ALPINÓPOLIS E REGIÃO

Alpinópolis escreve sua própria história

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Há cidades que guardam suas histórias em silêncio — e há outras que resolvem contá-las.

Nos dias 5 e 6 de novembro, Alpinópolis falou por meio dos livros, das vozes e dos olhares que se encontraram na Câmara Municipal durante o 1º Encontro Literário dos Amigos da História.

Idealizado pelo escritor e sargento Juliano Pereira de Souza, o evento reuniu autores, leitores e escolas num gesto de amor à cultura. Por dois dias, a cidade respirou literatura: páginas virando memórias, conversas virando inspiração, e cada palavra abrindo caminho para o futuro.

A abertura teve o brilho da escritora Conceição Lima, alpinopolense de alma inquieta e autora de mais de vinte obras. Falou aos jovens sobre Inteligência Artificial, um tema moderno, mas abordado com a delicadeza de quem entende que o pensamento humano ainda é o que dá sentido a qualquer máquina. E mostrou, com a naturalidade dos grandes, que a tecnologia pode muito — mas jamais criará emoção.

No dia seguinte, o plenário ficou pequeno para tanta história.

Vieram escritores da cidade e da região, cada um trazendo no rosto o reflexo do que viveu e no livro o que decidiu eternizar. Entre leituras, homenagens e sorrisos, Alpinópolis se reconheceu: uma terra que tem voz, memória e talento.

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Mais de cem exemplares do livro Caminhando pela História – Um Passeio pelas Ruas foram distribuídos a estudantes, graças à Política Nacional Aldir Blanc e ao apoio do Sicoob Credialp. Outros títulos de autores locais também ganharam novos leitores — gesto que é mais que simbólico: é a certeza de que a leitura é o melhor investimento em futuro.

Durante a manhã, o público se emocionou com o documentário Memória da Ventania, que transformou lembranças em cinema. Imagens antigas e depoimentos sinceros revelaram a essência de uma cidade que sabe de onde veio — e, por isso, sabe para onde vai.

Quando as luzes se apagaram, ficou no ar algo difícil de nomear: um silêncio bonito, de quem ouviu mais do que palavras.

Porque a literatura faz isso — nos devolve o sentido do tempo, o valor das origens e a beleza do que somos.

E Alpinópolis, nesse encontro, aprendeu a se ler de novo, com seu jeito sereno e suas colinas de histórias, entrou para o mapa da literatura mineira — não como ponto de passagem, mas como destino.

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E quem esteve lá, talvez tenha entendido que escrever é isso: transformar memória em futuro, e silêncio em poesia.

Interlocutores do encontro

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ALPINÓPOLIS E REGIÃO

Enquanto o Estado celebra a indústria do álcool, o Brasil paga a conta social do vício

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A expansão da indústria de bebidas alcoólicas no Brasil tem sido apresentada por autoridades como símbolo de progresso econômico, geração de empregos e aumento de arrecadação. Mas por trás das comemorações oficiais e dos discursos de crescimento, há um custo silencioso e devastador que recai sobre as famílias, o sistema de saúde e a segurança pública.

De acordo com o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD III), realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com o Ministério da Justiça, 42,5% da população adulta brasileira consumiu bebidas alcoólicas no último ano. Entre os que bebem, o consumo médio chega a cinco doses por ocasião, um padrão considerado de risco pelos especialistas.

Os impactos são expressivos. Segundo a organização internacional Vital Strategies, o álcool está associado a mais de 12 mortes por hora no Brasil, somando cerca de 100 mil vidas perdidas por ano. O custo econômico do consumo excessivo chega a R$ 18,8 bilhões anuais, entre despesas hospitalares, acidentes de trânsito, violência doméstica e perda de produtividade.

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Embora amplamente aceito socialmente, o álcool continua sendo a droga mais consumida e mais letal do país. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo abusivo de bebidas alcoólicas é responsável por mais de 3 milhões de mortes anuais em todo o mundo — e cerca de 5% de todas as doenças e lesões registradas globalmente.

A contradição se torna evidente quando o próprio Estado, que investe milhões em operações de segurança e campanhas contra a violência, ao mesmo tempo incentiva, tributa e celebra o crescimento da produção e do consumo de bebidas alcoólicas. Enquanto se anunciam “megaoperações” em grandes centros urbanos, com balanços de prisões e confrontos, pouco se discute o papel do álcool como um dos fatores que alimentam os mesmos problemas que o governo tenta combater.

Dados do Ministério da Saúde indicam que mais da metade dos casos de violência doméstica no Brasil estão relacionados ao consumo de álcool. Nas estradas, o álcool está presente em boa parte dos acidentes fatais. E nos hospitais públicos, o número de internações por dependência e cirrose cresce a cada ano, sobrecarregando um sistema já em colapso.

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Em nota recente, a Fiocruz destacou que “o consumo de álcool é um dos maiores desafios de saúde pública do país, com impactos diretos na mortalidade precoce, na produtividade econômica e na estrutura familiar”. A instituição também alerta que as políticas públicas ainda são insuficientes diante da força da indústria e da normalização cultural do consumo.

Apesar de ser apresentado como sinônimo de lazer e convívio social, o álcool é, na prática, um dos maiores fatores de adoecimento coletivo. As estatísticas revelam o que as campanhas publicitárias escondem: o consumo exagerado destrói lares, alimenta a violência e cobra um preço alto da saúde pública.

Enquanto a indústria celebra recordes de produção e o Estado se orgulha da arrecadação, o país assiste, silenciosamente, a uma epidemia que enfraquece famílias, compromete gerações e ameaça o futuro. O lucro é privado, mas o prejuízo é de todos.

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