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AMM articula “PL do Desmame” para dar alívio ao caixa das prefeituras mineiras

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“Não podemos permitir que a falta de recursos continue a sufocar o futuro dos municípios, especialmente os entes com coeficiente 0,6 e das pessoas que nelas vivem”, alerta o presidente da Associação, Dr. Marcos Vinicius

O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Dr. Marcos Vinicius, articula com deputados da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG) o chamado Projeto de Lei (PL) do Desmame, que visa garantir mais autonomia e independência às cidades mineiras.

Atualmente, conforme explica o gestor da AMM, é comum que serviços obrigatoriamente prestados pelo Estado, como bombeiros, segurança pública e assistência técnica rural, por exemplo, sejam financiados pelos municípios por meio de convênios. O problema é que, embora esses serviços sejam essenciais, muitas cidades não têm condições de arcar com os custos.

“Sabemos da dor dos municípios, especialmente dos menores, que não têm onde tirar mais recursos. Os prefeitos tentam fazer o melhor, mas as dificuldades financeiras estão cada vez maiores, até mesmo para custear a folha de pagamento e os investimentos mínimos das cidades. Esse PL, que transfere a responsabilidade do pagamento desses serviços para o Estado, vai dar mais independência aos prefeitos, especialmente aos gestores de municípios de coeficiente 0,6, que poderão contar com mais recursos em caixa”, explica o presidente da AMM.

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Coeficiente 0,6

Municípios de coeficiente 0,6 são aqueles classificados entre os menores do Estado, com população de até 10.188 habitantes. Em Minas Gerais, 473 cidades se encaixam nesse perfil e a grande maioria delas vive uma realidade difícil. “Devido à baixa arrecadação e à dependência do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), essas cidades não têm como se sustentar. Embora tenha havido aumento no repasse de fevereiro, o valor ainda está longe de ser suficiente para que os prefeitos arquem com as obrigações dos municípios. Por isso, é tão difícil que ele ajude o Estado a arcar com os custos extras. Esse PL vem em ótima hora”, enfatiza o presidente da AMM.
Ele destaca, ainda, que o aumento do FPM em fevereiro foi dilapidado pela inflação e pelo custo crescente dos serviços públicos, o que torna o repasse ainda mais aquém das necessidades básicas das cidades.

Diretoria temática

Além do PL do Desmame, o presidente anunciou a criação de uma diretoria temática voltada exclusivamente para os municípios de coeficiente 0,6. Para isso, será formado um grupo de trabalho com o objetivo de melhorar a gestão e buscar alternativas que garantam a viabilidade financeira e a sustentabilidade desses municípios, aliviando carências e promovendo mais justiça na distribuição de recursos.

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“Chegamos ao ponto em que não podemos mais esperar. Os municípios de coeficiente 0,6 são a espinha dorsal do nosso Estado e precisam de apoio urgente para que possam sobreviver. A AMM está aqui para dar voz a essa luta e buscar soluções que realmente façam a diferença. Não podemos permitir que a falta de recursos continue a sufocar o futuro dessas cidades e das pessoas que nelas vivem”, conclui Dr. Marcos Vinicius.

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Coluna Minas Gerais

Estudo da CNM aponta cenário fiscal desafiador para os municípios e reforça importância do 1% do FPM

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A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou o diagnóstico anual sobre a situação fiscal das prefeituras brasileiras, com foco no encerramento do exercício financeiro, no pagamento do 13º salário e nas expectativas dos gestores para o desempenho da economia em 2026. O levantamento ouviu 4.172 municípios — o equivalente a 75% das prefeituras do país — e revela um cenário de forte pressão sobre as contas municipais, mesmo diante dos esforços para manter o equilíbrio fiscal.

De acordo com o estudo, aproximadamente 29% dos municípios brasileiros encerram o ano com atraso no pagamento de fornecedores, enquanto outros 31% informam que deixarão despesas empenhadas para pagamento no exercício seguinte, os chamados restos a pagar. A crise financeira aparece como o principal temor dos gestores locais em 2025, apontada por cerca de 80% dos respondentes, seguida da instabilidade política e econômica. Após um período de ajuste das contas públicas, menos de 20% das prefeituras acreditam que não conseguirão fechar o exercício financeiro de forma regular.

Em Minas

Em Minas Gerais, os dados reforçam a importância do adicional de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), repassado tradicionalmente em dezembro. Segundo a pesquisa, quase 96% das prefeituras mineiras afirmam que o recurso foi decisivo para garantir o pagamento do 13º salário dos servidores. O levantamento também indica que a ampla maioria dos municípios conseguiu manter a folha de pagamento em dia, resultado de planejamento fiscal e controle rigoroso das despesas.

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| Para o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão, os números evidenciam o esforço diário das administrações municipais para assegurar a continuidade dos serviços públicos, mesmo diante da escassez de recursos.

| “Os municípios estão na linha de frente do atendimento à população e, mesmo recebendo a menor parte dos recursos do país, seguem cumprindo suas obrigações. O adicional de 1% do FPM é uma conquista fundamental do movimento municipalista, liderado pela CNM com o apoio das associações estaduais, e tem papel decisivo para o equilíbrio das contas no fim do ano”, afirma Falcão.

Diagnóstico

O diagnóstico da CNM também aponta que as expectativas para 2026 são ambíguas, ainda que com leve viés otimista. Em nível nacional, 44,6% dos gestores acreditam que a economia será boa ou muito boa no próximo ano, enquanto 35,8% demonstram pessimismo. O resultado reflete um cenário de incertezas, marcado por obstáculos fiscais e pela preocupação com possíveis impactos do contexto político e econômico nas finanças municipais.

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| Falcão destaca que o quadro fiscal dos municípios está diretamente ligado ao desequilíbrio do pacto federativo.

| “Hoje, cerca de 70% de tudo o que o brasileiro paga em impostos fica com a União, aproximadamente 20% com os Estados e apenas 10% chegam aos municípios, que são o ente mais próximo do cidadão e o mais cobrado por resultados. Esse modelo obriga as prefeituras a assumirem despesas que não são de sua responsabilidade direta, comprometendo investimentos e a capacidade de resposta”, pontua.

A realidade apresentada pelo estudo da CNM dialoga com pesquisa recente da AMM, que mostra que os prefeitos são os gestores mais cobrados pela população, inclusive por serviços de competência estadual e federal, como saúde de média e alta complexidade, segurança pública e obras estruturantes. Ainda assim, os prefeitos apresentam os maiores índices de aprovação entre os chefes do Executivo.

Diante desse cenário, a AMM reforça a defesa de um pacto federativo mais justo e equilibrado, com distribuição adequada de responsabilidades e recursos entre União, Estados e municípios. Para a entidade, fortalecer os municípios é condição essencial para garantir a continuidade dos serviços públicos e melhorar a qualidade de vida da população.

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