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Pesquisa indica espaço para avançar na adesão de adultos à vacinação

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A pesquisa foi realizada com entrevistados com mais de 50 anos de idade em nove países.
Bruno Concha/Secom

A pesquisa foi realizada com entrevistados com mais de 50 anos de idade em nove países.

Uma pesquisa realizada com entrevistados com mais de 50 anos de idade em nove países, incluindo o Brasil, indica que, apesar de preocupadas com a saúde, essas pessoas nem sempre buscam as vacinas disponíveis para se protegerem contra doenças imunopreveníveis.

Para o gerente médico de vacinas da farmacêutica GSK e infectologista Emersom Mesquita, não existe necessariamente uma contradição entre o número de pessoas que se preocupam em fazer check-up de rotina e a alta proporção de pessoas que negligenciam vacinas.

“Isso aponta para o fato de que ainda existe um espaço para o crescimento da importância da imunização do adulto de forma geral. É muito tentador estabelecer uma causa única, mas esse problema da adesão à vacinação sem dúvida é multivariado. Um dos fatores é a percepção de risco. O adulto entende que está saudável e que mesmo que adquira aquela doença infecciosa, não vai evoluir para complicações, quando isso não necessariamente é verdade”, avalia.

O estudo foi realizado pela Kantar, em parceria com a GSK, que produz e comercializa vacinas. Foram ouvidos 9.902 adultos no Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Itália, Espanha, Alemanha, França, Canadá e Japão.

Uma das conclusões que mostram a preocupação dos entrevistados com a saúde é que 81% deles declararam ter feito check-up de rotina nos últimos 5 anos. No Brasil, esse percentual foi ainda maior, e chegou a 89%.

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A adesão dos entrevistados à vacina contra a covid-19 também foi considerada positiva: 88% receberam ao menos uma dose do imunizante. Contudo, quando outras vacinas são consideradas, esse número cai substancialmente.

Entre os que responderam ao questionário online nos nove países, somente 56% receberam a vacina da gripe alguma vez nos cinco anos anteriores. Vale ponderar que a pesquisa inclui pessoas com mais de 50 anos de idade, enquanto, no Brasil, a vacina contra a gripe tem como população-alvo os adultos de ao menos 60 anos de idade, entre outros grupos.

O percentual de entrevistados que tomou a vacina contra a pneumonia foi de apenas 14%, e os que se imunizaram contra a herpes zoster chega a apenas 10%.

No caso do Brasil, a vacina contra a pneumonia é indicada no Programa Nacional de Imunizações para pessoas a partir dos 60 anos de idade em condições clínicas especiais, como acamados, hospitalizados ou institucionalizados.

Para os demais, a vacinação pode ser obtida apenas em clínicas privadas. Já a vacina contra a herpes zoster não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e só pode ser obtida na rede particular.

A pesquisa indica ainda que os profissionais de saúde são uma peça importante na adesão à vacinação, porque 71% dos entrevistados consideram esses profissionais uma fonte-chave de informação.

Além dos 9,9 mil pacientes, a pesquisa ouviu ainda 685 profissionais de saúde nos mesmos países, e 72% deles afirmam que costumam dizer aos seus pacientes que eles estão na faixa etária recomendada para uma vacina.

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Além disso, 74% dos profissionais da saúde costumam dizer aos seus pacientes que, devido à idade, eles estão em risco aumentado de doenças infecciosas, mesmo que se sintam saudáveis.

Apesar disso, o estudo aponta que nem sempre essa é a melhor abordagem de comunicação. Segundo os pesquisadores, os dados sinalizam que a informação “você precisa de uma vacina porque você está envelhecendo” não motiva os pacientes, enquanto a recomendação “impulsionar o seu sistema imunológico coloca você de volta no controle” é recebida de forma mais positiva.

“Podemos ver que diferentes formas de comunicar são capazes de produzir impactos diferentes com relação à motivação do usuário para se vacinar, e isso é muito importante porque sublinha a importância das estratégias de comunicação. Uma lição importante aqui é que, além do arsenal intuitivo que os profissionais de saúde carregam sobre o tema, esse estudo e outros estudos são necessários para apontar melhores estratégias de comunicação”, disse Mesquista.


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Fonte: IG SAÚDE

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Saúde

Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil

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A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.

Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.

O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.

“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.

Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.

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O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente.  “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.

Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’

Exemplo mineiro

Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.

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Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.

“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.

Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.

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