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Minas Gerais

​Trajeto Moda resgata autoestima e garante profissão e renda a mulheres em situação de vulnerabilidade

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“Pense em uma pessoa desacreditada, que já sofreu todos os tipos de violência, quase alcoólatra, que não tinha coragem de chegar na janela de casa. Hoje estou aqui, entendendo de moda, aprendendo a costurar, convivendo com outras pessoas. Para mim, tudo se transformou, realmente mudou a minha vida”. O relato emocionado é de Glaucia Botelho, moradora de Couto Magalhães, no Vale do Jequitinhonha, uma das 250 mineiras já beneficiadas em 19 municípios pelo projeto Trajeto Moda, do Governo de Minas.

Nesta segunda-feira (28/8), o programa chega a Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e, ainda neste ano, será levado a mais três municípios no estado: Frei Gaspar, Governador Valadares e Serro.

A iniciativa busca promover qualificação profissional, inserção produtiva e empoderamento feminino, proporcionando a transformação pessoal de mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade social, como as que se encontram em situação de violência doméstica, mães solos ou as que vivem em insegurança alimentar.

Com aporte de R$ 5,2 milhões, o projeto, lançado em abril deste ano e coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese-MG), está em fase de interiorização. Até 2024, deve beneficiar 500 mulheres, alcançando 35 municípios mineiros. O projeto piloto foi executado na cidade de Belo Horizonte em 2021, beneficiando 17 mulheres.

“Esse projeto não é só qualificação em costura. É mais do que isso, ele dá direito às mulheres, mostrando o que é empreendedorismo, liderança e educação financeira, para que essa mulher se transforme, se torne uma profissional e gere renda. Esse é o nosso objetivo: tirar as pessoas da vulnerabilidade”, enfatiza a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá.

Moradora do município de Coluna, no Vale do Rio Doce, Ana Angélica, está entusiasmada com a possibilidade de geração de renda para as mulheres da cidade. “Vamos ter o ofício do corte e costura e estaremos capacitadas para isso. Logo depois do curso, formaremos uma associação que terá um reflexo muito positivo para as famílias, com empoderamento, autonomia e melhora da autoestima das mulheres. Estamos com o coração bem quentinho”, comemora.

Qualificação para autonomia

O Trajeto Moda utiliza metodologia inédita para qualificar mulheres socialmente vulneráveis para o mercado da moda, um dos setores que mais gera emprego no Brasil, e propõe ações contínuas para desenvolver autonomia, cidadania e independência financeira.

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A seleção das mulheres para participar do projeto é realizada em parceria com os municípios, especialmente pelas equipes dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), que também colaboraram na construção dos conteúdos programáticos que serão ministrados, atendendo as demandas emergenciais de cada cidade.

“O projeto vai muito além de capacitar essas mulheres para gerar renda. Vem para trazer autonomia e mostrar que são capazes, podem ter uma profissão e ajudar a própria família”, salienta o subsecretário de Inclusão Produtiva, Trabalho, Emprego e Renda, Arthur Hélio Albergaria Campos.

Etapas do projeto

O projeto é desenvolvido em três módulos: capacitação em costura, cidadania, inteligência emocional e criação de negócio; qualificações específicas, além de assessoramento, desenvolvimento profissional, estruturação e comercialização.

O primeiro módulo está em execução nos municípios de Almenara, Ataléia, Bonito de Minas, Carlos Chagas, Coluna, Couto de Magalhães, Diamantina, Francisco Sá, Guaraciama, Joaíma, Mata Verde, Muriaé, Novo Cruzeiro, Pedras de Maria da Cruz, Rio Vermelho, Rubelita, Salinas, Taiobeiras e Varzelândia e Ribeirão das Neves. Mas ainda neste ano chegará a Frei Gaspar, Governador Valadares e Serro.

Nesses municípios, as mulheres atendidas estão sendo capacitadas na prática da costura, com aprendizado do manuseio das máquinas industriais para confecção de peças básicas. Elas também recebem orientações sobre cidadania e inteligência emocional, bem como sobre assuntos ligados à autoestima, convivência em grupo, conscientização sobre seus direitos e deveres e sobre a identificação de ciclos de violência doméstica e acolhimento de mulheres na rede assistencial.

