Rural
Hidrogênio verde pode revolucionar o agronegócio e a economia brasileira
“O hidrogênio verde pode vir a ser a chave para conciliar o progresso econômico e a sustentabilidade na cadeia produtiva agropecuária brasileira”. A afirmação é do presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende.
De acordo com a consultoria alemã Roland Berger, o Brasil tem a possibilidade de se tornar o maior produtor mundial de hidrogênio verde até 2050, gerando uma receita anual de R$ 150 bilhões, com R$ 100 bilhões provenientes das exportações.
Atualmente, o custo de produção de hidrogênio verde no Brasil é estimado em US$ 0,55/kg até 2050, de acordo com projeções da Bloomberg New Energy Finance.
Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro superou as expectativas no primeiro trimestre, registrando um crescimento de 1,9% em relação ao trimestre anterior e de 4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse desempenho destaca a relevância do agronegócio, que cresceu 21,6% e impulsionou a balança comercial, superando outros setores econômicos.
Esses dados colocam o agronegócio como líder no mercado global de hidrogênio verde e, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), existem perspectivas promissoras para a aplicação do hidrogênio na indústria brasileira, particularmente nos setores de refino e produção de fertilizantes, que apresentam potencial imediato para a adoção de alternativas sustentáveis como parte de suas estratégias de descarbonização.
Essas oportunidades incluem a eletrificação de equipamentos agrícolas, o armazenamento de energia renovável, a mobilidade agrícola sustentável, a produção de fertilizantes verdes e a autonomia energética nas propriedades rurais. Além disso, a energia limpa pode ser aplicada em processos de transporte, logística e produção, contribuindo para a redução das emissões de carbono.
Para o presidente do (IA), esses números credenciam o setor a liderar a próxima revolução econômica que deve transformar o Brasil.
“O Brasil, com sua abundância de recursos naturais, está idealmente posicionado para atrair investimentos na indústria de hidrogênio verde. O país possui vastas reservas de energia e água, ingredientes essenciais no processo de produção de hidrogênio verde”, disse Rexende.
“Além disso, conta com uma extensa costa litorânea e uma considerável capacidade de geração de energia limpa. Em 2022, aproximadamente 92% da eletricidade gerada no Brasil provinha de fontes renováveis, colocando o país como o terceiro maior produtor de energia renovável do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e China, e com preços altamente competitivos globalmente”, comemora o presidente do IA.
Vários projetos de hidrogênio estão em desenvolvimento no Brasil, especialmente na região Nordeste, nos estados do Ceará, Pernambuco e Bahia, bem como no Rio de Janeiro. Esses projetos representam um investimento combinado de mais de US$ 20 bilhões. Grandes empresas globais de energia estão investindo em iniciativas de hidrogênio verde no Brasil, reconhecendo o potencial desse combustível sustentável como parte de suas estratégias de descarbonização.
O hidrogênio verde é uma peça fundamental na busca pela redução das emissões de carbono em setores cruciais, como siderurgia, produção de fertilizantes, transporte pesado, navegação, aviação e petroquímica.
Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, a indústria do hidrogênio verde também promete criar empregos e atrair investimentos significativos para a economia brasileira.
O presidente do IA, frisa que para alcançar todo esse potencial, é essencial contar com uma legislação e regulamentação adequadas que criem um ambiente competitivo. “O agronegócio está pronto para contribuir nesse processo e aproveitar a oportunidade que se apresenta no cenário global, mas precisamos de regulamentações que incentivem o homem do campo”, completou Isan.
Fonte: Pensar Agro
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.
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