ENTRETENIMENTO
Paraíso dá Start ao Sonho de se Tornar a Capital do Congado


Foto – Divulgação – Bryan Felipe – ASCOM
Patrimônio Vivo e Herança Afrodescendente
DA REDAÇÃO – Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do município desde 2010, a Festa das Congadas remonta às raízes da cidade, fundada em 1821, e reafirma a riqueza da herança afrodescendente de sua comunidade. Neste ano, a festividade reuniu 16 ternos de Congada e Moçambique, que, sob a liderança de capitães e benzedores, desfilaram em honra a santos de devoção, como Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.
Com uma corte simbólica composta por Rei Congo, Rainha Conga, princesas e príncipes, a celebração resplandeceu em brilho e emoção, evocando a ancestralidade de maneira singular. Os trajes tradicionais, alinhados aos rituais de devoção, exaltaram a resistência e a identidade do povo negro, transformando fé e cultura em um espetáculo profundamente simbólico e cativante.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
Para que o espetáculo pudesse cumprir essa proposta a gestão de São Sebastião do Paraíso deu um passo significativo ao buscar transformar a festa em uma referência nacional. O prefeito, Marcelo Morais (PSD), discreto trabalhador, destacou que “o conforto e o protagonismo pertencem aos congadeiros e ao povo”. Demonstrando respeito pela tradição e pelos participantes, a gestão municipal providenciou arquibancadas para que todos pudessem assistir às apresentações com comodidade.
As festanças terminam nesta segunda-feira e durante os dias de festa, a estrutura organizada garantiu conforto e segurança. A praça de alimentação, operada somente por feirantes locais e instituições assistenciais, arrecadou fundos que serão destinados a projetos sociais beneficiando a comunidade, uma troca de amor, como afirma o prefeito. Exposições de arte popular e artesanato ressaltaram a criatividade regional, enquanto as apresentações culturais e religiosas emocionaram o público.
A infraestrutura foi planejada para que todos tivessem acessibilidade, com rampas e sinalização, assegurando que todos pessoas pudessem aproveitar o evento de forma inclusiva e acolhedora. “As pessoas não vão pra uma festa cultural ver o prefeito, as pessoas vão para ver o espetáculo. É isso que estamos construindo: laços com a nossa gente.”. Concluiu Marcelo.
Para realização do evento, que vai atender diretamente dois mil foliões e oferecer uma das melhores estruturas do país para esse tipo de evento, a prefeitura precisou de investimento de R$ 600 mil, sendo que 2/3 (dois terços) são provenientes do Fundo Municipal de Cultura, que rotineiramente da publicade financeira para população. São Sebastião do Paraíso tem aproximadamente 70 mil habitantes.

Foto Divulgação – Bryan Felipe – ASCOM
AGENDA
A programação do evento revelou-se um diferencial marcante, configurando-se como um verdadeiro espetáculo de fé e tradição. A abertura ocorreu na sexta-feira, 27 de dezembro, às 17h, com a chegada dos ternos na emblemática Praça Comendador José Honório, dando início às festividades. Logo em seguida, às 18h, a Igreja Matriz acolheu os ternos Santos Dumont, Anjos de São Benedito e União para uma celebração litúrgica especial.
A noite prosseguiu com o deslumbrante desfile que, às 19h30, percorreu a Avenida José de Oliveira Brandão. O público, extasiado, prestigiou performances vibrantes e emocionantes, que ressaltaram o vigor cultural e espiritual dos ternos.
Nos dias 28 e 29, os congadeiros e moçambiqueiros igualmente abrilhantaram o evento, exibindo suas apresentações ao público, que mais uma vez se encantou com a riqueza das manifestações. A excelência na organização chamou a atenção de personalidades ilustres, incluindo o secretário estadual de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, que, envolvido pelo clima festivo, uniu-se aos foliões nas comemorações.
O grandioso evento do Reinado culmina nesta segunda-feira, 30 de dezembro, com apresentações finais a partir das 18h, prometendo encerrar com chave de ouro esta celebração da tradição e da identidade cultural.
- Secretário Leônidas Oliveira – foto Bryan Felipe
- Galeria Bryan Felipe
- Galeria – Bryan Felipe
Impacto Cultural e Turístico
A Festa das Congadas e Moçambique se consolida como um marco para a cultura e o turismo de São Sebastião do Paraíso. Integrada ao sério Circuito Turístico Montanhas Cafeeiras de Minas, a cidade se posiciona como uma porta de entrada para as riquezas culturais e gastronômicas da região.
Mais do que preservar tradições seculares, o evento fortalece a economia local e promove um espírito de união entre os participantes. O prefeito Marcelo reiterou que “o primeiro passo para elevar a festa ao nível nacional é respeitar quem faz e quem aprecia”. Para a gestora de turismo, responsavél técnica do Circuito montanhas Cafeeiras, Teresa Lemos “Esse evento ilustra uma das mais importantes Rotas do Circuito Montanhas Cafeeiras – A Rota das Tradições. Ele mostra aos visitantes a cultura das cidades associadas com cores e crenças. Une o turismo rural, a gastronomia e as personalidades locais de uma forma leve e descontraída. Lançaremos no Carnaval 2025 as 10 sugestões de roteiros para conhecer esse pedacinho delicioso do Sul de Minas.” @circuitomontanhacafeeiras
São Sebastião do Paraíso demonstra que, quando cultura e espiritualidade caminham juntas, o resultado é um verdadeiro espetáculo. A Festa das Congadas e Moçambique 2024 será lembrada como um exemplo de tradição, inclusão e hospitalidade mineira.
Reportagem – Alex Cavalcante – Jornalista e ex-vice presidente do Circuito Turístico Nascentes das Gerais – atualmente secretário parlamentar no Congresso Nacional https://www.instagram.com/alexcavalcanteg/?hl=pt-br


