Saúde
Vacinação contra gripe começa hoje no Brasil; veja grupos prioritários
Nesta segunda-feira (10) começa em todo o Brasil a 25ª Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza , o vírus da gripe . O objetivo da ação, conforme o Ministério da Saúde , é imunizar ao menos 90% dos 81,8 milhões de brasileiros que fazem parte dos grupos prioritários.
A proteção anual contra a influenza é necessária para evitar hospitalizações e óbitos pela gripe em meio ao avanço da disseminação do vírus, que ocorre com a chegada do inverno no país, em junho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, entre 5% e 10% da população mundial são infectadas pelo vírus — e até 650 mil pessoas morrem em decorrência da contaminação.
No ano passado, o Brasil registrou um total de 10,5 mil internações e 1.430 óbitos associados à doença.
Até o dia 31 de meio, a campanha é destinada ao grupo prioritário, ou seja, que tem maior risco de desenvolver um quadro grave da doença. Essas pessoas podem buscar o posto de saúde mais próximo para receber a vacina.
O imunizante é chamado de trivalente e é produzido pelo Instituto Butantan, em São Paulo. Ele protege contra as três principais cepas do vírus: Influenza A/H3N2, Influenza A/H1N1 e Influenza B/Victoria.
Já as pessoas que forem recorrer à vacina oferecida pela rede privada, ainda terão proteção contra a variante B/Yamagata, além das anteriores.
O imunizante é administrado em dose única e pode ser aplicado na mesma ocasião de outras vacinas, como a da Covid-19 , sem problemas. Crianças a partir de seis meses, no entanto, que vão receber a proteção pela primeira vez, devem receber a vacina em esquema de duas doses, com a segunda no intervalo de 30 dias após a primeira, conforme recomendação do Ministério da Saúde .
Um dos objetivos e desafios da campanha deste ano é atingir a meta de 90% do público-alvo imunizado — o equivalente a 79,5 milhões de brasileiros —, o que não foi alcançado nos últimos dois anos. Em 2021 e 2022, a cobertura vacinal foi, respectivamente, de 72,8% e 68,1%.
Confira, abaixo, a lista das pessoas inclusas nos grupos prioritários para receber a vacina da gripe:
- Idosos com 60 anos e mais;
- Trabalhadores da saúde;
- Crianças (6 meses a 5 anos);
- Gestantes;
- Puérperas;
- Povos indígenas;
- Professores;
- Pessoas com comorbidades;
- Pessoas com deficiência permanente;
- Caminhoneiros;
- Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário passageiros urbano e de longo curso;
- Trabalhadores portuários;
- Forças de segurança e salvamento;
- Forças armadas;
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- População privada de liberdade com mais de 18 anos de idade;
- Adolescentes e jovens em medidas socioeducativas.
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Fonte: Saúde
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.