Coluna Minas Gerais

Lei estadual traz otimismo e cautela para produtores de cachaça mineira

Publicados

em

FAEMG SENAR | Divulgação

Produtores e técnicos de Minas destacam impactos da nova lei e reforçam a importância do apoio do Sistema Faemg Senar para agilizar registros e fortalecer o setor

O Sistema Faemg Senar acompanha com otimismo a mudança da lei que transferiu ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) a fiscalização da cachaça e de produtos vegetais, sancionada em agosto pelo Governo de Minas Gerais, mas alerta para os desafios do setor. O presidente da Comissão Técnica da Cachaça de Alambique, Roger Sejas, vê a medida com otimismo, porém mantém cautela quanto à delegação de competências.

“O IMA passa a ser o ente fiscalizatório do setor de bebidas no estado. Com isso, os produtores ganham agilidade nos registros e fiscalizações, pois a estrutura do IMA é muito maior e mais capilar que a do Mapa. Não desqualificamos o serviço do Mapa, mas ele não consegue atender à demanda devido à ausência de infraestrutura de abrangência.”

Segundo ele, a expectativa é de que o órgão fiscalizador amplie sua atuação para além dos produtores já regularizados.

“O que poderia facilitar para o setor é que o IMA também atue com maior assertividade contra o mercado clandestino e informal de cachaças, que muitas vezes está presente até em estabelecimentos regulares. Tomara que as fiscalizações se intensifiquem também nesse segmento.”

Um desafio apontado por Roger é o risco de punição dupla, uma vez que o setor continuará regulado pela legislação federal (Lei 8.918 e decretos regulamentadores) e agora também pelo IMA, que poderá aplicar multas.

Leia Também:  JF aplicou 456 multas de trânsito por dia

Diálogo e repercussão

O diálogo constante da Comissão Técnica com entidades e produtores tem sido fundamental para os avanços no setor. No último encontro da CT, realizado em 6 de agosto, o IMA foi convidado para esclarecer pontos da nova lei.

Produtores e técnicos da região Centro-Oeste de Minas, um dos principais polos de cachaça do país, destacam que os avanços dependem de apoio técnico, gestão eficiente e união de esforços. Neurimar José Pinto, responsável técnico e administrador da Coopercalc — Cooperativa dos Produtores de Cachaça da Região Calcária Ltda, que atende o município de Córrego Fundo, lembra que a cooperativa surgiu para apoiar na legalização dos alambiques e na organização da produção.

“O Ministério da Agricultura não tinha estrutura suficiente: apenas três fiscais para todo o estado. Agora, com o IMA, acreditamos que o processo será mais ágil. Mas é preciso também fiscalização consciente, que não pese apenas sobre o produtor, e sim sobre comerciantes que vendem produtos clandestinos.”

A Coopercalc reúne 25 produtores, responsáveis por cerca de 2,5 milhões de litros em 2024, todos de perfil familiar, com áreas pequenas e produção voltada exclusivamente para a cachaça.

“O ATeG trouxe um diferencial: antes pensávamos só em legalização; agora os produtores controlam custos, planejam e gerem seus negócios como empresas rurais.”

Formalização

Leia Também:  Inscrições para prêmio estadual de curtas são abertas nesta sexta-feira (16/6)

O produtor Ivam Caetano Costa, da Cachaça São Caetano, começou praticamente do zero, em terras arrendadas. Hoje, já com propriedade e equipamentos adequados, vê na lei estadual uma chance de reduzir a concorrência desleal.

“Foi muito difícil regularizar, precisei vencer burocracias ambientais, do Mapa e da Receita Federal. Mas consegui. Acredito que agora vai facilitar para outros e diminuir o mercado clandestino.”

Já o produtor Dárcio William da Silveira, carrega no sangue a tradição da cachaça herdada dos bisavôs. Com produção de até 130 mil litros ao ano, ele aponta os desafios da falta de mão de obra e dos altos investimentos, mas celebra as conquistas alcançadas em cooperativa.

“Buscamos sempre qualidade de vida e de produto. O ATeG tem nos apoiado muito, e isso dá segurança para enfrentar os desafios.”

Mudança na legislação

A Lei nº 25.424, sancionada pelo Governo de Minas Gerais em 2 de agosto de 2025, transfere para o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) a responsabilidade pela inspeção e fiscalização de produtos de origem vegetal destinados à alimentação humana, incluindo a cachaça. A medida visa agilizar a regularização dos alambiques e fortalecer a fiscalização estadual.

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

Coluna Minas Gerais

Escola SENAI Audiovisual participa do principal evento do setor na América Latina

Publicados

em

RioMarket 2025 reuniu empresários e especialistas para debater o audiovisual em âmbito nacional e internacional

A Escola SENAI Audiovisual foi destaque no principal evento do setor na América Latina. A RioMarket 2025, realizada entre os dias 2 e 11 de outubro, reuniu empresários e especialistas para debater os principais temas do audiovisual no Brasil e no mundo. Com uma programação voltada para negócios e capacitação profissional, o megaevento é referência no setor, que apresentou perspectiva de impacto de R$ 70 bilhões no PIB, segundo estudo divulgado nesta edição.

A diretora da Escola SENAI do Audiovisual e gerente de Cultura do SESI MG, Karla Bittar, participou do seminário “Desenvolvimento da Capacitação Técnica Regional no Audiovisual Brasileiro”. Ela ressaltou que o audiovisual vive um momento de expansão e consolidação como setor estratégico da economia criativa.

“A capacitação tem papel central nesse processo — é ela que impulsiona o crescimento, gera emprego, inovação e abre novas oportunidades para Minas Gerais e para todo o Brasil”, destacou, lembrando o apoio da Câmara da Indústria de Comunicação da FIEMG.

Também participaram do painel Marcelo Ikeda (professor da Universidade Federal do Ceará), Simon Brethé (professor da Universidade Federal de Minas Gerais), Lúcia Maria Marcellino de Santa Cruz (ESPM – Pós-Graduação, MBA e Master Rio de Janeiro) e Alfredo Manevy (professor da Universidade Federal de Santa Catarina). A mediação foi conduzida por Leonardo Barros, produtor de cinema e TV e sócio da produtora Conspiração Filmes desde 1996.

Leia Também:  Política Estadual de Bioinsumos já pode ser votada pelo Plenário de forma definitiva

Referência

A programação de dez dias incluiu seminários, workshops, rodadas de negócios e o RioMarket Jovem. Os seminários promoveram debates sobre temas atuais do setor, enquanto os workshops permitiram a troca de experiências entre profissionais. Já as rodadas de negócios proporcionaram encontros entre produtores e executivos interessados em aquisição, distribuição, licenciamento e coprodução. O RioMarket Jovem, por sua vez, foi dedicado à formação de novas gerações de profissionais.

Perspectivas

Durante o evento, foi apresentado um estudo da Oxford Economics, encomendado pela Motion Picture Association (MPA), que apontou que o setor audiovisual brasileiro gerou um PIB de R$ 70,2 bilhões em 2024. O levantamento também destacou a geração de 608.970 empregos diretos e indiretos, número superior ao da indústria automotiva. Em comparação com outros setores, o audiovisual empregou 121.840 pessoas, volume equivalente ao da indústria farmacêutica, por exemplo.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

ALPINÓPOLIS E REGIÃO

MINAS GERAIS

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

MAIS LIDAS DA SEMANA