Minas Gerais
Epamig destaca pioneirismo em pesquisas sobre emissão e sequestro de carbono
Em virtude do início da 27ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP), que acontece no próximo dia 6/11, no Egito, pesquisadores fazem um balanço das pesquisas desenvolvidas na Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) envolvendo sequestro do carbono, um dos temas centrais a serem debatidos no evento internacional.
O sequestro de carbono é feito durante a fotossíntese das plantas e algas, que absorvem o gás carbônico (CO₂) da atmosfera para devolver oxigênio (O₂). Quanto maior a biodiversidade e as extensões de oceanos, matas e florestas naturais de um país, maior é o seu potencial de gerar créditos de carbono, que são excessos produzidos quando se cumpre as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, estabelecidos em acordos climáticos internacionais, podendo ser vendidos para outros países.
O pesquisador especialista em agrometeorologia, Williams Pinto Marques Ferreira, da Embrapa Café, aponta que o Brasil tem diante de si a oportunidade de assumir a dianteira na questão das reduções de emissões de carbono no cenário global.
“As esperanças se voltam para a COP-27 no sentido de que o tão sonhado mercado de carbono seja uma realidade com legislação internacional vigente, clara e objetiva. As pesquisas no Brasil envolvendo o sequestro de carbono acompanham as oscilações internacionais sobre o tema. Vários estudos foram realizados, porém não tiveram sequência, ainda que seus resultados externassem a necessidade disso. Porém, agora, com o mercado de carbono no foco da COP novamente, o Brasil ganha o papel de protagonista como o grande candidato com potencial de liderar o sequestro de carbono mundial”, ressalta Williams.
Segundo levantamento realizado pela Epamig em dezembro de 2021, existem mais de 50 projetos relacionados às mudanças climáticas em andamento nas Unidades Experimentais da Empresa. Apenas dentro do Programa Estadual de Pesquisa em Cafeicultura, foram identificados 21 projetos que envolviam temas como Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF); cultivares resistentes ou tolerantes à seca; mitigação do uso da água; redução da emissão de gases metano; convivência com o semi-árido; além do sequestro de carbono. Outro destaque é o Programa Estadual de Pesquisa em Bovinocultura, que conta com seis projetos ligados ao estudo da emissão de carbono.
A Epamig está envolvida com pesquisas sobre o resgate de carbono há mais de 20 anos. Um dos primeiros trabalhos a tratar do assunto foi o projeto “Caracterização, valoração e análise comparativa do sequestro de carbono na heveicultura: bases técnicas e científicas para o agronegócio e mercado de commodities ambientais”, coordenado pelo pesquisador da Epamig Sudeste, Antônio de Pádua Alvarenga, em conjunto com a pesquisadora da Embrapa, Ciríaca Ferreira do Carmo. Realizado entre os anos de 2004 e 2006, o projeto pioneiro da Epamig foi o primeiro no Brasil, e um dos primeiros no mundo, a analisar o potencial de sequestro de carbono da seringueira. Importante desdobramento do projeto foi o livro “Sequestro de carbono: quantificação em seringais de cultivo e na vegetação natural”, publicado em 2006, o primeiro sobre o assunto no país e referência na área até os dias atuais.
Segundo o pesquisador Antônio de Pádua, a pesquisa pioneira analisou o potencial de resgate de carbono das folhas, troncos, galhos, caules e raízes de nove seringueiras, no Campo Experimental do Vale do Piranga, em Oratórios (MG), e concluiu que a planta de origem brasileira possui alta capacidade de absorção do elemento químico.
“Observamos que realmente é uma cultura com potencial de resgate fantástico. Ao longo de uma vida útil de 15 anos, uma área com duas seringueiras pode sequestrar 1 tonelada de carbono. Além disso, ela produz o látex, que é composto por 90% de carbono e é a matéria-prima da borracha. Isso amplifica a contribuição da seringueira na redução do gás carbônico na atmosfera”, explica o pesquisador, que atualmente está empenhado em realizar outra pesquisa, desta vez envolvendo o potencial de resgate de carbono na cultura do café.
