TECNOLOGIA
2022, o ano em que Elon Musk estragou o Twitter
Não dá para fazer uma retrospectiva do ano de 2022 na tecnologia sem lembrar que Elon Musk comprou o Twitter. Esse foi, sem dúvidas, um dos maiores acontecimentos do ano no setor: a pessoa mais rica do mundo ( pelo menos até então ) passou a controlar uma das maiores plataformas de mídia social do planeta, adquirindo ainda mais poder.
Mas o fato da compra em si não é o único motivo pelo qual esse assunto se destacou ao longo de 2022. Durante sete dos doze meses do ano, Musk e o Twitter estiveram no destaque dos noticiários por conta de um vai e vem que parecia não ter fim.
Depois de fazer a proposta de US$ 44 bilhões para adquirir a empresa, o empresário passou a acusá-la publicamente, até que desistiu da compra. O caso resultou na abertura de um processo judicial por parte do Twitter que, no fim das contas, nunca foi julgado, já que Musk acabou desistindo de desistir de comprar a plataforma, refazendo sua proposta original.
Passados os sete meses de imbróglio, Musk e Twitter permaneceram pelos dois últimos meses do ano nos noticiários, desta vez por conta das mudanças que o empresário realizou na empresa: demissões em massa, volta de contas banidas, banimento de jornalistas, decisões arbitrárias e, como tudo o que Musk encosta, muita polêmica.
E a polêmica geralmente é gerada porque o bilionário estrategicamente escreve tudo o que quer tornar público em seu perfil. No Twitter, é claro. Musk tinha esse costume antes mesmo de adquirir a rede social, quando já era, ironicamente, crítico ferrenho e usuário super ativo da plataforma.
Com mais de 123 milhões de seguidores no Twitter (e contando), Musk narrou, de certa forma, sua trajetória de compra da rede social. Nesta retrospectiva, vamos relembrar do ano em que Musk se tornou dono do Twitter a partir dos seus tuítes.
“Vamos tornar o Twitter divertido ao máximo!”
Essa foi a frase que Musk publicou no dia 27 de abril, dois dias depois do Conselho de Administração do Twitter ter aceito sua proposta de US$ 44 bilhões pela compra do Twitter. Olhando para trás, a frase parece mau presságio diante de tudo o que viria adiante.
“Os bots estão com raiva de serem contados”
Semanas depois de anunciar que compraria o Twitter, Musk começou a acusar a rede social de subestimar o número de contas automatizadas presentes na plataforma. Em meados de maio, o argumento – nunca comprovado – foi usado pelo empresário para anunciar que o acordo de compra estava “temporariamente suspenso” . Daí para a frente, foi só ladeira abaixo.
“O Twitter falou”
No início de agosto, quando Musk já tinha sido processado pelo Twitter por desistir, no mês anterior, do acordo de compra da rede social, o empresário tuitou uma enquete para que seus seguidores votassem se achavam que a empresa estava sendo honesta ao divulgar que 5% das contas na plataforma eram bots de spam. Como a maioria dos respondentes (64,9%) concordou com Musk, ele publicou que o povo havia dado sua opinião, tática que viria a ser bastante útil meses adiante para cumprir suas próprias vontades. Mas não desta vez.
“Comprar o Twitter é um acelerador para a criação do X, o aplicativo de tudo”
Foi com essa frase que Musk anunciou, em outubro, que manteria sua proposta de compra do Twitter . Nessa altura, o empresário não tinha, após diversas tentativas, conseguido adiar o julgamento do caso, provar que a contagem de bots estava errada ou encontrar argumentos suficientes que justificassem a desistência do negócio. Entre correr o risco de ter uma sentença negativa nos tribunais ou comprar uma empresa por valor acima do mercado depois de fazer suas ações serem derrubadas durante meses por polêmicas geradas por si mesmo, Musk escolheu a segunda opção.
“Let that sink in!”
Foi com essa frase e um vídeo entrando na sede do Twitter com uma pia na mão que Musk anunciou que tinha comprado a empresa , em 26 de outubro. A frase faz um trocadilho com a expressão “sink in”, que significa algo próximo de “cair a ficha”, com a palavra “sink”, que significa “pia”. A frase pode, portanto, significar “deixe a ficha cair” ou “deixe esta pia entrar”. O trocadilho faz referência a um antigo meme.
“O pássaro está livre”
Ao assumir o Twitter e demitir o CEO e todos os executivos de alto escalão , Musk afirmou que o pássaro estava livre, em uma referência ao ícone da rede social. Esta seria a primeira de uma enorme leva de publicações nas quais Musk diz prezar pela liberdade de expressão, mas acaba tomando decisões bastante controversas.
“Estou apenas lutando pela liberdade de expressão na América”
Em novembro, Musk falou diversas vezes sobre liberdade de expressão em sua conta no Twitter. Distorcendo o termo, o empresário defende que a moderação de conteúdo na plataforma seja reduzida. Para ele, isso ampliaria a liberdade de expressão. Na prática, a medida tende a amplificar a disseminação de conteúdos falsos, violentos e perigosos para pessoas e democracias mundo afora.
Ao mesmo tempo em que defende a liberdade de expressão, Musk também chegou a censurar contas no Twitter que o desagradavam. Além disso, demitiu 50% dos funcionários da empresa , fazendo com que os serviços de segurança, privacidade e moderação de conteúdo fossem fortemente afetados. Como o bilionário se autointitulou, ele é um verdadeiro “absolutista da liberdade de expressão”, tomando decisões unilaterais diante de uma questão abrangente. Tudo isso com uma maquiagem de democracia.
