Minas Gerais
Unimontes divulga resultado do vestibular: 2.559 vagas preenchidas
O clima de alegria e emoção tomou conta do campus-sede da Universidade Estadual de Montes Claros na manhã desta quarta-feira (31/1), quando foi divulgado o resultado do vestibular próprio da Unimontes 01/2024.
Todos estiveram na entrada do prédio da Comissão Técnica de Processos Seletivos (Coteps), responsável pela organização do concurso, para conferir os painéis com as listas dos aprovados.
O resultado também foi disponibilizado no site da comissão: www.coteps.unimontes.br.
Uma das novidades do processo seletivo foi o curso de graduação em Psicologia, que passa a ser oferecido pela Unimontes a partir do primeiro semestre de 2024.
Para o vestibular próprio da Unimontes 01/2024, foram recebidas 39.168 inscrições e aprovados 2.559 candidatos para o preenchimento das vagas oferecidas em 68 cursos de graduação da instituição, contemplando a reserva de vagas e a ampla concorrência, divididos em dois grupos, para o ano de 2024.
Serão preenchidas 1.224 vagas no primeiro semestre e outras 1.335 vagas no segundo semestre.
Primeira e segunda chamadas
Os candidatos aprovados em primeira chamada devem ficar atentos ao prazo para as matrículas, realizadas a partir desta quinta-feira (1/2) até 9/2. As matrículas serão feitas pela internet, pelo site: www.coteps.unimontes.br.
No dia 14/2, será divulgada a lista dos aprovados em segunda chamada. Eles deverão fazer as matrículas nos dias 15 e 16/2, também pelo sistema on-line.
Acesso
“Hoje é um dia muito satisfatório para a universidade pelo fato de vermos a alegria dos aprovados em nosso vestibular. Este é um dia histórico para a nossa instituição”, afirmou o reitor da Unimontes, professor Wagner de Paulo Santiago, que acompanhou a divulgação do resultado do processo seletivo, juntamente com o vice-reitor, professor Dalton Caldeira Rocha, e com a presidente da Coteps, professora Jussara de Carvalho Guimarães.
O vestibular próprio da Unimontes voltou a ser promovido depois de permanecer suspenso por oito anos, período que a instituição adotou o Sistema de Seleção Unificada (Sisu/MEC) para o preenchimento das vagas dos seus cursos de graduação e o Processo Seletivo Seriado para o acesso ao Ensino Superior (Paes) com a última edição em 2021.
“Mais de 95% dos candidatos aprovados em nosso vestibular são de Minas Gerais e a maioria absoluta deles são da área de abrangência da Unimontes. Isso mostra a importância da universidade para as regiões em que atua”, afirmou o professor Wagner de Paulo Santiago.
Na oportunidade, ele anunciou também que a gestão superior da universidade trabalha para o retorno do vestibular seriado, o Processo Seletivo de Avaliação para o Acesso ao Ensino Superior (Paes).
Aprovados
Uma das candidatas vitoriosas, Débora Pereira Mendes, ficou ainda mais emocionada na divulgação do resultado do vestibular próprio da Universidade Estadual de Montes Claros.
Ela conseguiu a aprovação para o curso de Direito noturno, por meio do sistema de reserva de vagas para egressos de escola pública, negro, de baixa renda.
“Minha expectativa em relação ao vestibular da Unimontes foi tão grande que tive que vir pessoalmente conferir o resultado. Estou muito feliz e agradeço a todos os familiares e amigos que torceram por mim”, afirmou Débora, que já é acadêmica do curso de graduação em história na instituição estadual.
Primeiros lugares
Um dos aspectos observados no resultado do vestibular próprio da Unimontes 01/2024 é que dois candidatos ficaram empatados na primeira colocação geral e outros dois estudantes em segundo lugar nos totais de pontos alcançados nas provas de múltipla escolha e de redação.
Os quatro são do curso de Medicina (ampla concorrência) do grupo dois do processo seletivo, com início das atividades letivas previsto para o segundo semestre de 2024.
Em primeiro lugar geral no vestibular 01/2024 da Universidade Estadual de Montes Claros ficaram empatados os candidatos Julia Alves Ferreira Nunes e Lucas da Silva Castro, com 175,112 pontos (em 184 pontos possíveis). Em segundo lugar geral se classificaram as estudantes Maria Eduarda Cabral Desmots e Roberta Correa Figueiredo, com 174,112 pontos.
Fonte: Agência Minas
ENTRETENIMENTO
A Crise das Emendas Parlamentares: Mentiras, Bloqueios e o Debate sobre Transparência
ARTIGO/ Sob o pretexto de garantir maior transparência, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, bloqueou em agosto deste ano a liberação de aproximadamente R$ 25 bilhões em emendas, um gesto que escancarou as fragilidades e controvérsias desse mecanismo tão utilizado no Congresso. No entanto, um fenômeno curioso e preocupante ganhou destaque: a discrepância entre os valores anunciados por deputados em suas bases.
Conforme dados orçamentários, cada deputado possui acesso a cerca de R$ 37 milhões em emendas parlamentares, valor destinado a projetos que supostamente beneficiam suas regiões. Entretanto, não são raros os casos em que deputados inflacionam esses números, anunciando repasses de R$ 100 milhões, R$ 150 milhões ou mais. Essa prática, além de ser enganosa, mostra como a ausência de fiscalização detalhada abre espaço para a manipulação de informações.
Segundo um estudo do Instituto Transparência Brasil, apenas 30% dos eleitores têm acesso real às informações sobre o destino das emendas em suas regiões, e a maioria aceita os números divulgados sem questionamentos.
O ditado “a mentira tem perna curta” parece não se aplicar ao universo político. Na verdade, nessa esfera, a mentira parece correr com facilidade: deputados utilizam a falta de conhecimento técnico da população para perpetuar suas narrativas, enquanto poucos se preocupam em verificar a realidade dos dados.
Esse cenário torna ainda mais urgente a implementação de mecanismos efetivos de rastreamento das emendas parlamentares.
Com a reestruturação, o TCU atuará diretamente para garantir que os recursos sejam destinados às áreas previamente definidas e que os parlamentares não utilizem as emendas de forma clientelista ou irregular. Resta saber se essa transparência será duradoura ou apenas uma resposta momentânea às crises entre os poderes.
Enquanto a nova estrutura avança, fica a reflexão: o caos no uso das emendas foi tolerado por anos. Por que a mudança aconteceu somente agora? A moralidade do processo só é lembrada em momentos de interesse político?
Embora a decisão tenha sido criticada por parte do Congresso, ela expôs uma verdade incômoda: muitos parlamentares dependem exclusivamente das emendas para justificar sua atuação política. O bloqueio gerou tensões entre os Três Poderes e colocou em xeque o equilíbrio institucional, especialmente porque apenas obras emergenciais e projetos em andamento foram liberados.
A decisão de Dino veio acompanhada de uma provocação: por que a transparência não foi exigida antes?
A crise das emendas parlamentares vai além do bloqueio de recursos: ela revela como a opacidade e a manipulação de informações prejudicam o desenvolvimento do país. É essencial que o Congresso, a sociedade e o Judiciário avancem na construção de um sistema orçamentário transparente e rastreável, que impeça o uso indevido de recursos públicos e que garanta a aplicação real em benefícios para a população.
Enquanto isso não acontece, ficamos com uma lição clara: no Brasil, a mentira na política não tem perna curta — ela tem pernas longas, calçadas com sapatos de luxo, e corre bem longe da verdade.
Escrito por Alex Cavalcante Gonçalves – repórter e assessor parlamentar
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