Saúde
Covid-19: Anvisa aprova uso emergencial de duas novas vacinas
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, na noite desta terça-feira (22), o uso emergencial de duas novas vacinas contra a Covid-19 . Ambos os imunizantes são bivalentes e têm potencial para combater a variantes da Ômicron .
As vacinas aprovadas serão aplicadas como dose de reforço em pessoas com mais de 12 anos de idade. O imunizantes pertencem à Pfizer e agora o Ministério da Saúde terá de negociar a compra das doses.
Uma das vacinas aprovadas foi a bivalente BA.1, que oferece proteção contra a cepa original e também contra subvairante ômicron BA.1. A outra foi a bivalente BA.4/BA.5: que protege contra a cepa original e também contra as subvariantes ômicron BA.4/BA.5.
A autorização foi aprovada por unanimidade pelos cinco diretores da agência que participaram da votação. Foram eles: Meiruze Freitas, Daniel Pereira, Rômison Mota, Alex Campos e Antonio Barra Torres.
“Nas últimas semanas, os números de casos confirmados de Covid-19 tem mostrado aumento, e neste contexto é possível que no Brasil ocorra também o aumento de hospitalização, tornando essencial a estratégia de ampliar a vacinação e reforço e a disponibilização de mais vacina, incluindo as bivalentes que promovam uma resposta imune mais específica”, afirmou Meiruze, diretora e relatora do pedido.
Os dois imunizantes aprovados já foram aprovados também nos Estados Unidos e na União Europeia. Essas vacinas apresentam maiores níveis de anticorpos que são capazes de neutralizar a ação das variantes.
Confira algumas características das novas vacinas:
– Identificadas por tampa na cor cinza. O rótulo trará a seguinte identificação: Comirnaty® Bivalente BA.1 ou Comirnaty® Bivalente BA.4/BA.5.
– Cada frasco possui seis doses e a vacina não deve ser diluída.
– Indicadas para a população a partir de 12 anos de idade.
– Indicadas como reforço. Devem ser aplicadas a partir de três meses após a série primária de vacina ou reforço anterior.
– Validade de 12 meses, quando estocadas de -80°C a -60°C ou de -90°C a -60°C.
– Podem ser armazenadas em geladeira, entre 2°C e 8°C, por um único período de até dez semanas, não excedendo a data de validade original.
Brasil registra 116 óbitos em 24 horas
Nas últimas 24 horas, o Brasil contabilizou 16.858 novos casos de Covid-19 e 116 óbitos relacionados à doença . Com os números, já são 35.052.152 infectadas em todo o país, e 689.155 vidas perdidas desde o início da pandemia.
Os dados do Conass (Conselho Nacional de Secretário de Saúde ) mostram um aumento na média móvel de casos registrados em relação à semana passada. Enquanto hoje (22) a média se encontra em 18.432, na terça-feira passada (15) o número era de 7.853.
A média móvel do número de óbitos também registrou uma alta em relação à semana anterior. Hoje, a média é de 65 mortes, enquanto na semana passada era de 31 óbitos.
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Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.