Saúde
Dia Mundial da Água: 5 dicas para economizar o recurso
A importância de economizar água visa ao bem-estar individual, coletivo e promove sustentabilidade. O recurso, utilizado em várias aspectos do cotidiano, é primordial para manutenção da vida. Logo, essa atitude deve se manifestar de diversas formas e, assim, evitar que a água se torne cada vez mais escassa.
No Brasil, apenas em 2019, foi desperdiçada uma quantidade de água potável que possibilitaria abastecer 63 milhões de pessoas, ou seja, 30% da população do país, conforme constata o Instituto Trata Brasil. Isso significa, também, quase 40% de toda a água potável captada pelo Brasil.
A média de consumo diário que a Organização das Nações Unidas ( ONU ) estima é 110 litros por habitante/dia. No entanto, de cada 100 litros de água tratada no Brasil, somente 63 litros são consumidos , e os 37 restantes são perdidos devido a vazamento, a ligações irregulares, à falta de medição ou à medição incorreta e a roubos.
Portanto, está mais que na hora de conscientizar o consumo de água no planeta. Por isso, Vinicius Alves Abrahão, especialista em práticas sustentáveis e CEO e fundador da da Gooxxy, greentech pioneira em soluções de recolocações de produtos e alimentos, separou 5 dicas de como economizar água em casa. Confira!
1. Reaproveitamento
Essa etapa talvez seja a mais importante para se inserir na rotina e pode ser feita de diversas formas. Por exemplo, a cada lavagem de roupa na máquina de lavar, reutilizar o descarte da água limpa para lavar quintal, rua e até uma nova leva de roupa.
2. Verifique vazamentos
Esse tópico é mais perceptível após chegar a conta de água , devido ao aumento no preço padrão. Por isso, esteja sempre atento a esse ponto, pois vazamentos são normais de ocorrer, principalmente nos banheiros de casa.
3. Conscientize-se quanto ao banho
Tomar banho é uma prática essencial para qualquer ser humano. Porém, se passar do limite no box, muita água é desperdiçada. Portanto, seja prático e rápido; caso precise demorar em alguma etapa, desligue o chuveiro. Para se ter noção, um banho de 15 minutos, com o registro meio aberto, consome 135 litros de água. Se fechar o registro ao se ensaboar e reduzir o tempo do banho para 5 minutos, seu consumo cai para 45 litros, segundo a Sabesp.
4. Use balde em vez de mangueira
Não é necessário usar mangueira para lavar o carro ou para lavar a calçada. É possível efetuar essas práticas utilizando balde e pano ou até água reutilizável da máquina de lavar. Logo, tenha consciência de quando e por que usar.
5. Opte por empresas que tenham conscientização em relação ao meio ambiente
Por fim, outra forma de olhar para as urgência do meio ambiente e da água é conhecer empresas que prezam essas práticas e que reformulem um projeto próprio para recolocação de produtos e alimentos, causando menor desperdício de água. Fique atento às práticas empresariais.
Por Carolina Montuori
Fonte: Saúde
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.