Saúde
O vinho tinto e nossos dentes
O vinho contém compostos conhecidos como cromógenos, que são pigmentos altamente coloridos que podem se depositar nos dentes . Esses compostos têm a capacidade de se ligar à superfície do dente e penetrar nas camadas porosas do esmalte dental, causando manchas difíceis de serem removidas.
Além disso, o vinho tinto também é ácido e pode causar uma erosão do esmalte dental com o tempo. Quando o esmalte é danificado, ele pode ficar mais poroso, o que facilita a penetração de pigmentos e manchas nos dentes.
Outro fator que contribui para o aparecimento de manchas nos dentes é o consumo frequente dessas bebidas, pois quanto mais contato com os dentes, maior a chance de pigmentação
O esmalte dental é a parte mais externa do dente e a parte mais afetada pelo vinho. Mesmo que o esmalte seja o tecido mais duro do corpo, ele é extremamente suscetível à erosão causada por ácidos, um componente de todos os vinhos. Após sofrer essa erosão, o interior do dente, que é bem mais suscetível que o esmalte, fica exposto. Quanto mais esse esmalte se desgasta em direção ao interior do dente, mais suscetível você fica às cáries.
A primeira preocupação quando falamos de dentes e vinho, obviamente, é a coloração. A boca manchada de vinho pode trazer algum constrangimento a curto prazo, mas pode ocasionar dentes manchados a longo prazo.
O vinho tinto tende a receber toda a culpa por manchar os dentes, mas não são apenas os cromógenos que podem formar essas manchas, o ácido presente no vinho, que pode desgastar o esmalte dental e tornar os dentes mais suscetíveis às cáries, também é em grande parte responsável por promover a coloração escura.
É tão simples quanto os hábitos básicos de higiene bucal que aprendemos quando crianças, como escovar os dentes ao menos duas vezes ao dia, usar fio dental diariamente, seguir uma dieta balanceada e consultar o dentista regularmente. O mesmo acontece com o açúcar. Nós não dizemos aos pacientes para parar de comer açúcar, mas ensinamos a eles como cuidar dos dentes.
Embora o instinto seja escovar os dentes no exato momento em que vemos essas manchas, especialistas recomendam que você escove os dentes antes de beber (para minimizar a quantidade de pigmentos que podem aderir aos dentes) e que, depois de beber vinho, espere até 30 minutos para escovar novamente.
Logo depois de beber vinho, ou entre as taças, se você tomar um gole de água, acabará com muitas dessas manchas, esta prática não é recomendada apenas para eliminar manchas de vinho. Como a água é uma substância neutra, nem ácida e nem básica, ela ajuda a restaurar os níveis normais de pH na boca após a ingestão de vinho, o que ajuda a afastar as bactérias que amam ácidos e podem causar cáries.
A água também ajuda a estimular o fluxo de saliva, que é fundamental para combater bactérias nocivas e manter o nível ideal de pH. É por isso que, entre outras razões, além de bebermos água juntamente do vinho, também devemos encontrar algum alimento para acompanhá-lo. O ato de mastigar estimula a produção de saliva.
O queijo, por exemplo, é um ótimo acompanhamento, por não possuir pigmentos que mancham os dentes, não ser ácido e, é claro, por harmonizar especialmente bem com vinho.
Mesmo com essas informações, não deixe de consultar seu dentista sobre um tratamento profissional para mais informações e até um clareamento nos dentes.
Lembrando também que o consumo de vinho em excesso pode trazer diversos problemas sérios de saúde, então beba sempre com moderação.
Fonte: Saúde
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.