CIDADES
Desagravo ao Dentinho. Gilberto Almeida
“Eu chamava o Mussum de negão. Chamavam-me de paraíba. Hoje fico até constrangido de chamar alguém de velho ou baixinho.”
Renato Aragão
Lá pelos idos de 1977 quando ingressei na Universidade, já era notória e instrumentalização política do corpo docente, empreendendo uma forte contestação ao regime militar, em pleno vigor, dentro das salas de aula. Eram emocionantes e até mesmo românticos os discursos dos mestres que tocavam as almas juvenis dos estudantes, transformando o clamor por justiça social em uma campanha velada em prol de regimes de esquerda, em especial ao de Cuba que na época, financiada pela União Soviética, vivia um período de aparente sucesso do regime castrista. E não havia jovem que não se sensibilizasse e vivesse o que depois veio a ser chamado de “esquerda festiva”, afinal, quem em sã consciência pode se conformar com a dor de pessoas vivendo a penúria e a exclusão? Era muito fácil simplesmente culpar o governo…
Hoje, 45 anos depois, sabemos que tudo aquilo que sonhamos, que imaginávamos que seria muito melhor se o governo mudasse, era uma grande balela e o “opressor e injusto” governo militar durou 23 anos e depois disso a esquerda, a mesma que nos tempos de faculdade nos entorpecia com o lirismo de canções de protestos e discursos empolgantes, assumiu o comando do Brasil por longos 24 anos, sem, no entanto promover absolutamente nenhuma mudança que significativamente viesse a modificar o nosso quadro social. Ao contrário, os governos esquerdistas iniciados com FHC, começaram bem debelando a inflação e reequilibrando a economia nacional, prosseguiu bem com o primeiro governo do Sr. Luiz Silva, mas teve um desfecho lastimável em seu segundo mandato e os outros dois de sua ignóbil sucessora, mergulhando o país na mais profunda recessão e promovendo o maior assalto aos cofres públicos revelados pela operação Lava Jato, coisa “nunca antes vista na história deste país”.
Restaram apenas as canções de Geraldo Vandré e Chico Buarque a nos fazer lembrar de um tempo que de bonito restou apenas o coração dos estudantes.
Mas toda essa politização nos ambientes universitários, a cada dia mais poderosa, produziu uma geração de profissionais muitos deles distantes da política, mas com forte tendência a apoiar partidos de esquerda sem muita reflexão ou consciência. As falas dos Mestres vermelhos parecem ter impregnado de tal forma seus alunos que até mesmo todos os escândalos revelados acabaram relativizados e mesmo com a devolução de bilhões de reais, fruto de roubo e corrupção, nada foi capaz de produzir indignação contra quem dilacerou a nossa pátria por tantos anos.
O Brasil hoje vive,como nunca em outros tempos, momentos de intolerância e de ódio político com vestígios comparáveis aos da Inquisição. Os mesmos que praticaram a benevolência de suprimir e perdoar tudo que a maior quadrilha de assaltos a cofres públicos do planeta praticou, mesmo devolvendo bilhões de dólares como confissão de roubo, de até mesmo ordenar que representante do MP que acusou o Grande Chefe da quadrilha lhe pagasse multa indenizatória, hoje bradam pelos cantos do país o novo chavão, “sem anistia”. Seriam os mesmos que gritavam, nos velhos tempos da universidade, por uma anistia “ampla geral e irrestrita” até mesmo a quem sequestrou, matou e participou da guerrilha do Araguaia?
Tudo indica que esse patrocínio ao ódio e ao rancor não vai ter fim enquanto o Sr. Luiz Silva, até mesmo em viagens internacionais, persistir vociferando sua verborragia insana tentando desconstruir seu antecessor, o que é fielmente seguido por seus asseclas. Mas existe um destaque maior dessa impostura reinante, que foi praticado pela presidente do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann, aquela a Lava Jato revelou constar nas planilhas de empreiteiras com a alcunha de “Amante”, que teve a capacidade de demonstrar sua mente tacanha e tosca ao condenar o deputado de seu partido Washigton Quaquá (PT/RS) por se encontrar de forma fraterna com seu colega da bancada carioca e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuelo e registrar tudo em fotografias publicadas nas redes sociais. Ficou claro na atitude rancorosa da estulta deputada, que oponente é inimigo com quem jamais os súditos do Sr Luiz Silva podem sequer conversar, e se assim o fizerem, serão perseguidos pela patrulha ideológica reinante.