Outro foco desta fase do projeto é o oferecimento de oficinas para a criação de negócios, que têm como foco desenvolver habilidades do comportamento empreendedor nas participantes, simulando a criação de um negócio ou novo produto, por meio da identificação e direcionamento de oportunidades para a produção local.

“A gente trabalha também toda a parte emocional, mostrando para essas mulheres a capacidade que elas têm. A gente consegue trabalhar não apenas o ofício, mas como ela vai aplicar o que aprendeu no curso, gerando renda e independência financeira”, pontua Wanêssa Cabidelli, coordenadora do projeto.

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Investimento e expansão

Dos R$ 5,2 milhões, a Sedese investiu, até o momento, R$ 1,8 milhão para a expansão do projeto. Parte deste recurso foi direcionado à compra de 159 máquinas que vão auxiliar os municípios a montar espaços colaborativos de costura e garantir a contratação dos cursos técnicos de qualificação. Além disso, foi empregado também na contratação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que oferece os cursos de capacitação.

A entrega dos maquinários e a disponibilização dos cursos compreendem a primeira de uma série de ações para o desenvolvimento do projeto, que conta ainda com outras etapas definidas de acordo com as especificidades e realidades locais dos municípios.

Até 2024, outros R$ 3,4 milhões de recursos da Loteria Mineira serão investidos na expansão do Trajeto Moda para mais 11 municípios: Buritizeiro, Capitão Enéas, Caraí, Catuji, Crisólita, Felisburgo, Frei Lagonegro, Igarapé, Monte Azul, Ouro Verde de Minas e Uberaba. Além de permitir a ampliação de cidades atendidas, o novo aporte apoiará também a conclusão nos 24 municípios onde o projeto já está sendo executado.

“Os resultados são muito positivos em todos os municípios atendidos pelo projeto. São relatos de autonomia e autoestima que essas mulheres ganham a partir do momento em que entram e iniciam as aulas. Nossa ideia é expandir e levar para todas as regiões de Minas Gerais”, explica Arthur Albergaria, subsecretário de Inclusão Produtiva, Trabalho, Emprego e Renda.

O Trajeto Moda

A iniciativa da Sedese, inicialmente inserida no programa estratégico Percursos Gerais: Trajetória para a Autonomia, surgiu a partir do Mapa Falado, realizado pela Sedese em 16 municípios de baixo IDH-M da Diretoria Regional de Teófilo Otoni, município que registrava expressivos índices de violência doméstica. Diante dessa realidade, foi diagnosticada a necessidade específica de criar uma ação voltada para mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade.

O formato do Trajeto Moda foi desenvolvido em parceria inédita com empresários, acadêmicos e profissionais do mercado da moda. Em 2021, esses parceiros ajudaram a realizar o projeto piloto, em Belo Horizonte, com a participação de dez mulheres do Aglomerado da Serra e sete representantes regionais que contribuíram na adaptação da metodologia para ser aplicada no interior do estado em 2023.

Fonte: Agência Minas

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Brasil e Mundo

Descobrindo Ouro Preto: História, Cultura, Gastronomia e Cautela

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Visitar Ouro Preto, no coração da mineiridade, é viajar no tempo. Fundada em 1711, essa joia do barroco brasileiro preserva a rica história da mineração (o ciclo do ouro no país), o encanto da literatura, foi nestas terras que Tomás Antônio Gonzaga viveu seu grande amor com Marília de Dirceu, inspirando uma das obras mais marcantes da literatura mundial, a genialidade de mestres como, Antônio Francisco Lisboa; o Aleijadinho, um dos maiores mestres da arte barroca no Brasil e claro, Tiradentes, uma figura central na história do Brasil, que tem uma forte conexão com Ouro Preto, antiga Vila Rica, que foi o cenário principal da Inconfidência Mineira, movimento de resistência à exploração colonial portuguesa.

Além disso Ouro Preto respira arte e festas. A cidade comemorou no último dia 18 de novemebro o aniversário de 210 anos de Aleijadinho, um evento que celebrou a arte, a cultura e a história da cidade. Durante uma visita na cidade, a nossa equipe conversou com o Ouro-pretano, Mauro Francisco de Souza Silva, conhecido por Mauro Amorim que é o organizador da 45ª  Semana do Aleijadinho 2024 e Coordenador do CPP da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto.

confira o vídeo abaixo para saber mais sobre essa celebração que ressalta o legado de um dos maiores artistas do Brasil.