Ele ressalta que o grande interesse financeiro sobre o resgate de carbono impulsionou o boom de pesquisas sobre o assunto nos últimos anos. “Era uma pauta muito forte nos anos 2000 que acabou esfriando, mas, recentemente, com as discussões sobre aquecimento global, ganhou destaque novamente. Nesse sentido, vejo a seringueira como uma excelente opção econômica, social e ambiental, pois além de resgatar o carbono, é uma planta que, por suas características fisiológicas, preserva o solo, recupera a área degradada, retém a umidade do solo e aumenta o armazenamento de água no solo”, afirma Antônio de Pádua.
Outras pesquisas realizadas com dados coletados na Epamig ao longo das últimas décadas envolveram estudos do potencial de resgate de carbono em plantas como pinus e cacau, além do trabalho “Sequestro de carbono em povoamentos florestais de eucalipto e a geração de créditos de carbono”, publicado no Informe Agropecuário 242, de 2008.
“As tecnologias têm contribuído para o avanço nas melhorias das técnicas empregadas no campo, mas é certo que o caminho é longo e deve ser percorrido não de modo solitário. É necessário que haja mudanças em todos os setores produtivos, bem como na cultura do consumo humano. Evitar o avanço das mudanças climáticas exige ação em conjunto de toda a sociedade, passando pelos governos em todas as esferas e principalmente a conscientização de que não temos ainda outro planeta para habitar”, conclui o pesquisador Williams Pinto Marques Ferreira.
Fonte: Agência Minas
Brasil e Mundo
Descobrindo Ouro Preto: História, Cultura, Gastronomia e Cautela
Visitar Ouro Preto, no coração da mineiridade, é viajar no tempo. Fundada em 1711, essa joia do barroco brasileiro preserva a rica história da mineração (o ciclo do ouro no país), o encanto da literatura, foi nestas terras que Tomás Antônio Gonzaga viveu seu grande amor com Marília de Dirceu, inspirando uma das obras mais marcantes da literatura mundial, a genialidade de mestres como, Antônio Francisco Lisboa; o Aleijadinho, um dos maiores mestres da arte barroca no Brasil e claro, Tiradentes, uma figura central na história do Brasil, que tem uma forte conexão com Ouro Preto, antiga Vila Rica, que foi o cenário principal da Inconfidência Mineira, movimento de resistência à exploração colonial portuguesa.
Além disso Ouro Preto respira arte e festas. A cidade comemorou no último dia 18 de novemebro o aniversário de 210 anos de Aleijadinho, um evento que celebrou a arte, a cultura e a história da cidade. Durante uma visita na cidade, a nossa equipe conversou com o Ouro-pretano, Mauro Francisco de Souza Silva, conhecido por Mauro Amorim que é o organizador da 45ª Semana do Aleijadinho 2024 e Coordenador do CPP da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto.
— confira a entrevista abaixo com o coordenador da Semana da Aleijadinho, Mauro Amorim.
A riqueza cultural de Ouro Preto também pode ser vista nas galerias e exposições. Visitamos uma mostra de desenhos de um renomado artista local, falecido aos 94 anos; José Pio Monte.
“A Arte de JPio” é uma exposição, retrospectiva dos trabalhos artísticos e dos desenhos técnicos de Zé Pio e promove o resgate de peças industriais e a planificação de estruturas não mais existentes em Ouro Preto: o artista apresenta obras produzidas desde a década de 1970 nas técnicas óleo sobre tela, bico de pena, nanquim aguada, lápis e giz pastel. Na exposição que aconteceu na última semana desenhos em bico de pena despertaram ainda mais a paixão do público pelo artista. Durante a exposição, conversamos com o filho do artista, que compartilhou histórias emocionantes sobre o trabalho de seu pai e sua ligação com a cidade.
