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Veja íntegra do depoimento de Anderson Torres à Polícia Federal

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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública

Investigado por uma suposta omissão em relação aos atos extremistas que vandalizaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro,  o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal , Anderson Torres , depôs por aproximadamente 10 horas à Polícia Federal nesta quinta-feira (2).

Além da omissão, Torres também é investigado por uma minuta encontrada em sua casa durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão da PF — o objetivo do documento, que seria destinado a Bolsonaro, era alterar o resultado da eleição presidencial que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e decretar Estado de Defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília.

O mandado de prisão foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na 3ª feira (10.jan), e ratificado pelo Tribunal no dia seguinte.

O ex-ministro da Justiça, que estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos, e chegou ao Brasil por volta das 7h20 de sábado (14 de janeiro), logo após desembarcar, ele foi conduzido à sede da PF.

Desde então, Torres está preso no 4º Batalhão de Polícia Militar, no Guará, e isolado dos demais detentos.

Leia a íntegra do depoimento:

Inquirido a respeito dos fatos investigados, RESPONDEU: QUE é delegado de Polícia Federal de carreira desde 2003; QUE foi secretário de Segurança do DF de 2019 a 2021; QUE foi ministro da Justiça e Segurança Pública de 2021 a 2022; QUE no dia 02/01/23 foi nomeado novamente secretário de Segurança Pública do DF e exonerado no dia 08/01/23; QUE inicialmente o declarante ressalta que todas as funções públicas que exerceu foram em razão de sua capacidade profissional tendo como exemplo os resultados obtidos em sua primeira passagem na Secretaria de Segurança Pública do DF como a menor taxa de homicídios percentuais da história do DF e a diminuição dos casos de feminicídios em 56,6% em plena pandemia; QUE indagado a respeito do tratamento do assunto alternância de poder com o então presidente Bolsonaro à época em que o declarante era ministro da Justiça, respondeu que antes da eleição o presidente estava dedicado a sua candidatura e inclusive era até difícil encontrá-lo em Brasília e que os assuntos técnicos referentes ao Ministério da Justiça eram tratados em geral com o chefe da Casa Civil ou eventualmente em horários alternativos com o próprio presidente; QUE nunca houve uma conversa com o então presidente sobre a alternância de poder, mas ouviu uma entrevista dele dizendo que caso perdesse a eleição iria respeitar o resultado das urnas; QUE após a eleição o então presidente passou a ficar introspectivo e aparentemente depressivo, desenvolvendo inclusive erisipela passando por um tratamento de saúde prolongado e assim pouco recebia seus assessores e ministros, passando a ficar recluso em sua residência; QUE as visitas que o então presidente recebeu durante esse período se deram mais em razão de sua saúde; QUE indagado se o ex-presidente deixou claro o inconformismo com a derrota nas urnas, respondeu que na verdade ele ficou decepcionado com a derrota e não inconformado; QUE indagado a respeito de conhecimento ou participação em uma reunião com o presidente da República, divulgada na imprensa na data de hoje, onde o senador Marcos do Vai relata ter participado junto do então Deputado Daniel Silveira e presenciada pelo então presidente Bolsonaro onde supostamente trataram ao que foi classificado pela matéria jornalística como um golpe de Estado; QUE o declarante informa não ter conhecimento e não ter participado dessa reunião; QUE indagado se o ex-presidente conversava a respeito sobre a existência de eventual fraude no processo eleitoral, respondeu que durante o mandato ele questionava o método de apuração e que deveria ser mais transparente; QUE após a eleição não foi questionado com o declarante o resultado da eleição e percebeu que o presidente passou por um processo de aceitação de sua derrota; QUE indagado sobre a opinião do declarante a respeito de possível fraude no processo eleitoral, respondeu que particularmente não acredita e que esse assunto não era tratado pelo declarante como Ministro da Justiça; QUE indagado a respeito de uma participação com uma ‘live’ com o ex-presidente Bolsonaro em julho de 2021, quando ele questionava a lisura do sistema eleitoral, respondeu que essa live durou duas horas e apenas participou de cinco minutos do final da live para apresentar um documento público que tratava sobre medidas que garantiriam maior transparência ao sistema eleitoral; QUE esse documento foi produzido em razão de um chamamento público do TSE para que organizações da sociedade civil e instituições pudessem opinar a respeito da higidez e segurança e melhorias do sistema eleitoral; QUE o relatório que leu na live foi elaborado por peritos criminais federais que apontavam melhorias para o sistema eleitoral; QUE deixa consignado que esse chamamento público é realizado há muitos anos, e os relatórios anteriores dos peritos da polícia federal caminhavam no mesmo sentido; QUE no intuito de esclarecer o relatório dos peritos no tocante à higidez no processo eleitoral, conversou com o Diretor-Geral da Polícia Federal à época, acredita que Dr. Maiurino, chegando a conclusão que o melhor esclarecimento viria dos próprios peritos; QUE conseguiu uma reunião no Palácio do Planalto com servidores que tratavam sobre esse assunto para que pudessem discutir esses assuntos técnicos; QUE apenas teve contato com esses peritos nesse dia, ocasião em que apresentou os técnicos aos peritos e foi-se embora da reunião e não teve mais contato com qualquer um deles; QUE não tentou envolver peritos da polícia federal em qualquer tentativa de achar provas contra as urnas eletrônicas; QUE a discussão sobre assuntos eleitorais era apenas transparência; QUE esse fato já foi objeto de apuração e decisão por parte da corregedoria do TSE; QUE indagado a respeito da notícia de que a PRF tenha triplicado do primeiro para o segundo turno os ônibus fiscalizados, sendo quase 50% nos Estados do Nordeste, afirmou que o conhecimento que tem é que o procedimento foi padrão no Brasil inteiro e seguiu o mesmo planejamento e resultado do primeiro turno; QUE não era um planejamento do Ministério da Justiça e que era um planejamento interno da PRF; QUE na data da votação do segundo turno da eleição no período da tarde o Diretor-Geral da PRF esteve com o Presidente do TSE prestando as informações necessárias, e o presidente do TSE declarou no dia que não houve problema quanto atuação da PRF e inclusive pela primeira vez na história o número de abstenções foi menor no segundo turno do que no primeiro turno;