“Vox Populi, Vox Dei”
Na semana anterior à publicação em que dizia que estava “apenas lutando pela liberdade de expressão na América”, Musk decidiu devolver ao Twitter a conta do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e de todas as pessoas que já tiveram suas contas banidas na história da rede social. Os banimentos foram feitos por ferirem as regras do Twitter, sobretudo contra discurso de ódio.
Para embasar suas decisões, Musk apelou, mais uma vez, para enquetes no Twitter. Depois de ter o apoio da maioria dos respondentes, o empresário usou a frase em latim, que significa algo como “a voz do povo é a voz de Deus”. As enquetes, porém, foram respondidas por pouco mais de 1% dos usuários do Twitter, além de terem o viés de serem publicadas apenas para os seguidores de Musk.
“Corrupta e absurda”
Essa foi a forma que Musk usou, em dezembro, para descrever a forma como contas foram verificadas na rede social antes da sua gestão e justificar por que removerá todos os selos azuis adquiridos antes dele .
Na gestão anterior, o Twitter tinha um processo complexo para aprovar a verificação de contas. Para ter o selo azul, o perfil precisava ser de uma empresa, governo ou pessoa influente, como artistas, políticos, ativistas e jornalistas. Sob o comando de Musk, qualquer pessoa que quiser pagar para ter um selo de verificação pode fazê-lo, o que já gerou bastante confusão, como a autenticação de contas falsas , além de deixar os usuários sem orientações a respeito da confiabilidade de um perfil ou informações disseminadas por ele.
“Se eles são travessos, eles são suspensos”
Em uma das últimas polêmicas do ano, Musk suspendeu do Twitter as contas de jornalistas críticos a ele. A frase acima foi usada para justificar a punição, criticada por órgãos como a União Europeia e a Anistia Internacional .
Depois de pregar uma diminuição da moderação de conteúdo, devolver perfis violentos ao Twitter e tornar uma bagunça um dos únicos mecanismos que guiavam um debate saudável e com fontes confiáveis na plataforma, a cartada final de 2022 do homem que diz defender a liberdade de expressão foi silenciar jornalistas.
Desta vez, ao perguntar aos seus seguidores – de novo, através de uma enquete – se deveria devolver imediatamente o perfil dos jornalistas suspensos, Musk recebeu resposta favorável à devolução da maioria dos votantes. Aparentemente descontente com o resultado, ele refez a enquete .
“Devo deixar o cargo de chefe do Twitter?”
Em uma de suas últimas enquetes do ano, Musk fez a pergunta que muitos usuários do Twitter queriam responder: “Devo deixar o cargo de chefe do Twitter?”. O bilionário ainda prometeu: “Vou respeitar os resultados desta enquete”.
Depois de 57,5% dos mais de 17 milhões de usuários votantes dizerem que Musk deveria abandonar o cargo de CEO da rede social, ele anunciou que cumpriria sua promessa. “Vou renunciar ao cargo de CEO assim que encontrar alguém tolo o suficiente para aceitar o cargo! Depois disso, apenas serei líder das equipes de software e servidores”, escreveu o empresário .
“Quem quer poder é quem menos merece”
Vaidoso como aparenta ser, Musk com certeza não se referia a si quando tuitou esta frase, já na segunda metade de dezembro. Mas a citação cairia muito bem ao bilionário.
Em busca de poder, Musk comprou uma das maiores redes sociais do mundo, palco de discussões importantes para diversas democracias mundo afora, e a estragou. Supostamente defensor da liberdade de expressão, o bilionário criou, em seus dois meses de gestão do Twitter, uma ambiente mais violento, menos diverso e mais censurador do que recebeu.
Além do que efetivamente foi feito, a gestão de Musk no Twitter também tem sido marcada por promessas. O bilionário prometeu tuítes 15 vezes maiores, além de menos anúncios e mais alcance para usuários pagantes. As mudanças e polêmicas não param de chegar, e parece que Musk e o Twitter permanecerão em destaque nos noticiários por mais algum tempo. 2023 promete.
Fonte: IG TECNOLOGIA
TECNOLOGIA
Meta, Google e OpenAI firmam compromisso por IA mais responsável
As sete principais empresas de inteligência artificial (AI) dos Estados Unidos concordaram nesta sexta-feira (21) em adotar uma série de medidas para desenvolver seus sistemas de forma mais responsável. O acordo foi realizado entre as companhias e o governo dos Estados Unidos.
Dentre os compromissos aceitos pela Amazon, Anthropic, Google, Inflection, Meta, Microsoft e OpenAI, estão investimentos em cibersegurança, realização de testes envolvendo aspectos de discriminação nos sistemas de IA antes de seus lançamentos, e um novo sistema de marca d’água em conteúdos gerados por IA.
Este último compromisso é uma forma das empresas sinalizarem que um texto, áudio, vídeo ou foto foi gerado por uma inteligência artificial, evitando que usuários acreditem, por exemplo, em deepfakes. As empresas ainda trabalham para implementar as novidades.
Por se tratar de um compromisso voluntário, a medida não é considerada uma regulação das empresas de IA, já que não há consequências para o descumprimento das promessas.
Em paralelo à medida do governo, o Congresso dos EUA estuda propor uma lei para regulamentar sistemas de IA.
No Brasil, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou no início de maio um projeto de lei para regulamentar sistemas de inteligência artificial. Por enquanto, a matéria ainda não tem data para ser votada.
Fonte: Tecnologia
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