Rural
Embrapa alerta: excesso de chuva pode facilitar a ferrugem asiática da soja
A excesso de chuvas na região Sul, levanta preocupações quanto à ocorrência de doenças na cultura da soja, com destaque para a ferrugem-asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, alerta a Embrapa Soja.
A ferrugem-asiática é considerada a doença mais devastadora da soja, podendo acarretar perdas de produtividade de até 90% se não for adequadamente controlada. Além do controle com fungicidas, a implementação do vazio sanitário e a prática da semeadura precoce são estratégias essenciais para mitigar o risco da doença, uma vez que as semeaduras iniciais apresentam menor quantidade de esporos do fungo.
Durante a safra, informações sobre a presença da ferrugem-asiática podem ser monitoradas no site do Consórcio Antiferrugem ou por meio de um aplicativo disponível para download na Apple Store ou Google Play. No Paraná, a presença de esporos da ferrugem-asiática em coletores pode ser acompanhada pelo site do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).
Além disso, o excesso de chuvas na região Sul no início da safra pode resultar em problemas como tombamento e morte de plântulas recentemente germinadas, especialmente em solos com drenagem insuficiente. Por outro lado, a escassez de chuvas no Centro-Oeste pode afetar a germinação e o desenvolvimento inicial das plantas.
A Embrapa salienta que os esporos do fungo causador da ferrugem se disseminam facilmente pelo vento, destacando a importância de iniciar o controle preventivo ou nos primeiros sintomas assim que sua presença for identificada na região.
A Embrapa enfatiza que a ferrugem-asiática tornou-se mais difícil de controlar devido à menor sensibilidade do fungo aos fungicidas. Os fungicidas que combatem a doença pertencem a três grupos distintos: Inibidores de Desmetilação (IDM, “triazóis”), Inibidores da Quinona Externa (IQe, “estrobilurinas”) e Inibidores da Succinato Desidrogenase (ISDH, “carboxamidas”). Recentemente, uma nova mutação no fungo afetou a eficácia dos fungicidas contendo os ingredientes ativos protioconazol e tebuconazol (triazóis).
Portanto, a recomendação é utilizar fungicidas com esses ativos em rotação e sempre combinar com fungicidas multissitios, que afetam vários processos metabólicos do fungo, para otimizar o controle da doença.
Fonte: Pensar Agro
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.