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Imagens de um tempo

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O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay
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O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay

Certas imagens transformam-se em símbolos de determinada época. Lembro-me de estar em Moscou, em 1994, quando houve uma tentativa de golpe e havia a proibição de visitar o túmulo do Lenin — exposto à visitação em um Mausoléu na Praça Vermelha. Eu queria muito ir vê-lo. A foto dele, com um cavanhaque branco, me impressionava. Estava na casa de um amigo, bebendo vodka e comendo caviar — a verdadeira “esquerda caviar ” —, quando uma menina russa avisou que havia acabado de escutar no rádio sobre a reabertura das visitas naquele momento. Fui tomar um banho e, ao me olhar no espelho, resolvi transformar minha barba em um cavanhaque, em homenagem ao Lenin. Nunca tinha usado cavanhaque, nunca mais deixei de usar.

Da mesma forma, a minha geração saiu às ruas contra a Ditadura militar usando camisetas com aquele retrato inconfundível do Che Guevara. No futebol, a imagem mágica do Pelé socando o ar, logo após o gol contra a Tchecoslováquia na Copa do Mundo de 1970, acompanhou os amantes do esporte. E a foto da Marilyn Monroe, tendo seu vestido levantado por um vento numa grade de ventilação no metrô de Nova York, em 1954, fez muito adolescente suspirar, remetendo-nos ao glamour de Hollywood. Também nos instiga a ilustração do Einstein com a língua para fora, como a debochar da burrice alheia.

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Talvez, uma das imagens que mais representou a paz mundial seja aquela de um homem nunca identificado, em 1989, parando os tanques quando do massacre em plena Praça da Paz Celestial em Pequim. A força daquela cena fala mais do que mil discursos na ONU. Assim como a tristeza da menina correndo, toda queimada pelas bombas americanas em 1972, no Vietnã, que ficou conhecida como “Garota Napalm”, fez-nos reforçar e consolidar a aversão pelos horrores da guerra. Uma imagem que é um soco no estômago de todos.

Por outro lado, a foto do beijo de um soldado em uma enfermeira, em plena Times Square, no dia do fim da Segunda Guerra, abraça-nos e nos acolhe. Recentemente, as fotografias de mulheres trans no presídio de Pinheiros — feitas com muita sensibilidade por um juiz fotógrafo que resultou no belo livro “Translúcida” — denunciam o preconceito e o inferno da vida das presas. Mas as fotos libertam. No Brasil recente, a cena do Lula nos braços do povo sendo levado nos ombros por uma multidão, quando saiu da cadeia, em Curitiba, é um hino da resistência e da liberdade, tal qual a já histórica e emocionante foto da posse do povo, que abriu este ano de 2023.

Em compensação, vai se desenhando uma personificação do ridículo e do vulgar quando falamos de Bolsonaro e seu bando. A declaração do filho mais novo, no sentido de que, durante a pandemia, foi o período em que “ele mais pegou gente”, de modo a acompanhar os passos do pai, que admitiu usar a verba do auxílio moradia da Câmara para “comer gente”, ajuda a dar o contorno do que ficará como representação daquele tempo. Enquanto milhares de pessoas morriam de covid, boa parte pela ação criminosa do governo, o filho seguia o instinto do pai.

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A imagem do período bolsonarista é a mais pura definição do horror, do machismo e da vulgarização da vida. Vai ser difícil ter apenas uma foto como símbolo desse momento. Pode ser a de milhares de covas abertas, ou a dele desdenhando da dor dos que perderam entes queridos e bradando que não era coveiro ou imitando grotescamente uma morte por asfixia. São muitas as hipóteses de atrocidades. Mas acredito que o retrato que ficará ainda não foi feito. Será o desse genocida entrando na prisão após a condenação em um processo penal democrático e com todos os direitos assegurados. Essa cena deverá ser o símbolo da época bolsonarista.

“Hoje é, simplesmente, impossível dizer, ‘eu não sabia’: fotografias nos tiraram o álibi da ignorância.” Susie Linfield, teórica social e cultural na Universidade de Nova York

Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay

Fonte: Política Nacional

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1800 militares da Marinha do Brasil realizam Operação Furnas 2025

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A Marinha do Brasil (MB) está conduzindo, ao longo desta semana, a Operação Furnas 2025, um dos maiores treinamentos militares já realizados em Minas Gerais. A operação mobiliza cerca de 1.800 militares, além de embarcações, helicópteros, aviões de caça, drones, veículos blindados e anfíbios, em uma estrutura montada na região do Lago de Furnas, no Sul do estado.

O exercício, que seguirá até o dia 30 de outubro, conta com a participação de militares de nove países — entre eles França, Portugal, Chile e Reino Unido — e de um representante da Junta Interamericana de Defesa. O objetivo é treinar tropas e fortalecer a integração entre forças civis e militares, com foco em operações de defesa, missões de paz e ações de resposta a desastres naturais.

Ação Cívico-Social beneficiou população de São José da Barra

No último sábado (25), a Marinha promoveu uma Ação Cívico-Social (ACISO) em São José da Barra (MG), beneficiando centenas de moradores da cidade e de municípios vizinhos.

Durante a ação, foram oferecidos atendimentos médicos e odontológicos gratuitos, vacinação, aferição de pressão e glicemia, oficinas de primeiros socorros, cortes de cabelo, além de atividades educativas e culturais.

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A programação contou com apresentações de cães de guerra, Banda do Corpo de Fuzileiros Navais, Fanfarra Municipal de São José da Barra e mostra de equipamentos e viaturas da Marinha, atraindo famílias e crianças durante todo o dia.

De acordo com o Capitão de Fragata Demóstenes Apostolides, diretor da Unidade Médica Expedicionária da Marinha, mais de 200 pessoas foram atendidas.

“Esse tipo de iniciativa aproxima a Marinha da população e reforça o compromisso social da instituição, que não se limita apenas à atuação militar, mas também ao cuidado e à solidariedade”, destacou o oficial.

Workshop em Passos reuniu instituições civis e militares

Na segunda-feira (27), a Marinha realizou o II Workshop Interagências de Cooperação com a Defesa Civil, na Faculdade Santa Casa de Passos (MG).
O encontro reuniu representantes da Defesa Civil Estadual, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Eletrobras, Santa Casa de Misericórdia e universitários da região.

O evento teve como foco o intercâmbio de experiências e a troca de lições aprendidas em situações de emergência e desastres naturais, fortalecendo a integração entre órgãos civis e militares.
A programação incluiu palestras temáticas e um exercício de coordenação interagências, simulando cenários de calamidade pública.

Demonstração de Capacidades será realizada nesta quarta-feira

O ponto alto da Operação Furnas 2025 acontecerá nesta quarta-feira (29), com a Demonstração de Capacidades no Lago de Furnas.
Durante o evento, a Marinha apresentará parte de seus meios operativos, com embarcações, aeronaves, veículos blindados e anfíbios, exibindo ao público a estrutura e a preparação das forças brasileiras para atuar em diferentes tipos de cenário.

Presença e integração

Com a Operação Furnas 2025, a Marinha reforça sua presença estratégica em Minas Gerais e demonstra a importância do Lago de Furnas como área de treinamento e de integração com a sociedade civil.
As ações unem tecnologia, capacitação militar e compromisso social, fortalecendo o elo entre as Forças Armadas e a população mineira.

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