TECNOLOGIA
Quase 20% dos brasileiros ainda não têm acesso à internet
19% dos brasileiros não são usuários da internet e 20% dos domicílios do país não têm acesso à rede, de acordo com dados da pesquisa TIC Domicílios 2022, divulgada nesta terça-feira (16) pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
Entre 2015 e 2020, o acesso à internet no Brasil aumentou de 51% dos domicílios para 83%. Desde então, porém, a taxa caiu 1% ao ano e, em 2022, 81% dos lares do país tinham acesso à internet.
Evidenciando a desigualdade social, essa taxa é menor para determinados públicos. Entre domicílios das classes D e E, 60% têm acesso à internet, contra 100% dos lares da classe A.
O acesso também é menor em domicílios da zona rural (68%), do Norte (76%) e do Nordeste (78%). Dentre as regiões do país, a que tem maior taxa de acesso é o Centro-Oeste, com 83% dos lares conectados.
“Embora essa diferença da presença da internet nos domicílios de cada região venha se reduzindo ao longo dos anos da série histórica da pesquisa, quando olhamos para o tipo da conexão principal, é possível observar algumas diferenças”, destaca Fabio Storino, coordenador da pesquisa TIC Domicílios.
Na região Sul, por exemplo, 72% dos domicílios têm como conexão principal a fibra óptica ou cabo. Já na região Norte, essa taxa cai para 58%, e 27% dos lares têm como acesso principal as redes móveis. “Isso tem um impacto para o tipo de atividade que se faz, para a disponibilidade de dados, velocidade e outras questões que influenciam o tipo de acesso que se tem nesses domicílios”, avalia Fabio.
Indivíduos que acessam à internet
Além de analisar os domicílios, a pesquisa também levanta dados sobre o acesso individual à internet. Nessa categoria, 81% dos brasileiros acessam à rede, mas isso também se dá de forma bastante desigual.
Algumas das populações que têm menos acesso à internet são:
- analfabetos, dos quais 29% acessam à internet, contra 95% das pessoas com ensino superior;
- pretos, com 76% de acesso, contra 82% de brancos;
- idosos com mais de 60 anos, com 43% acessando a internet, contra 94% das pessoas entre 16 e 24 anos;
- pessoas das classes D e E, com 66% de acesso, contra 95% de pessoas conectadas na classe A;
- moradores da zona rural, com 72% de conexão, contra 82% na zona urbana.
De todas as pessoas que acessam a internet no Brasil, 62% utilizam a rede exclusivamente pelo celular. Em alguns grupos, essa taxa é bastante superior, como analfabetos (92%), idosos (75%), pessoas das classes D e E (84%) e moradores da zona rural (78%).
“Onde há menor proporção de usuários de internet, onde há alguns indícios de maiores barreiras ao acesso, também são os mesmos estratos onde temos a maior proporção de usuários de internet que acessam exclusivamente pelo celular”, analisa Fabio, que reforça que o acesso exclusivo pelo celular influencia as atividades que as pessoas podem executar na internet, representando um limite no acesso.
Dispositivos que acessam a internet
No Brasil, 99% dos usuários de internet acessam a rede pelo smartphone. Desde 2020, a TV assumiu como o segundo dispositivo mais usado para acessar a internet. Em 2022, 55% dos usuários declararam acessar a rede pela TV (em 2015, essa taxa era de 13%).
Enquanto houve a ascensão das televisões, o computador tem sido cada vez menos utilizado pelos usuários. Em 2015, 65% das pessoas acessavam a internet por ele; em 2022, essa taxa foi de 38%. Em quarto lugar, aparecem os consoles de videogame, acessados por 10% dos usuários de internet, taxa que se manteve estável ao longo dos anos.
Fonte: Tecnologia
TECNOLOGIA
Meta, Google e OpenAI firmam compromisso por IA mais responsável
As sete principais empresas de inteligência artificial (AI) dos Estados Unidos concordaram nesta sexta-feira (21) em adotar uma série de medidas para desenvolver seus sistemas de forma mais responsável. O acordo foi realizado entre as companhias e o governo dos Estados Unidos.
Dentre os compromissos aceitos pela Amazon, Anthropic, Google, Inflection, Meta, Microsoft e OpenAI, estão investimentos em cibersegurança, realização de testes envolvendo aspectos de discriminação nos sistemas de IA antes de seus lançamentos, e um novo sistema de marca d’água em conteúdos gerados por IA.
Este último compromisso é uma forma das empresas sinalizarem que um texto, áudio, vídeo ou foto foi gerado por uma inteligência artificial, evitando que usuários acreditem, por exemplo, em deepfakes. As empresas ainda trabalham para implementar as novidades.
Por se tratar de um compromisso voluntário, a medida não é considerada uma regulação das empresas de IA, já que não há consequências para o descumprimento das promessas.
Em paralelo à medida do governo, o Congresso dos EUA estuda propor uma lei para regulamentar sistemas de IA.
No Brasil, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou no início de maio um projeto de lei para regulamentar sistemas de inteligência artificial. Por enquanto, a matéria ainda não tem data para ser votada.
Fonte: Tecnologia