ENTRETENIMENTO
Alpinópolis e a noite em que a história ganhou voz e rosto
Por entre páginas e memórias, cidade celebra passado e presente em noite de homenagens e autógrafos

Na noite de 25 de junho de 2025, Alpinópolis não apenas abriu um livro — abriu o coração.
Foi mais do que um lançamento. Mais do que uma cerimônia. Foi um reencontro da cidade com sua própria alma. No Espaço de Eventos Cabana, sob luzes cálidas e olhares marejados, nasceu — ou melhor, renasceu — a segunda edição de “Caminhando pela História – Um Passeio pelas Ruas”, obra do sargento e historiador autodidata Juliano Pereira de Souza.
Homem de farda e de memória, Juliano carrega na postura firme o rigor da disciplina militar, mas é no olhar que se revela sua maior missão: preservar o que muitos já esqueceram. Desde 2009, ele vasculha arquivos e ouve vozes anônimas. Percorre cemitérios, cartórios e corações. Com paciência de quem cultiva uma herança, e com amor de quem pertence à terra que pisa, ele escreveu um livro que é, antes de tudo, um gesto de gratidão.
Na plateia, autoridades e amigos. No ar, um clima de reverência e afeto. O evento, que ele mesmo nomeou de “Noite de Autógrafos e Homenagens aos Amigos da História”, contou com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, empresas locais e a presença marcante do prefeito Rafael Freire e do secretário de Cultura, Zé G.
Ali, o tempo parecia suspenso.
Entre discursos, lágrimas e palmas, foram homenageadas figuras que moldaram — e continuam a moldar — a identidade de Alpinópolis. Dos mais velhos, como um senhor de 102 anos, guardião vivo de tempos idos, aos jovens que, com talento e dedicação, levam o nome da cidade para além das montanhas, todos foram lembrados. Empresas que apoiaram o projeto também tiveram seu reconhecimento, num claro símbolo de que cultura e iniciativa privada podem — e devem — caminhar juntas.
“Reconhecer em vida é mais do que um gesto: é um dever”, disse o assessor do Sicoob Credialp, Daniel de Paula, num depoimento que arrancou aplausos sinceros da plateia. E era exatamente isso que acontecia naquela noite — vidas sendo valorizadas, histórias sendo contadas por quem ainda respira.
Juliano, ao apresentar a nova edição de sua obra, parecia emocionado como quem entrega um filho ao mundo. E talvez fosse isso mesmo: o livro nasceu em 2012, dentro do projeto “Ventania Valorizando Nosso Povo”, e ganhou forma em 2021, na primeira edição. Agora, revisado, ampliado e ainda mais vibrante, se consolida como instrumento precioso de identidade.
Nas páginas, genealogias, narrativas, documentos, mapas, nomes de ruas e bairros, registros que, mais do que dados, são fragmentos de alma. Um detalhe chama atenção: entre 2019 e 2023, graças ao movimento de valorização histórica, ruas passaram a homenagear personalidades esquecidas — uma verdadeira reparação simbólica promovida em tinta e concreto.
Durante a solenidade, a escritora Conceição Lima — sempre sensível e provocadora — usou seu momento ao microfone para refletir sobre o impacto da obra e da pesquisa. Destacou a importância de equilibrar tradição e tecnologia, lembrando que até mesmo a inteligência artificial pode — e deve — servir à preservação da memória. E ali, ao lado de Juliano, essa ponte entre passado e futuro se fez real.
Depois das palavras, vieram os autógrafos. Juliano, paciente e sorridente, fez questão de dedicar cada exemplar com o cuidado de quem sabe o que carrega. Entre abraços, fotografias e agradecimentos, se via algo raro nos eventos públicos: comunhão.
Ao final, foi servido um jantar, em clima de festa e pertencimento. Mas era mais que comida — era partilha. E o sabor maior vinha da consciência de que ali, naquela noite, algo maior havia acontecido: a cidade tinha se olhado no espelho da própria história — e gostado do que viu.
“Jamais podemos permitir que a memória de nossos antepassados se perca no tempo”, escreveu Juliano em sua obra. E naquela noite, Alpinópolis deu um passo firme na direção contrária ao esquecimento.
Foi uma noite memorável. Daquelas que se contam aos filhos. Daquelas que viram, por merecimento, mais um capítulo na história da cidade. E que, com certeza, estarão nas próximas edições do livro de Juliano — porque a história de Alpinópolis não para de caminhar.

O escritor Juliano comemorou a noite ao lado da família!
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