Saúde
Entenda a importância do equilíbrio emocional para a vida
Não aguentamos mais ligar a televisão e nos depararmos com uma reportagem sobre uma pessoa que, diante de uma situação qualquer, perdeu o equilíbrio. Cenas como essas se tornam cada vez mais comuns nas cidades. Vemos isso nas filas de supermercados, nos bancos e nas diversas situações da vida – pessoas, supostamente cansadas de esperar ou de cobrar por algo, perderam a cabeça e partiram para agressões verbais e/ou físicas.
É importante lembrar que todas estas violências, muitas vezes, caem em outras caixas chamadas preconceito ou crime. Pessoas que, por não serem atendidas da maneira como esperam, invadem o lugar do outro e passam a ofendê-lo por sua sexualidade e por sua aparência.
Falta de equilíbrio na sociedade moderna
Nas redes sociais, o problema é ainda maior, pois ainda há quem acredite estar incógnita diante das pessoas e, nesse caso, os critérios de agressões são de selvageria absoluta. E, diante de tantas constatações, questionamos: o mundo está louco? As pessoas estão perdendo o equilíbrio ?
A resposta para todas essas perguntas é: “sim, pode ser!”. De fato, presenciamos hoje cenas de agressões como em nenhuma outra época da Era Moderna. Sabemos das guerras, das barbáries e dos massacres humanos, mas me refiro aqui à violência e à agressividade do convívio social, das relações diárias entre os pares, entre os seres humanos.
Os casos de violência e agressividade contra a mulher, por exemplo, o feminicídio, são constantes. O pai não dá conta do filho e o agride. A filha não dá conta da mãe e a agride, e quem é agredido aprende a agredir, ampliando o ciclo, e a sociedade baseada na selvageria vai sendo construída… Falta coerência, bem como equilíbrio e ponderação na relação humanas.
Fatores que causam desequilíbrio emocional
Alguns ainda creditam esse quadro ao desmonte dos valores familiares e sociais – isso também procede. Se eu não tenho a percepção de que o outro tem seu espaço exatamente como eu tenho, ou quero o meu, ficam mesmo legitimadas a violência e a agressividade diante do conflito. Como estes valores humanos de partilha, solidariedade, coletividade começam numa família, se ela não existe, onde começariam tais valores?
Por fim, não posso deixar de lembrar, aqui, que há ainda o estresse, fator também preponderante nas cenas de desequilíbrio que presenciamos. Diante desses quadros, chegamos à conclusão de que é urgente repensar as questões de violência e agressividade que permeiam nossa sociedade neste momento.
A postura do homem diante do mundo
Tirando as questões patológicas da compreensão, porque elas necessitam de apoio médico e de programas governamentais para o combate, as questões que me deixam apreensivo giram em torno da nossa postura diante do mundo.
Lembro, aqui, que o homem nasce mamífero e, ao longo das primeiras condições de vida , pode seguir dois caminhos: o da animalização – caminho no qual quem, por instinto, tiver mais força e bravura sobreviverá – ou o caminho da humanização, em que quem tem mais compaixão, compreensão e altruísmo vencerá sem sofrimentos psíquicos, possibilitando a harmonia ao redor.
Maneiras de lidar com o desequilíbrio emocional
É preciso que reaprendamos as regras básicas para lidar com as frustrações. Atualmente, muitas crianças e adolescentes não conseguem lidar com um não dado pelos pais, diante do desejo de um novo celular, e adultos não conseguem conviver com as frustrações de não poderem comprar um carro ou fazer uma viagem que tanto desejam, por exemplo.
Se não há recursos para as pessoas lidarem com as frustrações, que são inerentes à vida, é sinal de que não há força e empoderamento , tão necessários para a jornada da vida. Qualquer coisa que seja ou que se apresente diferente daquilo que esperamos não vai nos aniquilar, pelo contrário, vai nos fortalecer.
Foquemos, pois, cara a cara, todos os tipos de conflitos, com coragem, presteza e sem procrastinação. Vivamos intensamente qualquer que seja o evento da vida e, mais adiante, perceberemos o quanto viver tem relação com aprender. E, para aprender, absorver conhecimentos, é necessário ter equilíbrio.
Por Geraldo Peçanha de Almeida
Psicanalista pela Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo. Fundador e diretor do Projeto Coração de Pólen – Centro de Tratamento, Estudo e Pesquisa na área de saúde mental, em Curitiba. Tem mais de 70 livros, dentre eles: “Em busca da paz interior”, “No coração da mente livre” e “Meditações para começar o dia”.
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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