 

A riqueza cultural de Ouro Preto também pode ser vista nas galerias e exposições. Visitamos uma mostra de desenhos de um renomado artista local, falecido aos 94 anos; José Pio Monte.

“A Arte de JPio” é uma exposição, retrospectiva dos trabalhos artísticos e dos desenhos técnicos de Zé Pio e promove o resgate de peças industriais e a planificação de estruturas não mais existentes em Ouro Preto: o artista apresenta obras produzidas desde a década de 1970 nas técnicas óleo sobre tela, bico de pena, nanquim aguada, lápis e giz pastel. Na exposição que aconteceu na última semana desenhos em bico de pena despertaram ainda mais a paixão do público pelo artista. Durante a exposição, conversamos com o filho do artista, que compartilhou histórias emocionantes sobre o trabalho de seu pai e sua ligação com a cidade.

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confira o vídeo abaixo do engenheiro José Carvalho Monte, que ressalta o legado de seu pai, um dos maiores artistas do Brasil.

Outra experiência marcante foi a visita a uma mina histórica de extração de pedras preciosas e ouro. Apesar de sua beleza e riquezas naturais, Ouro Preto carrega em suas raízes uma história de exploração. Durante o auge do ciclo do ouro, milhares de pessoas ( inclusie crianças) foram escravizadas para trabalhar em condições insalubres, extraindo riquezas destinadas à Coroa Portuguesa. Essa herança de sofrimento contrasta com o esplendor de magia da cidade, que hoje se destaca como um dos maiores patrimônios históricos do Brasil. Para se ter uma ideia da crueldade, a expectativa de vida dentro das minas era inferior há 5 anos.

Com tanta história provavelmente deu água na boca e vontade de saborear essa cidade, e claro, Ouro Preto encanta também pelo paladar. A cidade oferece uma gastronomia rica e diversificada, com restaurantes que agradam a todos os gostos. Seja para um jantar romântico, um momento em família ou uma reunião entre amigos, os ambientes são aconchegantes e acolhedores. Além da tradicional e deliciosa comida mineira, há opções de culinária internacional que tornam a experiência ainda mais especial.

Com cerca de 74 mil habitantes, Ouro Preto une história, cultura e sabores únicos, sendo um destino que marca para sempre quem passa por lá. Fique atento para aproveitar sua viagem com responsabilidade e desfrute de tudo o que essa cidade extraordinária tem a oferecer e antes de pegar a estrada escoha sua pousada preferida e seja cauteloso na contratação de guias, nem tudo que se vê e ouve pode ser verdade, na dúvida: pesquise. Boa viagem!

 

 

Saiba Mais sobre Tiradentes

Conexão de Tiradentes com Ouro Preto

• Inconfidência Mineira: Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, era um dos líderes do movimento que buscava a independência de Minas Gerais e a autonomia do Brasil em relação a Portugal. Ouro Preto, como capital da capitania, era o centro das discussões e conspirações da Inconfidência.
• Prisão de Tiradentes: Embora tenha sido capturado no Rio de Janeiro, muitas das articulações da Inconfidência aconteceram em Ouro Preto, onde residiam vários inconfidentes.

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Pontos Históricos Relacionados

1. Casa dos Contos: Era usada como casa de fundição e prisão temporária de alguns inconfidentes. Hoje é um museu que retrata a história da economia brasileira no período colonial.
2. Museu da Inconfidência: Localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia, guarda documentos, objetos e memórias dos inconfidentes, incluindo homenagens a Tiradentes.
3. Igreja de São Francisco de Assis: Essa igreja barroca é uma das obras-primas de Aleijadinho e representa a riqueza e a religiosidade da época, contextos que influenciaram os movimentos sociais.

Legado de Tiradentes

Tiradentes é considerado um mártir da independência brasileira. Sua memória é honrada em Ouro Preto por meio de eventos culturais, como a Semana da Inconfidência, realizada em abril, e pelo reconhecimento do seu papel como símbolo de liberdade.

