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China: como o país tenta conter nova onda de Covid após relaxamento

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BBC News Brasil

Covid na China: como o país tenta conter nova onda após relaxamento de regras
Reprodução: BBC News Brasil

Covid na China: como o país tenta conter nova onda após relaxamento de regras

Hospitais na China ficaram lotados de pacientes com covid depois que o país relaxou suas regras de confinamento.

O governo diz que agora vai intensificar seu programa de vacinação, após críticas de que imunizou relativamente poucas pessoas até agora. Entenda:

O que mudou nas novas regras covid da China?

Após protestos em massa sobre sua polêmica política de “covid zero”, a China abandonou os testes em massa em cidades e regiões onde houve surtos.

As pessoas agora podem ficar em casa se tiverem sintomas leves de covid, em vez de serem enviadas para um centro de quarentena.

Oficialmente, a China tem registrado um número relativamente baixo de casos de covid e um pequeno número de mortes.

Com o fim do programa de testes em massa, as autoridades chinesas não têm mais dados confiáveis ​​sobre o número de infecções por covid.

No entanto, há relatos de hospitais lotados de pacientes. E a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu dados específicos sobre a gravidade da doença e internações hospitalares no país.

Trabalhadores em trajes protetores do lado de fora de um complexo residencial em Pequim

Reuters
Houve protestos generalizados contra as rígidas restrições impostas na China

Quantas pessoas foram vacinadas na China?

Os números oficiais de novembro sugerem que as autoridades de saúde chinesas vacinaram 40% dos maiores de 80 anos com duas doses de vacinas e uma de reforço.

Pessoas nessa faixa etária são as mais vulneráveis ​​ao vírus.

O dado representa uma grande melhoria em relação ao desempenho anterior da China.

Em abril de 2022, menos de 50% das pessoas com idade entre 70 e 79 anos tinham recebido duas vacinas e uma dose de reforço, e a taxa era de menos de 20% para as pessoas com mais de 80 anos.

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A China agora estabeleceu uma meta para que 90% da população acima de 80 anos recebam as duas vacinas iniciais, ou ambas mais um reforço, até o final de janeiro.

No entanto, a vacinação, sozinha, pode não ser suficiente para interromper o aumento nos casos de covid.

Especialistas acreditam que, como a população chinesa ficou muito confinada, muitas pessoas não adquiriram “imunidade híbrida” – ou seja, não ganharam proteção adicional como resultado de serem vacinadas e terem sido expostas ao vírus vivo.

Por que tão poucos idosos foram vacinados na China?

Quando o governo da China começou a distribuir vacinas no final de 2020, priorizou a população em idade produtiva. Não testou suas vacinas em muitos idosos e disse a eles que não poderia dizer se eram seguras para essa faixa etária.

O chefe do painel de especialistas em covid da China, professor Liang Wannian, diz que isso deixou algumas pessoas relutantes em receber suas vacinas.

“Muitos idosos têm outras doenças”, diz ele. “Eles acham que não será seguro ser vacinado.”

Uma fábrica de vacinas em Xangai

Getty Images
Uma fábrica de vacinas em Xangai

As vacinas da China são eficazes?

A China aplicou apenas vacinas produzidas no país: Coronavac, fabricada por uma empresa chamada Sinovac, e Sinopharm.

Ambas usam partes de um coronavírus morto para expor o corpo à covid e estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos contra o vírus.

Um estudo dos EUA sugere que a Sinovac – a mais amplamente utilizada entre as duas – é apenas 66% eficaz na proteção contra a infecção por covid e 86,3% eficaz na prevenção da morte.

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Tanto a Sinovac quanto a Sinopharm são menos eficazes do que as vacinas de mRNA produzidas pela Pfizer e Moderna.

Estas treinam o sistema imunológico para atacar a proteína spike no vírus – a parte do vírus que infecta as células do corpo. Oferecem 90% de proteção contra doenças graves ou morte.

Quais países usam vacinas chinesas?

Desde o início da pandemia, outros 64 países usaram a Sinopharm e 34 usaram a Sinovac.

Elas têm sido especialmente populares em países asiáticos como Indonésia, Tailândia, Malásia, Vietnã e Filipinas.

As vacinas chinesas podem ser armazenadas na geladeira entre 2 e 8°C, enquanto a vacina de mRNA da Moderna precisa ser armazenada a -20°C e a da Pfizer, a -70°C.

Muitos países em desenvolvimento usam as vacinas da China porque não possuem instalações para armazenar grandes quantidades de vacinas em temperaturas tão baixas.

Por que a China não usou vacinas ocidentais contra a Covid?

A China afirma ter fabricado cerca de metade de todo o estoque mundial de vacinas contra a covid.

Até agora, o governo recusou-se a aprovar as vacinas ocidentais de mRNA para uso doméstico. A Alemanha enviou doses da vacina da Pfizer para a China, mas elas serão administradas apenas a residentes estrangeiros.

Acredita-se que a China esteja desenvolvendo sua própria vacina de mRNA, mas não se sabe quando ela estaria disponível.

O país supostamente pediu à empresa americana Moderna que fornecesse a tecnologia por trás de sua vacina de mRNA, mas a empresa se recusou a fazer isso.

– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64076357

Fonte: IG SAÚDE

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Saúde

Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil

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A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.

Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.

O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.

“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.

Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.

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O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente.  “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.

Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’

Exemplo mineiro

Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.

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Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.

“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.

Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.

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