Pesquisar
Close this search box.

Política

Recursos dos royalties devem custear previdência

Publicados

em

Imagem

O deficit da imensa maioria dos regimes próprios de previdência demonstra claramente que faltam recursos para custear o sistema. Com relação ao custeio, já não há mais como ‘espremer’, ampliando a contribuição do ente federativo e do beneficiário, ou mesmo, reduzindo o benefício. A solução seria utilizar recursos dos royalties da extração de petróleo, minérios e mesmo da geração de energia para ajudar no custeio dos Regimes Próprios (RPPS) e Geral da previdência Social (RGPS).

Essa foi a solução apresentada por Marcelo Brito Campos, procurador do Estado de Minas Gerais e presidente do Conselho Deliberativo da Fundação de Previdência Complementar do Estado de Minas Gerais (Prevcom). Junto com outros especialistas no tema, ele participou da segunda parte do debate público na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), sobre a estrutura e o funcionamento dos RPPS, do ponto de vista de desafios, perspectivas e ameaças. O evento foi realizado pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social, a requerimento do seu presidente, deputado Betão (PT).

Botão

Royalties

Para viabilizar a solução apresentada, o procurador defendeu a aprovação de Proposta de Emenda a Constituição (PEC) que altere o seu parágrafo 1º do artigo 20. O dispositivo assegura a todos os entes federativos a participação no resultado da exploração de petróleo, gás natural, recursos hídricos para geração de energia e outros recursos minerais. Dessa forma, defendeu a alteração para que parte da compensação financeira fosse atrelada ao custeio da previdência.

“O bem público gerido por cada ente deve cumprir sua função social e a melhor forma disso acontecer é utilizar esses recursos para a previdência”, propôs. Campos ainda sugeriu que sejam incluídas as empresas que geram energias solar e eólica. E disse que outra medida pode ser tomada em nível estadual, com PEC de teor semelhante. “Não há mais espaço para aumento de custeiro ou redução do valor de benefícios”, reforçou. E acrescentou que também o Imposto de Renda retido na fonte poderia ser destinado, via orçamento, aos regimes próprios.

Leia Também:  Nova varíola: pessoas com HIV devem ser priorizadas na vacinação

Ciência atuarial é solução para corrigir distorções

Rafael Porto de Almeida, atuário formado na UFMG e mestre em Administração e Finanças, apresentou uma visão diferente. Ele avaliou que o momento atual é de preocupação frente ao diagnóstico de incapacidade financeira dos regimes próprios para custear os benefícios de longo prazo. Por outro lado, afirmou que a ciência atuarial é o meio mais apropriado para corrigir as distorções atuais e buscar soluções para cada regime próprio de Estados e de municípios.

Ao fazer um histórico da previdência social no Brasil, ele lembrou que, até a Constituição de 1988, não era exigida contribuição para se aposentar. “Com a Constituição, foi criado o RPPS, com paridade do salário da ativa com o da aposentadoria, mas sem obrigatoriedade contributiva e sem qualquer critério de sustentabilidade ou de equilíbrio financeiro e atuarial”, relatou.

Ainda de acordo com ele, os regimes próprios que foram criados a partir daí não eram embasados por estudos atuariais. Só com a Emenda Constitucional 20, de 1998, é que foram inseridos critérios de sustentabilidade, como a obrigatoriedade contributiva, mas ainda mantendo a paridade e a integralidade (extintas só em 2003). Já em 2008, uma portaria do Ministério da Previdência propôs rever os critérios atuariais dos fundos dos municípios.

Passivo previdenciário

Ele observou ainda que dos mais de 2100 RPPSs do Brasil, 660 (cerca de 30%) não têm recursos suficientes para pagar nem 10% de seu passivo, enquanto apenas 28 (pouco mais de 1%) possuem dinheiro suficiente. No caso de Minas Gerais, de 220 RPPSs, 64 (29%) não conseguiriam arcar com 10% dos benefícios.

Ao abordar casos de municípios que assessorou, Rafael Almeida disse que uma das medidas bastante utilizadas quando há desequilíbrio atuarial é fazer a chamada segregação de massas. Esta é a divisão dos segurados vinculados ao RPPS em dois grupos distintos, os mais jovens num plano financeiro e os idosos num previdenciário.