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Fonte: IG Política

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Descobrindo Ouro Preto: História, Cultura, Gastronomia e Cautela

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Visitar Ouro Preto, no coração da mineiridade, é viajar no tempo. Fundada em 1711, essa joia do barroco brasileiro preserva a rica história da mineração (o ciclo do ouro no país), o encanto da literatura, foi nestas terras que Tomás Antônio Gonzaga viveu seu grande amor com Marília de Dirceu, inspirando uma das obras mais marcantes da literatura mundial, a genialidade de mestres como, Antônio Francisco Lisboa; o Aleijadinho, um dos maiores mestres da arte barroca no Brasil e claro, Tiradentes, uma figura central na história do Brasil, que tem uma forte conexão com Ouro Preto, antiga Vila Rica, que foi o cenário principal da Inconfidência Mineira, movimento de resistência à exploração colonial portuguesa.

Além disso Ouro Preto respira arte e festas. A cidade comemorou no último dia 18 de novemebro o aniversário de 210 anos de Aleijadinho, um evento que celebrou a arte, a cultura e a história da cidade. Durante uma visita na cidade, a nossa equipe conversou com o Ouro-pretano, Mauro Francisco de Souza Silva, conhecido por Mauro Amorim que é o organizador da 45ª  Semana do Aleijadinho 2024 e Coordenador do CPP da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto.

confira a entrevista abaixo com o coordenador da Semana da Aleijadinho, Mauro Amorim.

A riqueza cultural de Ouro Preto também pode ser vista nas galerias e exposições. Visitamos uma mostra de desenhos de um renomado artista local, falecido aos 94 anos; José Pio Monte.

