Tribunal de Contas
TCEMG determina ressarcimento de mais de 120 mil reais em Ituiutaba
O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, através da Primeira Câmara, determinou que um ex-servidor da Prefeitura Municipal de Ituiutaba restitua aos cofres municipais mais de 120 mil reais por irregularidades no recebimento de recursos de taxas de estacionamento em vias públicas. A decisão foi tomada no julgamento de uma tomada de contas especial realizada pela prefeitura, que atribuiu toda a responsabilidade ao seu ex-servidor Dener Lacerda Queiroz, agente de operação e fiscalização de trânsito à época dos fatos. O valor apurado foi de R$ 120.634,80, que será atualizado monetariamente e acrescido de juros de mora.
Os membros da Primeira Câmara aprovaram por unanimidade o voto do relator do processo nº 1.114.358, conselheiro Durval Ângelo, que também presidiu o colegiado em sessão ordinária realizada ontem (24/08/2023). A tomada de contas foi instaurada em 2020 pelo então prefeito Fued José Dib “com a finalidade de apurar eventuais irregularidades, quantificação do dano, bem como a identificação dos responsáveis pela venda de Tickets da Área Azul com recebimento em dinheiro em espécie dentro da Secretaria Municipal de Transito, Transporte e Mobilidade, em desobediência ao rito estabelecido no edital nos exercícios de janeiro de 2015 a dezembro de 2018”.
As irregularidades foram identificadas em 2019 pelo secretário municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade e apuradas por uma comissão de sindicância e um processo administrativo. Também foram instaurados processos disciplinares envolvendo vários outros servidores que foram inocentados, recaindo a responsabilidade exclusivamente sobre o agente, que foi demitido em 2020. Na apuração, ficou “comprovado que o servidor Dener Lacerda Queiroz assumiu ser a única pessoa responsável por emitir as guias de arrecadação (DAM) em nome das empresas credenciadas na Secretaria Municipal de Finanças e Orçamento e de recolher o dinheiro das vendas aos cofres públicos”, como informa o voto do relator.
Os responsáveis pela tomada de constas apuraram que o valor indicado representava a diferença entre o que foi arrecadado por 10 agentes credenciados para venda dos tickets e o valor que foi repassado aos cofres públicos.
A tomada de contas foi enviada ao TCEMG, como é determinado pela legislação, e o servidor foi oficiado para proceder à sua defesa, mas “preferiu não se manifestar nos autos operando-se os efeitos da revelia”.
Márcio de Ávila Rodrigues/Coordenadoria de Jornalismo e Redação
Fonte: Tribunal de Contas de MG
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.
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