Leia Também:  Semad realiza operação de fiscalização de recursos hídricos na região Central de Minas Gerais

Porém, ele ressalvou que essa ação não vale para todos os casos. “O que serve para todos é fazer estudos atuariais individualizados para cada plano, cada ente, de acordo com suas capacidades e necessidades”, postulou. Também reforçou ser importante viabilizar a capitalização. “Procrastinar não é boa coisa. Quanto mais cedo se buscar ações rumo à sustentabilidade melhor será o resultado”, concluiu.

Brasil é imprevidente na área previdenciária

O advogado João Carlos Figueiredo, presidente da Associação Brasileira de Instituições de Previdência Estaduais e Municipais (Abipem), concordou com o colega quanto à necessidade de utilizar a ciência atuarial na gestão do sistema previdenciário. No entanto, observou que, historicamente, a adoção do regime próprio não foi feito como uma política de recursos humanos, mas para os estados e municípios economizarem. “Sempre quando entra um prefeito ou governador, entra também uma nova lei de parcelamento dos gastos com previdência”, lamentou.

Na sua opinião, o Brasil foi sempre imprevidente com relação à questão previdenciária. “No passado, tínhamos 7 a 8 trabalhadores para custear cada beneficiário; sobrava dinheiro. O País, em vez de constituir um fundo soberano para pagar benefícios futuros, gastou tudo. E isso impacta hoje no regime atuarial”, constatou. Para ele, o Brasil queima seu futuro rapidamente e deixa para o próximo gestor pagar a conta.

Ainda conforme João Figueiredo, os municípios foram os grandes prejudicados na reforma fiscal, o que vai impactar ainda mais o custeio dos regimes próprios municipais. A proposta de migração para o RGPS (que contemplaria mais de 83% dos municípios) acarretaria um déficit de mais de R$ 1 trilhão nas contas do País, segundo ele.

A solução seria a conscientização dos servidores em prol de um sistema previdenciário equilibrado. “Nem tudo é previsível, mas tudo é administrável; precisamos errar menos para que o futuro seja mais tranquilo”, concluiu.

Fonte: Assembleia Legislativa de MG

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

Política

Secretariado em Arcos é anunciado pela nova gestão

Publicados

em

Nesta segunda-feira, 11 de novembro, o Prefeito Eleito Dr. Wellington Roque e o vice Ronaldo Gonçalves apresentaram oficialmente os secretários e secretárias municipais que irão compor o governo de Arcos na gestão 2025/2028.
Este novo time administrativo se destaca pela vasta experiência em gestão de projetos e administração pública, evidenciando um forte compromisso com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social de Arcos.
Pela primeira vez na história do município, o secretariado conta com três mulheres em posições de liderança, incluindo a inédita nomeação de uma Secretária de Fazenda, um cargo historicamente ocupado por homens.
Abaixo, conheça os nomes e cargos do novo secretariado:
• Cláudia Cardoso Soares – Secretária de Fazenda
• Aline Maria Correia Arantes – Secretária de Saúde
• Lilian Teixeira Garcia Gomes – Secretária de Educação
• Dênio Dutra Barbosa – Secretário de Administração
• Rodolfo Geraldo Dalariva Silva – Secretário de Obras e Serviços Públicos
• João Paulo Estevão Rodrigues Roque – Secretário de Governo
• Marlon Batista da Costa – Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável
• Ronaldo Gaspar Ribeiro – Secretário de Integração Social
• Evandro Marinho Siqueira – Secretário de Meio Ambiente
• João Paulo Alves Gomes – Secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo
Com um time preparado e altamente qualificado, a nova administração busca consolidar uma gestão eficiente e inovadora, pronta para atender às demandas da população e promover o crescimento equilibrado e inclusivo de Arcos.
A posse dessa equipe de alto nível será um marco no início de um ciclo de ações voltadas para o fortalecimento do município nos próximos quatro anos.

Leia Também:  Fiscalização em Serra do Salitre verifica irregularidades no uso de recursos hídricos

Informe Publicitário

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

ALPINÓPOLIS E REGIÃO

MINAS GERAIS

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

MAIS LIDAS DA SEMANA