Minas Gerais
Minas mantém saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada
Pelo quarto mês consecutivo, Minas Gerais mantém saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada. Os dados mais recentes do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), referentes a abril, apontam um saldo de 25.868 empregos formais criados no estado no período.
Este número é resultado de 251.622 admissões e 225.754 desligamentos registrados em abril. Nos demais meses do ano, o saldo também foi favorável, totalizando 113.971 vagas criadas e ocupadas em 2024.
Com base nas análises do Novo Caged, Minas Gerais se mantém como o segundo estado do país com maior estoque de empregos, atrás apenas de São Paulo. Um total de 4,8 milhões de pessoas têm carteira assinada em Minas, nos setores público e privado.
Os novos empregados contratados são, em sua maioria, homens de 18 a 24 anos, com ensino médio completo.
Setor em destaque
Todos os cinco grupos econômicos de Minas Gerais registraram um desempenho positivo em abril. A diretora de Monitoramento e Articulação de Oportunidades de Trabalho da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese-MG), Amanda Siqueira Carvalho, aponta que o setor de Serviços foi o grande destaque no mês.
“O setor de Serviços gerou mais de 12 mil vagas no último mês e, no acumulado do ano, mais de 58 mil postos de trabalho. Isso reforça a importância do segmento para a economia e a contribuição para o desenvolvimento do estado”, explica.
O restante do saldo de postos de emprego criados foi composto pelos setores de Construção (5.146), Indústria (3.706), Agropecuária (2.108) e Comércio (2.100).
Fonte: Agência Minas
ENTRETENIMENTO
A Crise das Emendas Parlamentares: Mentiras, Bloqueios e o Debate sobre Transparência
ARTIGO/ Sob o pretexto de garantir maior transparência, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, bloqueou em agosto deste ano a liberação de aproximadamente R$ 25 bilhões em emendas, um gesto que escancarou as fragilidades e controvérsias desse mecanismo tão utilizado no Congresso. No entanto, um fenômeno curioso e preocupante ganhou destaque: a discrepância entre os valores anunciados por deputados em suas bases.
Conforme dados orçamentários, cada deputado possui acesso a cerca de R$ 37 milhões em emendas parlamentares, valor destinado a projetos que supostamente beneficiam suas regiões. Entretanto, não são raros os casos em que deputados inflacionam esses números, anunciando repasses de R$ 100 milhões, R$ 150 milhões ou mais. Essa prática, além de ser enganosa, mostra como a ausência de fiscalização detalhada abre espaço para a manipulação de informações.
Segundo um estudo do Instituto Transparência Brasil, apenas 30% dos eleitores têm acesso real às informações sobre o destino das emendas em suas regiões, e a maioria aceita os números divulgados sem questionamentos.
O ditado “a mentira tem perna curta” parece não se aplicar ao universo político. Na verdade, nessa esfera, a mentira parece correr com facilidade: deputados utilizam a falta de conhecimento técnico da população para perpetuar suas narrativas, enquanto poucos se preocupam em verificar a realidade dos dados.
Esse cenário torna ainda mais urgente a implementação de mecanismos efetivos de rastreamento das emendas parlamentares.
Com a reestruturação, o TCU atuará diretamente para garantir que os recursos sejam destinados às áreas previamente definidas e que os parlamentares não utilizem as emendas de forma clientelista ou irregular. Resta saber se essa transparência será duradoura ou apenas uma resposta momentânea às crises entre os poderes.
Enquanto a nova estrutura avança, fica a reflexão: o caos no uso das emendas foi tolerado por anos. Por que a mudança aconteceu somente agora? A moralidade do processo só é lembrada em momentos de interesse político?
Embora a decisão tenha sido criticada por parte do Congresso, ela expôs uma verdade incômoda: muitos parlamentares dependem exclusivamente das emendas para justificar sua atuação política. O bloqueio gerou tensões entre os Três Poderes e colocou em xeque o equilíbrio institucional, especialmente porque apenas obras emergenciais e projetos em andamento foram liberados.
A decisão de Dino veio acompanhada de uma provocação: por que a transparência não foi exigida antes?
A crise das emendas parlamentares vai além do bloqueio de recursos: ela revela como a opacidade e a manipulação de informações prejudicam o desenvolvimento do país. É essencial que o Congresso, a sociedade e o Judiciário avancem na construção de um sistema orçamentário transparente e rastreável, que impeça o uso indevido de recursos públicos e que garanta a aplicação real em benefícios para a população.
Enquanto isso não acontece, ficamos com uma lição clara: no Brasil, a mentira na política não tem perna curta — ela tem pernas longas, calçadas com sapatos de luxo, e corre bem longe da verdade.
Escrito por Alex Cavalcante Gonçalves – repórter e assessor parlamentar
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