“A Arte de JPio” é uma exposição, retrospectiva dos trabalhos artísticos e dos desenhos técnicos de Zé Pio e promove o resgate de peças industriais e a planificação de estruturas não mais existentes em Ouro Preto: o artista apresenta obras produzidas desde a década de 1970 nas técnicas óleo sobre tela, bico de pena, nanquim aguada, lápis e giz pastel. Na exposição que aconteceu na última semana desenhos em bico de pena despertaram ainda mais a paixão do público pelo artista. Durante a exposição, conversamos com o filho do artista, que compartilhou histórias emocionantes sobre o trabalho de seu pai e sua ligação com a cidade.

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confira o vídeo abaixo do engenheiro José Carvalho Monte, filho do artista Pio Monte, que ressalta o legado de seu pai, um dos maiores artistas do Brasil.

Outra experiência marcante foi a visita a uma mina histórica de extração de pedras preciosas e ouro. Apesar de sua beleza e riquezas naturais, Ouro Preto carrega em suas raízes uma história de exploração. Durante o auge do ciclo do ouro, milhares de pessoas ( inclusie crianças) foram escravizadas para trabalhar em condições insalubres, extraindo riquezas destinadas à Coroa Portuguesa. Essa herança de sofrimento contrasta com o esplendor de magia da cidade, que hoje se destaca como um dos maiores patrimônios históricos do Brasil. Para se ter uma ideia da crueldade, a expectativa de vida dentro das minas era inferior há 5 anos.

Com tanta história provavelmente deu água na boca e vontade de saborear essa cidade, e claro, Ouro Preto encanta também pelo paladar. A cidade oferece uma gastronomia rica e diversificada, com restaurantes que agradam a todos os gostos. Seja para um jantar romântico, um momento em família ou uma reunião entre amigos, os ambientes são aconchegantes e acolhedores. Além da tradicional e deliciosa comida mineira, há opções de culinária internacional que tornam a experiência ainda mais especial.

Com cerca de 74 mil habitantes, Ouro Preto une história, cultura e sabores únicos, sendo um destino que marca para sempre quem passa por lá. Fique atento para aproveitar sua viagem com responsabilidade e desfrute de tudo o que essa cidade extraordinária tem a oferecer e antes de pegar a estrada escoha sua pousada preferida e seja cauteloso na contratação de guias, nem tudo que se vê e ouve pode ser verdade, na dúvida: pesquise. Boa viagem!

 

Agradecimentos

Pousada Vila Rica e DukaAmorim

Saiba Mais sobre Tiradentes

Conexão de Tiradentes com Ouro Preto

• Inconfidência Mineira: Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, era um dos líderes do movimento que buscava a independência de Minas Gerais e a autonomia do Brasil em relação a Portugal. Ouro Preto, como capital da capitania, era o centro das discussões e conspirações da Inconfidência.
• Prisão de Tiradentes: Embora tenha sido capturado no Rio de Janeiro, muitas das articulações da Inconfidência aconteceram em Ouro Preto, onde residiam vários inconfidentes.

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Pontos Históricos Relacionados

1. Casa dos Contos: Era usada como casa de fundição e prisão temporária de alguns inconfidentes. Hoje é um museu que retrata a história da economia brasileira no período colonial.
2. Museu da Inconfidência: Localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia, guarda documentos, objetos e memórias dos inconfidentes, incluindo homenagens a Tiradentes.
3. Igreja de São Francisco de Assis: Essa igreja barroca é uma das obras-primas de Aleijadinho e representa a riqueza e a religiosidade da época, contextos que influenciaram os movimentos sociais.

Legado de Tiradentes

Tiradentes é considerado um mártir da independência brasileira. Sua memória é honrada em Ouro Preto por meio de eventos culturais, como a Semana da Inconfidência, realizada em abril, e pelo reconhecimento do seu papel como símbolo de liberdade.

