora de lavar os cabelos, pois a água quente pode remover excessivamente a oleosidade natural e a barreira protetora do couro cabeludo, assim favorecendo o ressecamento e coceira”, explica a Dra. Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Como aplicar o xampu nos cabelos
Segundo a médica, na hora de aplicar o xampu, é indicado concentrar-se no couro cabeludo. A espuma que escorre pelo comprimento dos fios é o suficiente para limpá-los, não há a necessidade de esfregá-los. “Aplicar o xampu diretamente nos fios também pode favorecer o ressecamento”, afirma.
Cuidado com o uso do condicionador
Também é necessário cuidado com o uso do condicionador. “O condicionador, por sua vez, não deve ser aplicado no couro cabeludo, apenas no comprimento do fio para auxiliar na reposição de lipídios, isto é, a gordura boa que o xampu removeu. Dessa forma, promovemos alinhamento dos fios e controle do frizz”.
Por Guilherme Zanette
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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