O Programa Diversidade e Inclusão, implantado recentemente pela Santa Casa de Misericórdia Belo Horizonte, foi o destaque de uma audiência pública realizada nesta quarta-feira (29/5/24) pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para homenagear os 125 anos da instituição de saúde mineira. A reunião foi organizada pela Comissão de Participação Popular da ALMG.

Lançado em 2022 como Projeto de Diversidade e Inclusão, a iniciativa tornou-se desde o ano passado um programa definitivo da Santa Casa, tendo como referências dois objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU): igualdade de gênero e redução de desigualdades.

Autor do requerimento para realização da audiência pública, o deputado Leleco Pimentel (PT) entregou aos representantes da Santa Casa o diploma com voto de congratulações da Assembleia pelos 125 anos da instituição. Ele também elogiou os resultados do Programa de Diversidade e Inclusão, defendendo que ele se torne um modelo para todas as instituições de saúde do Estado e do País.

A gerente de Governança Corporativa, Compliance e Cultura da Santa Casa, Gabriela de Araújo Lima, afirmou que a importância do tema da diversidade e inclusão na instituição é demonstrada pela composição do quadro de pessoal. As mulheres são 74,5% dos trabalhadores nas dez unidades da Santa Casa.

“Temos muito orgulho dessa representatividade nos cargos de direção. São 112 mulheres em cargos de gestão de um total de 150 funções deste tipo”, afirmou a gerente. A fim de manter e reforçar esta tendência, uma das iniciativas do Programa de Diversidade e Inclusão foi criar metas para capacitação de mulheres para que elas possam chegar a cargos de liderança. Também estão sendo criadas metas para favorecer pessoas com deficiência e outros segmentos específicos dos trabalhadores.

Um dos resultados mais curiosos do Programa Diversidade e Inclusão foi citado pela analista de Compliance Pleno da Santa Casa, Izabela Freitas. A partir de uma demanda apresentada pelas funcionárias, determinou-se a adoção de toucas específicas para cabelos volumosos e afro, uma vez que as toucas tradicionalmente adquiridas eram pequenas para cobrir adequadamente esse tipo de cabelo.

Outras iniciativas que fizeram parte do programa foram workshops para conscientização dos quadros de direção, participação na tenda de saúde da 24ª parada LGBT de Belo Horizonte e atividades artísticas durante a Semana da Consciência Negra.

Essas e muitas outras iniciativas englobam cinco grupos de afinidades: raça e cor, grupo LGBTQIAPN+, grupo de equidade de gênero, grupo de pessoas com deficiência e o grupo 50+ e juventude. O programa desenvolvido pela Santa Casa foi premiado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos.

Apoio do Parlamento mineiro é elogiado

Com relação ao aniversário de 125 anos da Santa Casa, o diretor jurídico, de Governança e Planejamento da instituição, João Costa Aguiar Filho, afirmou que uma série de atividades foram programadas ao longo do ano. A palavra de ordem é “Saúde de ponta para todos”, uma mensagem que, segundo o diretor da Santa Casa, traduz a luta para que o direito constitucional de saúde integral e acessível se torne uma realidade para todos.

Na busca por este objetivo, João Costa Filho exaltou a importância do apoio de parlamentares como Leleco Pimentel e o deputado federal Padre João (PT-MG), que também participou da audiência pública. O deputado Doutor Jean Freire (PT) também compareceu à audiência pública e destacou o valor do trabalho realizado pela Santa Casa. “Cuidar é uma arte maravilhosa”, afirmou.

A superintendente de Relações Institucionais da Santa Casa, Raquel Ratton de Sousa, afirmou que apesar da instituição ser o maior complexo de saúde de Minas Gerais, muitos não conhecem a dimensão do trabalho realizado. “Muita gente acha que a Santa Casa é só o hospital 100% SUS. São dez unidades em diversos eixos de trabalho. A gente se denomina como cidade da saúde, porque temos em torno de 7 mil profissionais e 15 mil pessoas transitando por dia. É mais do que muitas cidades”, explicou ela.

Atualmente, a instituição conta com 1,2 mil leitos, 27 salas cirúrgicas, parque tecnológico e ambulatórios, prestando atendimento em mais de 35 especialidades, contabilizando cerca de 3,4 milhões de atendimentos anuais.

Há também laboratórios especializados, o Instituto de Oncologia, um instituto materno-infantil, o hospital particular São Lucas e a Faculdade de Saúde Santa Casa BH, que inclui desde o ensino técnico até o pós-doutorado. A Santa Casa ainda oferece planos e serviços funerários e inclui um instituto geriátrico.

“Com 3,5 milhões de atendimentos por ano, somos o maior hospital do Brasil em número de internações e o que realizou maior número de tratamentos oncológicos pediátricos. Queremos ser o primeiro hospital de excelência 100% SUS do Brasil”, complementou a superintendente, indicando que a instituição ainda tem muitos projetos pela frente.

Fonte: Assembleia Legislativa de MG