A cidade, com sua arquitetura colonial preservada, oferece uma viagem no tempo, permitindo compreender melhor os ideais e o sacrifício de Tiradentes em um momento crucial da história do Brasil.

greja Nossa Senhora da Conceição é uma das referências da arquitetura e da história de Ouro Preto. Depois de quase uma década em reforma, o santuário com os restos mortais do mestre Aleijadinho vai ser reaberto ao público, em Ouro Preto

Pintura de Manuel da Costa Ataíde no teto da Igreja de São Francisco de Assis.
Além das pinturas que dominam todo o teto, a Igreja de São Francisco de Assis ainda conta com adornos em ouro e prata e esculturas de Aleijadinho, escultor e arquiteto responsável também pelo projeto dessa mesma igreja. Aleijadinho (cujo nome de batismo era Antônio Francisco Lisboa), ao lado de Manuel da Costa Ataíde e Mestre Valentim, formou o principal grupo de artistas do barroco mineiro.

Museu da Inconfidência é um museu histórico e artístico que ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e mais quatro prédios auxiliares na cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. O museu é dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira e também oferece um rico painel da sociedade e cultura mineiras no período do ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII, incluindo obras de Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho. Localiza-se na praça Tiradentes, em frente ao monumento a Joaquim José da Silva Xavier, o mais famoso ativista da Inconfidência.

Este relógio de fabricação inglesa pertencia a Joaquim José da Silva Xavier e estava com ele no momento da prisão. Foi leiloada pela coroa e passou pelas mão de particulares até 1953, quando JK o adiquiriu para o museu da Inconfidência. Ao lado um boticão que permitia a Tiradentes usar uma técnica rudimentar muito peculiar para o época que poucos conheciam para extrair dentes daqueles que visitam seu consultório.

Peças da forca utilizada para o suplício de Tiradentes

O Museu da Inconfidência cuida de obras do século XVII, XVIII e XIV é aberto ao público em horários disponivéis no site oficial.

Minas onde eram praticadas a extração de pedras preciosas: O lugar é uma verdadeira volta ao passado, quando o comércio de Ouro Preto, entre os séculos XVIII e XX, era voltado para a busca de metais e pedras preciosas. A visita à Mina da Passagem se difere das demais por ser uma mina industrial.

Não há informações sobre uma pintura de Tomás Antônio Gonzaga e Marília de Dirceu exposta na Casa do Ouvidor em Ouro Preto, mas aqui estão algumas informações sobre o poeta e a obra Marília de Dirceu:
Tomás Antônio Gonzaga foi um poeta que escreveu Marília de Dirceu, uma obra que conta a história do amor idealizado entre Dirceu e Marília.

A construção do século XVII abrigou a Ouvidoria de Vila Rica e foi residência do poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga quando este exerceu o cargo de ouvidor-geral, de 1782 a 1788. Tomás Antônio Gonzaga, o Dirceu de Marília, expressão máxima do arcadismo brasileiro, é autor das Cartas Chilenas, poema satírico em forma de cartas. A casa de Gonzaga é um dos locais onde, provavelmente, se reuniam os inconfidentes, que planejavam a separação de Minas Gerais da Coroa Portuguesa e a criação de uma república. Tomás Antônio Gonzaga foi preso em 23 de Maio de 1789 e degradado para Moçambique onde advogou e foi juiz da Alfândega de Moçambique. Faleceu em 1810.

A Igreja de São Francisco de Assis é a igreja que pode ser vista da janela da casa de Tomás Antônio Gonzaga em Ouro Preto, Minas Gerais.

“Esta é a prensa utilizada em atividades topográficas, peça central da imprensa periódica de Ouro Preto. A história começou com o Copilador Mineiro, em 1823, e mais de 80 jornais foram publicados até 1889, com periodicidade irregular. Esses jornais marcaram uma era decisiva para o debate de ideias, abordando temas que iam das questões nacionais às provincianas. Conservadores, liberais, monarquistas, republicanos, abolicionistas e escravocratas se enfrentavam nas páginas, moldando a política e a literatura que ecoam até hoje.”

Imagem de Nossa Senhora das Dores esculpida na madeira, do artista mineiro Fernando Pedersini, foi exposta no Santúario Matriz Nossa Senhora da Conceição em Ouro Preto durante a exposição “Do Conto ao Ponto”.

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