Saúde
Manipulação correta de carnes pode evitar contaminação alimentar
As infecções alimentares são a causa de 582 milhões de adoecimentos e 351 mil mortes ao redor do mundo segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre as formas mais comuns de adquirir uma contaminação, má higienização, manipulação incorreta ou mesmo com o consumo de produtos vencidos, em especial proteínas de origem animal, são as principais.
De acordo com o chef Davi Laranjeira avaliar o produto antes do consumo, bem como tomar os cuidados necessários no preparo são os primeiros passos para evitar contaminações alimentares. Um exemplo clássico citado pelo profissional é a manipulação da carne de frango.
“Acontece muito da pessoa lavá-la na pia, entretanto nesse processo o que acontece é que você prolifera bactérias em todos os utensílios da cozinha, na geladeira, na pia, nos potes, nas mãos. Todos os microrganismos que são prejudiciais à saúde já são limpos no fornecedor do frango, bem como o restante das bactérias é eliminada no cozimento. Lavar além de não adiantar nada, aumenta o risco de contaminação”, alerta.
Outro comportamento de risco é colocar carnes de molho em soluções salinas, vinagre ou limão — recurso geralmente utilizado para mascarar o cheiro. Entretanto, o chef destaca que se isso é necessário, é porque na verdade a proteína não deve ser consumida.
“Se seu frango, carne vermelha ou peixe não está fresco e apresenta um cheiro proeminente, a realidade é que essa carne está em processo de apodrecimento por não ter sido conservada da maneira correta. Não é possível ‘salvá-las’ com essas técnicas de lavagem, pois os micro-organismos estão na fibra e não na parte externa. Além de não garantir a segurança alimentar, esse processo também altera o sabor, a textura e o valor nutricional do alimento”, explica.
Atenção no congelamento e descongelamento
Mudanças bruscas de temperatura, bem como deixar carnes fora da geladeira também podem causar infecções alimentares. “Na hora de congelar, há quem acredite que é preciso que o alimento esfrie antes de ir para a geladeira, o que é incorreto, pois na verdade quanto antes eu colocar para congelar melhor. A orientação é vedar esse alimento em algum recipiente com tampa e levá-lo para o freezer. Até mesmo a indústria faz isso, tanto que o nome desse processo é ultracongelamento.
Quanto mais rápido esse processo, maior é a retenção de nutrientes, e menor a proliferação de micro-organismos, que preferem a temperatura ambiente ou morna, bem como umidade”, explica.
Essa mesma lógica vale para o descongelamento: deixar em temperatura ambiente é um prato cheio para aumentar os riscos de contaminação. “O ideal é descongelar dentro da geladeira, ou seja, descer do freezer para a prateleira. Caso você queira acelerar o processo, a função de descongelamento do micro-ondas é uma opção segura”, recomenda Davi Laranjeira.
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Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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