Saúde
Entenda como a psicanálise contribui para o autoconhecimento
Desenvolvida no final do século XIX pelo médico austríaco Sigmund Freud, a psicanálise é uma técnica de investigação terapêutica que busca interpretar os conteúdos que vão além da consciência humana. “É um método que tem como principal fonte de estudo as forças e a influência do inconsciente, como impulsos, desejos, instintos e memórias reprimidas, nos comportamentos e formação da personalidade do indivíduo”, explica Patricia Ansarah, psicóloga, master trainer , especialista em Segurança Psicológica e fundadora do Instituto Internacional em Segurança Psicológica (IISP).
Objetivos da psicanálise
Lelah Monteiro, psicanalista e terapeuta de família e casais, comenta que, por meio da interpretação de sonhos , desejos, pensamentos e lembranças, a psicanálise tem como objetivo auxiliar nos cuidados de diferentes patologias, além de melhorar a relação entre o indivíduo e o meio em que ele vive.
Benefícios da psicanálise
Além de aliviar os sofrimentos mentais, o tratamento psicanalítico oferece outros inúmeros benefícios. “A psicanálise ajuda o indivíduo a se conhecer melhor, a elaborar seus desejos e emoções e a lidar com medos e frustrações”, lista Lelah Monteiro.
Patricia Ansarah ainda comenta que as vantagens da terapia psicanalítica são duradouras e impactam diferentes áreas da vida. “Quanto mais preparada a pessoa estiver para lidar com as suas emoções, mais fácil será para desenvolver algumas habilidades interpessoais, como o diálogo, a escuta, a empatia e a sensibilidade social, que são fundamentais para criar relacionamentos saudáveis e psicologicamente seguros”, detalha.
Abordagens psicanalíticas
Segundo Lelah Monteiro, a psicanálise apresenta 5 divisões principais:
- Abordagem freudiana: desenvolvida por Sigmund Freud, foca o estudo da mente humana por meio da tríade ego (aspecto racional da personalidade), superego (aspecto moral/social da personalidade) e ID (aspecto impulsivo da personalidade);
- Abordagem lacaniana: desenvolvida por Jacques Lacan, foca a relação do “eu” com o “outro” a partir da linguagem e do tempo do inconsciente;
- Abordagem winnicottiana: desenvolvida por Donald Winnicott, prioriza a investigação da relação da criança com a mãe;
- Abordagem kleiniana: desenvolvida por Melanie Klein, foca a análise psíquica da criança;
- Abordagem bioniana: desenvolvida por Wilfred Ruprecht Bion, foca técnicas mais fluídas e impessoais. Por intermédio da “Teoria dos Grupos”, essa abordagem explora a questão do pertencimento do indivíduo em determinados grupos sociais.
Técnicas de tratamento
Assim como outros tipos de terapia, a psicanálise também possui técnicas de tratamento específicas. De acordo com Patricia Ansarah, o primeiro método utilizado é o da escuta atenta. Neste método, o psicoterapeuta se concentra atentamente no conflito que o paciente apresenta no início da sessão. Em seguida, por meio de perguntas investigativas, o profissional estimula o paciente a reencontrar lembranças inconscientes associadas a esse conflito.
A profissional explica que, durante a realização dessas técnicas , é comum que o analista siga quatro regras específicas. São elas:
- Associação livre de palavras: o analista deve orientar o paciente a verbalizar tudo o que quiser, sem se preocupar com uma linha de raciocínio ou com questões éticas e morais;
- Atenção flutuante: o analista deve suspender seus preconceitos conscientes para ser capaz de descobrir o que há de significativo nas falas do paciente;
- Abstinência: o analista deve se abster de qualquer tipo de desejo ou atividade que não seja a de interpretar;
- Neutralidade: o analista não deve se envolver afetivamente com o paciente.
Para quem a psicanálise é indicada?
De modo geral, a psicanálise é indicada para qualquer pessoa que deseja se conhecer melhor. Lelah Monteiro, no entanto, esclarece que o tratamento deve ser mais incisivo para aqueles que lidam com depressão, problemas no relacionamento, distúrbios sexuais, transtornos alimentares, sentimentos de desajuste e fobias.
Duração do tratamento
A duração de um tratamento com a abordagem psicanalítica varia conforme as necessidades do paciente. Mauro Mendes Dias, psicanalista e diretor do Instituto Vox de Pesquisa em Psicanálise, alerta que, em muitos casos, a recomendação é que o processo terapêutico seja seguido a longo prazo.
Psicanálise e uso de medicamentos
Dependendo do caso, a psicanálise também pode ser alinhada ao uso de remédios receitados por médico psiquiatra. “O tratamento psicanalítico é solidário ao uso de medicações, principalmente quando o sujeito mostra não ter condições de se manter sem esse recurso para sustentar a sua vida e os problemas que o afligem”, esclarece Mauro Mendes Dias.
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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