— confira o vídeo abaixo do engenheiro José Carvalho Monte, filho do artista Pio Monte, que ressalta o legado de seu pai, um dos maiores artistas do Brasil.
Outra experiência marcante foi a visita a uma mina histórica de extração de pedras preciosas e ouro. Apesar de sua beleza e riquezas naturais, Ouro Preto carrega em suas raízes uma história de exploração. Durante o auge do ciclo do ouro, milhares de pessoas ( inclusie crianças) foram escravizadas para trabalhar em condições insalubres, extraindo riquezas destinadas à Coroa Portuguesa. Essa herança de sofrimento contrasta com o esplendor de magia da cidade, que hoje se destaca como um dos maiores patrimônios históricos do Brasil. Para se ter uma ideia da crueldade, a expectativa de vida dentro das minas era inferior há 5 anos.
Com tanta história provavelmente deu água na boca e vontade de saborear essa cidade, e claro, Ouro Preto encanta também pelo paladar. A cidade oferece uma gastronomia rica e diversificada, com restaurantes que agradam a todos os gostos. Seja para um jantar romântico, um momento em família ou uma reunião entre amigos, os ambientes são aconchegantes e acolhedores. Além da tradicional e deliciosa comida mineira, há opções de culinária internacional que tornam a experiência ainda mais especial.
Com cerca de 74 mil habitantes, Ouro Preto une história, cultura e sabores únicos, sendo um destino que marca para sempre quem passa por lá. Fique atento para aproveitar sua viagem com responsabilidade e desfrute de tudo o que essa cidade extraordinária tem a oferecer e antes de pegar a estrada escoha sua pousada preferida e seja cauteloso na contratação de guias, nem tudo que se vê e ouve pode ser verdade, na dúvida: pesquise. Boa viagem!
Agradecimentos
Pousada Vila Rica e DukaAmorim
Saiba Mais sobre Tiradentes
Conexão de Tiradentes com Ouro Preto
• Inconfidência Mineira: Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, era um dos líderes do movimento que buscava a independência de Minas Gerais e a autonomia do Brasil em relação a Portugal. Ouro Preto, como capital da capitania, era o centro das discussões e conspirações da Inconfidência.
• Prisão de Tiradentes: Embora tenha sido capturado no Rio de Janeiro, muitas das articulações da Inconfidência aconteceram em Ouro Preto, onde residiam vários inconfidentes.
Pontos Históricos Relacionados
1. Casa dos Contos: Era usada como casa de fundição e prisão temporária de alguns inconfidentes. Hoje é um museu que retrata a história da economia brasileira no período colonial.
2. Museu da Inconfidência: Localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia, guarda documentos, objetos e memórias dos inconfidentes, incluindo homenagens a Tiradentes.
3. Igreja de São Francisco de Assis: Essa igreja barroca é uma das obras-primas de Aleijadinho e representa a riqueza e a religiosidade da época, contextos que influenciaram os movimentos sociais.
Legado de Tiradentes
Tiradentes é considerado um mártir da independência brasileira. Sua memória é honrada em Ouro Preto por meio de eventos culturais, como a Semana da Inconfidência, realizada em abril, e pelo reconhecimento do seu papel como símbolo de liberdade.
A cidade, com sua arquitetura colonial preservada, oferece uma viagem no tempo, permitindo compreender melhor os ideais e o sacrifício de Tiradentes em um momento crucial da história do Brasil.
-
ALPINÓPOLIS E REGIÃO2 dias atrás
JÚRI POPULAR ABSOLVE RÉU QUE TENTOU MATAR EX-ESPOSA COM 5 FACADAS
-
Minas Gerais3 dias atrás
Terror em obras que vão atender a Heineken: Vigilante é executado no trabalho!
-
ARTIGOS6 horas atrás
A licença-paternidade e o desafio de não elevar ainda mais o Custo Brasil
-
Brasil e Mundo5 horas atrás
Descobrindo Ouro Preto: História, Cultura, Gastronomia e Cautela