Saúde
Covid-19: universidades do Rio recomendam uso de máscaras faciais
Universidades do Rio de Janeiro estão recomendando a volta do uso de máscaras em suas dependências para reforçar a proteção contra a nova subvariante do coronavírus. Segundo o Painel Coronavírus Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram registrados em 24 horas 2.079 casos da doença e cinco óbitos, com aumento em relação à semana anterior.
A Universidade Federal Fluminense (UFF), por exemplo, publicou o Informe Técnico 16/2022 com orientações à comunidade acadêmica, entre as quais, o uso de máscaras em ambientes fechados, atualização do esquema vacinal, incluindo as doses de reforço, afastamento das atividades laborais e acadêmicas em caso de sintomas gripais e indicação de avaliação médica e continuidade das medidas de prevenção de infecções respiratórias, como higienização de mãos, manutenção de ambientes arejados e boa alimentação
Na UFF, o uso de máscaras faciais em ambientes abertos não é obrigatório, conforme decisões municipais locais.
Em nota técnica, o Centro de Triagem Diagnóstica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) alerta para o aumento do número de casos de Covid-19 . Para emitir o parecer, o centro considerou os resultados de testagem para a doença, que demonstram o aumento da positividade de 2,6% em setembro para 18,3% em outubro.
Por isso, é recomendado o uso de máscaras em ambientes fechados ou em aglomerações, mas não se propõe a interrupção ou suspensão automática das atividades presenciais.
Nos casos sintomáticos, a pessoa deve afastar-se imediatamente e comunicar à coordenação do curso ou à chefia imediata a razão do afastamento. Além disso, precisa programar testagem preferencialmente entre o segundo e o quinto dia.
Se o resultado for positivo, deve afastar-se por pelo menos sete dias, a contar da data do início dos sintomas. Se for negativo, deve-se aguardar o diagnóstico laboratorial (RT-PCR). O resultado da testagem deverá ser informado à coordenação ou chefia imediata.
Nos casos assintomáticos em que o resultado der negativo, a pessoa pode retornar logo às atividades. Para os que tiveram contato com alguém com Covid-19 , a orientação é manter as atividades com precauções.
“A Reitoria da UFRJ reitera a importância das doses de reforço da vacinação contra a Covid-19 e da manutenção das medidas não farmacológicas preventivas: distanciamento interpessoal, uso de máscara e higienização frequente das mãos”, completou.
UniRio A Comissão Permanente de Vigilância de Agravos à Saúde Humana da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) alertou para a necessidade de conclusão do esquema de imunização com as doses reforço.
As recomendações incluem ainda o uso de máscaras em ambientes fechados, lavagem das mãos sempre que possível e uso de álcool a 70%. Na presença de sintomas gripais, além de usar máscaras faciais , a pessoa deve se afastar até que seja descartada qualquer contaminação.
Os servidores do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, que é uma unidade de ensino e assistência aos pacientes, devem seguir as normativas e determinações emitidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
A reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) atualizou os protocolos de biossegurança nas dependências dos campi e também recomenda o uso de máscaras nas áreas edificadas, assim como nos demais locais onde o distanciamento mínimo de um metro não possa ser praticado.
“O uso continua obrigatório no caso de pessoas com sintomas gripais, mesmo com teste negativo para covid-19, a fim de evitar a transmissão de outras doenças respiratórias. A realização de eventos permanece liberada, desde que observadas as novas recomendações.”
A determinação na Uerj é decorrente das mudanças no panorama da Covid-19, com a circulação da nova sublinhagem da Ômicron (BQ.1) no Rio e do aumento da frequência de positividade dos testes realizados.
Além disso, os percentuais da população acima de 12 anos do estado que receberam a primeira e a segunda doses de reforço da vacina contra a doença continuam: 52% e 18%, respectivamente, segundo dados divulgados até o dia 31 de outubro de 2022, diz a reitoria. Para ter acesso aos campi, continua obrigatória a apresentação do passaporte vacinal digital ou impresso.
PUC-RJ A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), unidade privada de ensino, também fez a recomendação de retorno do uso da proteção facial diante do aumento do número de casos de Covid-19 no estado.
Os casos que temos atendido em nosso serviço de medicina ocupacional apresentam-se, em sua maioria, sem gravidade, semelhantes a uma gripe comum, com sintomas leves”, diz nota da reitoria.
A nota acrescenta que, por causa do aumento do número de casos dentro da PUC, por uma questão de segurança e preservação, o uso da máscara é o mais adequado.
“Acreditamos que o uso da máscara em ambientes fechados e/ou aglomerados (salas de aula, biblioteca, auditórios etc) seja uma boa medida preventiva para diminuir os riscos de transmissão. Pensamos especialmente na saúde das pessoas com comorbidades, quando o risco de agravamento é maior.”
“Recomenda-se ainda que aqueles com sintomas gripais façam uso da máscara, independentemente do local onde se fizerem presentes. Contamos com a colaboração de todos”, acrescenta o reitor.
Secretaria de Saúde O secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe, disse que, nos últimos dias, o estado tem verificado o aumento de positividade dos testes de Covid-19 e consequente elevação no número de casos da doença relacionados à subvariante da Omicron, que é muito transmissível, mas menos agressiva que outras.
Por isso, Chieppe recomenda que, ao aparecer qualquer sintoma respiratório ou gripal, as pessoas procurem um serviço de saúde e realizem a testagem e em caso positivo fazer o isolamento.
“É necessário exatamente para poder bloquear a cadeia de transmissão”, afirmou.
Chieppe defendeu ainda a vacinação como medida fundamental. As pessoas que não completaram o esquema vacinal devem procurar um posto de saúde e receber a dose necessária. “A vacinação é fundamental para evitar casos graves de Covid-19”, disse.
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Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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