A cidade, com sua arquitetura colonial preservada, oferece uma viagem no tempo, permitindo compreender melhor os ideais e o sacrifício de Tiradentes em um momento crucial da história do Brasil.

greja Nossa Senhora da Conceição é uma das referências da arquitetura e da história de Ouro Preto. Depois de quase uma década em reforma, o santuário com os restos mortais do mestre Aleijadinho vai ser reaberto ao público, em Ouro Preto

Pintura de Manuel da Costa Ataíde no teto da Igreja de São Francisco de Assis.
Além das pinturas que dominam todo o teto, a Igreja de São Francisco de Assis ainda conta com adornos em ouro e prata e esculturas de Aleijadinho, escultor e arquiteto responsável também pelo projeto dessa mesma igreja. Aleijadinho (cujo nome de batismo era Antônio Francisco Lisboa), ao lado de Manuel da Costa Ataíde e Mestre Valentim, formou o principal grupo de artistas do barroco mineiro.

Museu da Inconfidência é um museu histórico e artístico que ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e mais quatro prédios auxiliares na cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. O museu é dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira e também oferece um rico painel da sociedade e cultura mineiras no período do ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII, incluindo obras de Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho. Localiza-se na praça Tiradentes, em frente ao monumento a Joaquim José da Silva Xavier, o mais famoso ativista da Inconfidência.

Este relógio de fabricação inglesa pertencia a Joaquim José da Silva Xavier e estava com ele no momento da prisão. Foi leiloada pela coroa e passou pelas mão de particulares até 1953, quando JK o adiquiriu para o museu da Inconfidência. Ao lado um boticão que permitia a Tiradentes usar uma técnica rudimentar muito peculiar para o época que poucos conheciam para extrair dentes daqueles que visitam seu consultório.

Peças da forca utilizada para o suplício de Tiradentes

O Museu da Inconfidência cuida de obras do século XVII, XVIII e XIV é aberto ao público em horários disponivéis no site oficial.

Minas onde eram praticadas a extração de pedras preciosas: O lugar é uma verdadeira volta ao passado, quando o comércio de Ouro Preto, entre os séculos XVIII e XX, era voltado para a busca de metais e pedras preciosas. A visita à Mina da Passagem se difere das demais por ser uma mina industrial.

Não há informações sobre uma pintura de Tomás Antônio Gonzaga e Marília de Dirceu exposta na Casa do Ouvidor em Ouro Preto, mas aqui estão algumas informações sobre o poeta e a obra Marília de Dirceu:
Tomás Antônio Gonzaga foi um poeta que escreveu Marília de Dirceu, uma obra que conta a história do amor idealizado entre Dirceu e Marília.

A construção do século XVII abrigou a Ouvidoria de Vila Rica e foi residência do poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga quando este exerceu o cargo de ouvidor-geral, de 1782 a 1788. Tomás Antônio Gonzaga, o Dirceu de Marília, expressão máxima do arcadismo brasileiro, é autor das Cartas Chilenas, poema satírico em forma de cartas. A casa de Gonzaga é um dos locais onde, provavelmente, se reuniam os inconfidentes, que planejavam a separação de Minas Gerais da Coroa Portuguesa e a criação de uma república. Tomás Antônio Gonzaga foi preso em 23 de Maio de 1789 e degradado para Moçambique onde advogou e foi juiz da Alfândega de Moçambique. Faleceu em 1810.

A Igreja de São Francisco de Assis é a igreja que pode ser vista da janela da casa de Tomás Antônio Gonzaga em Ouro Preto, Minas Gerais.

“Esta é a prensa utilizada em atividades topográficas, peça central da imprensa periódica de Ouro Preto. A história começou com o Copilador Mineiro, em 1823, e mais de 80 jornais foram publicados até 1889, com periodicidade irregular. Esses jornais marcaram uma era decisiva para o debate de ideias, abordando temas que iam das questões nacionais às provincianas. Conservadores, liberais, monarquistas, republicanos, abolicionistas e escravocratas se enfrentavam nas páginas, moldando a política e a literatura que ecoam até hoje.”

Imagem de Nossa Senhora das Dores esculpida na madeira, do artista mineiro Fernando Pedersini, foi exposta no Santúario Matriz Nossa Senhora da Conceição em Ouro Preto durante a exposição “Do Conto ao Ponto”.

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