Tudo o que está acontecendo com nosso país e mais a expectiva sombria de um governo com mentalidade de 30 anos atrás, me deixa no desalento. Nada mudará e ao que tudo indica as consequências podem até serem piores a continuar com esse festival de trapalhadas governamentais. Nossos Mestres do milênio passado certamente não esperavam produzir uma geração tão miserável e frívola. Produziram pessoa marcada pelo completo desazo profissional, talvez por terem promovido a contaminação do “politicamente correto” ensinado nas salas de aula.
Em Passos a ditadura do politicamente correto, tenta incriminar o vereador Dentinho, indiciado que foi por discriminação regional, porque publicou na internet uma brincadeira com nossos irmãos baianos. Conheço o Vereador Dentinho e sua postura pessoal e política e posso atestar que nada pode ser mais descabido que tentar enquadrá-lo em algum crime desta natureza Que fique claro que não sei sem quem foi o profissional que fez tal indiciamento, mas me arvoro a considerar este ato como desnecessário e improcedente. Faço a mais absoluta questão de não conhecer o nauseabundo autor da lançadiça denúncia, até porque posso deduzir que ele faz parte da choldra de pessoas que falam em amor e promovem o ódio.
Ao vereador Dentinho deixo aqui o meu desagravo e ainda um conselho: tome cuidado com anedotas de português, comuns no Brasil desde sempre, porque poderá haver uma perigosa condenação de lesa Pátria por incitar inimizade entre o Brasil e sua Pátria Mãe. Certamente, nas terras d’além-mar, haverá alguém “politicamente correto”, falando: “vamos pra cima” do criminoso vereador brasileiro.
Brasil e Mundo
Diego Oliveira (PSD) cala a opinião pública e torra 500 milhões a mais que gestão anterior!
Passos, cidade outrora promissora, agora se vê à deriva sob a gestão do prefeito Diego Oliveira. Em pouco mais de 42 meses no poder, Diego, do PSD (aquele partido do senador Rodrigo Pacheco, aliado de Lula), conseguiu a façanha de queimar meio bilhão de reais a mais que o seu antecessor, Renatinho Ourives – e tudo isso sem entregar uma obra que preste! Como se isso não fosse o suficiente, o prefeito ainda teve a brilhante ideia de pegar um empréstimo de R$ 70 milhões. Para quê? Pergunta para os vereadores que aprovaram a conta.
Além de todos os valores mencionados Diego Oliveira ainda torrou na sua gestão R$ 3,3 milhões em propaganda de rádio e Web TV. O que é mais importante? Consertar buracos ou brilhar nas telinhas? Fazer exames de saúde ou calar a opinião pública? Acho que já sabemos a resposta…
Entre 2021 e 2022, enquanto a cidade se esburacava e adoecia, Diego achou mais interessante investir em sua imagem. Foram R$ 2,5 milhões gastos em propaganda apenas neste período, enquanto apenas R$ 622 mil reais foram destinados à manutenção das ruas. Quer fazer as contas? O gasto em propaganda foi cinco vezes maior do que o destinado a tapar os buracos que afundam os carros dos cidadãos. Parece piada, mas não é!
Milhões Que Poderiam Ter Salvado Vidas
Agora, vamos falar sério: os R$ 500 milhões que o prefeito torrou vieram de onde? Claro, do governo Bolsonaro, que injetou dinheiro em todas as prefeituras do país. Mas em Passos, esses recursos caíram nas mãos de um gestor que parece estar mais preocupado com o brilho da própria imagem do que com a população. Para se ter uma ideia, com esse dinheiro daria para comprar 2.000 ambulâncias ou realizar cerca de 25 mil cirurgias eletivas no SUS. Hoje, a fila para esses procedimentos continua crescendo, com mais de 50 mil pedidos aguardando – sem previsão de atendimento. Mas calma, Diego está na TV e no rádio, então tudo deve estar bem, né?
O produtor rural Cláudio Michillo desabafa: “Da porteira pra dentro, ninguém precisa do prefeito. Precisamos da porteira pra fora! Esse dinheiro todo de propaganda daria pra consertar a estrada mestre pelos próximos 10 anos. Mas o produtor rural não rende votos!”
E a cereja no bolo? O Ministério Público está de olho nos contratos de publicidade feitos sem licitação. A prefeitura até tentou justificar, mas a desculpa não convenceu ninguém. Afinal, será que a propaganda era mesmo para informar a população ou apenas para promover o prefeito e calar quem ousa questionar? A pergunta que fica no ar: *cadê o dinheiro que estava aqui?*
Se tem uma coisa que a gente aprendeu, é que quando a política vira um circo, o palhaço somos todos nós. Fica o alerta: cuidado com o preço do espetáculo, porque a conta quem paga é você!
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