Política
RRF vai gerar congelamento de salários do funcionalismo e pode precarizar serviços públicos
A adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) vai penalizar não só servidores públicos estaduais com a possibilidade de congelamento de salários, mas também a prestação de serviços públicos, que vão precisar se adequar a um teto de gastos. Penalizaria ainda os usuários dessas políticas públicas: a população mais vulnerável.
A constatação é de parlamentares e de representantes de servidores públicos estaduais que participaram de audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (7/11/23).
Na opinião dos participantes, outro agravante é que, além de todo esse ônus citado, o RRF não vai solucionar o problema da dívida de Minas Gerais com a União, que vai continuar a crescer ao longo dos anos da vigência do referido regime.
A audiência, solicitada pela presidenta da comissão, deputada Beatriz Cerqueira (PT), foi acompanhada por representantes de 26 entidades ligadas a servidores públicos estaduais de variadas categorias e poderes que lotaram o Auditório José Alencar e o Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira. Esses servidores estão participando ao longo do dia de mobilização contra o RRF.
Para a adesão do Estado ao RRF, o governo depende de autorização da Assembleia por meio do Projeto de Lei (PL) 1.202/19, cujo autor é o governador Romeu Zema. A proposição está na pauta de reunião da Comissão de Administração Pública, agendada também para esta terça (7), às 14h30, no Plenarinho IV. A matéria já recebeu aval da Comissão de Constituição e Justiça na semana passada.
Modelo seria falho
Economista e coordenador técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Sind-Ute/MG, Diego Oliveira, enfatizou que o modelo do RRF é falho.
Nesse sentido, ele argumentou que o RRF não vai impedir que a dívida de Minas aumente nos anos de vigência, dos atuais R$ 169 bilhões, para, no mínimo, R$ 210 bilhões.
Diego Oliveira ainda ressaltou que o plano é apenas protocolar porque considera um cenário econômico que pode mudar, impactando, inclusive, no montante da dívida. Ele exemplificou que nunca, na história do País após o Real, nove anos se passaram com IPCA – o índice oficial de inflação do Brasil – a 3%, como está sendo previsto.
“O período com inflação mais baixa foi de 2006 a 2014, em que a inflação variou de 3,14% a 6,5%, uma média de 5,37%”, explicou.
Além disso, como disse, o Plano de Recuperação Fiscal coloca o ônus da dívida do Estado com a União nas mãos dos servidores públicos e na prestação de serviços públicos.
“Em caso da adesão ao RRF, é permitida a concessão de reajuste até o limite da inflação em todos os anos, mas o governo está propondo dois reajustes de 3% cada, um em 2024 e outro em 2028”, salientou, acrescentando que isso ainda está condicionado ao teto de gastos, o que na prática pode representar ainda um valor menor.
No caso da educação, conforme contou, os recursos previsto para 2024 apresentam uma variação de 4,75%, acima portanto do IPCA previsto. Dessa forma, eles precisariam ser revistos para adequação ao teto de gastos, comprometendo a área.
Experiência do Rio de Janeiro
Presidente da Associação do Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Vinicius Zanata falou que o Rio de Janeiro foi o laboratório do RRF e que a experiência tem sido desastrosa.
Ele citou como consequências do RRF no Rio a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e o desmonte do serviço público. Outro aspecto destacado diz respeito ao valor da dívida do Rio com a União que só aumentou, mesmo com a adesão.
Impacto no salário dos servidores
Presidente do Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado de Minas Gerais, Hugo René de Souza, pediu a união dos servidores estaduais em torno da causa, independente da carreira e do poder, porque o RRF vai impactar em cada um.
Ele ainda acrescentou que 64% dos municípios do País sobrevivem a partir do salário do funcionalismo, que movimenta o comércio local. Segundo Hugo René, ao fim de nove anos do RRF, o salário do servidor vai cair pela metade e ele vai perder poder de compra, o que também vai impactar no comércio das cidades e em sua economia.
Também conclamou a união de todos os servidores estaduais contra o RRF a diretora de Assuntos da Mulher Policial da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, Aline Rise.
Coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Denise Romano, também questionou o motivo de a conta recair sobre os servidores.
Diretora da Secretaria de Organização do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais, Núbia Roberta Dias, relatou que a estimativa é de que, no período de vigência do RRF, a perda salarial para os servidores da saúde seja de 68% e que haja ainda mais terceirizações na área.
Presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância do Estado, Eduardo Mendonça, questionou a recuperação fiscal. “Que recuperação fiscal é essa que aumenta a dívida? Vende estatal, precariza serviço público e, ainda assim, a dívida aumenta”.
Deputados reafirmam luta contra RRF
A deputada Beatriz Cerqueira enfatizou que a audiência acontece em um dia de greve e paralisação de diversos servidores públicos.
Ela ainda disse que o Plano de Recuperação Fiscal impôs limite de crescimento da folha de pessoal, com por exemplo, promoção e progressão e, nesse sentido, pode gerar congelamento das carreiras.
Concordou com ela o deputado Sargento Rodrigues (PL), que destacou que os primeiros penalizados pelo RRF serão os servidores, mas que depois a conta vai chegar para os mais vulneráveis, que acessam os serviços públicos. O parlamentar enfatizou que a dívida de Minas é impagável, e a saída deve ser política.
Fizeram coro às falas citadas os deputados Ulysses Gomes (PT), líder do Bloco Democracia e Luta, Doutor Jean Freire (PT), líder da Minoria, Professor Cleiton (PV), Betão (PT), Leleco Pimentel (PT) e as deputadas Lohanna (PV) e Bella Gonçalves (Psol), bem como o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).
Fonte: Assembleia Legislativa de MG
Política
Secretariado em Arcos é anunciado pela nova gestão
Nesta segunda-feira, 11 de novembro, o Prefeito Eleito Dr. Wellington Roque e o vice Ronaldo Gonçalves apresentaram oficialmente os secretários e secretárias municipais que irão compor o governo de Arcos na gestão 2025/2028.
Este novo time administrativo se destaca pela vasta experiência em gestão de projetos e administração pública, evidenciando um forte compromisso com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social de Arcos.
Pela primeira vez na história do município, o secretariado conta com três mulheres em posições de liderança, incluindo a inédita nomeação de uma Secretária de Fazenda, um cargo historicamente ocupado por homens.
Abaixo, conheça os nomes e cargos do novo secretariado:
• Cláudia Cardoso Soares – Secretária de Fazenda
• Aline Maria Correia Arantes – Secretária de Saúde
• Lilian Teixeira Garcia Gomes – Secretária de Educação
• Dênio Dutra Barbosa – Secretário de Administração
• Rodolfo Geraldo Dalariva Silva – Secretário de Obras e Serviços Públicos
• João Paulo Estevão Rodrigues Roque – Secretário de Governo
• Marlon Batista da Costa – Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável
• Ronaldo Gaspar Ribeiro – Secretário de Integração Social
• Evandro Marinho Siqueira – Secretário de Meio Ambiente
• João Paulo Alves Gomes – Secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo
Com um time preparado e altamente qualificado, a nova administração busca consolidar uma gestão eficiente e inovadora, pronta para atender às demandas da população e promover o crescimento equilibrado e inclusivo de Arcos.
A posse dessa equipe de alto nível será um marco no início de um ciclo de ações voltadas para o fortalecimento do município nos próximos quatro anos.
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