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Leite com café: uma combinação certeira na xícara e no campo

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Por Antônio Pitangui de Salvo, engenheiro agrônomo e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais

Minas Gerais é terra de tradições, e poucas são tão simbólicas quanto o clássico café com leite. O estado lidera a produção nacional de ambos os produtos, mas a pecuária leiteira ainda enfrenta desafios e busca soluções para garantir margens de lucro mais equilibradas aos produtores rurais. Com esse objetivo, o Sistema Faemg Senar lança uma iniciativa inovadora: a implantação de lavouras de café conilon em fazendas leiteiras.

Idealizado pelo engenheiro agrônomo José Edgard Pinto Paiva, da Fundação Procafé, o projeto propõe o cultivo de café conilon irrigado em regiões tradicionalmente voltadas à pecuária. O piloto será testado em Governador Valadares, onde dois hectares serão cultivados, marcando um novo capítulo na integração entre duas das mais importantes cadeias produtivas mineiras.

O café conilon se adapta bem a regiões de menor altitude e temperaturas elevadas, características comuns em várias áreas de Minas Gerais. Com alta produtividade e aprimoramento na qualidade da bebida, essa cultura desponta como uma alternativa viável para diversificar a renda dos pecuaristas de leite. O plantio de café conilon pode elevar muito a renda anual do produtor. Uma diferença expressiva que vai ajudar a fixar as famílias no campo, proporcionando maior estabilidade financeira e qualidade de vida.

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Além do alto potencial lucrativo, o café oferece uma vantagem estratégica: a possibilidade de armazenagem, permitindo que o produtor venda o produto em momento oportuno. No entanto, seu cultivo requer técnica e conhecimento, reforçando a importância da assistência prestada pelo Senar Minas. Atualmente, o programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) atende cerca de 4 mil pecuaristas leiteiros, e essa nova iniciativa amplia as perspectivas para o setor.

O crescimento da produção de café conilon em Minas Gerais já é uma realidade. Segundo dados da Conab, em 2025, a produção estimada aumentou 25% em relação ao mesmo período do ano anterior. Embora ainda represente apenas 2% da produção total do estado, a tendência é de crescimento significativo nos próximos anos.

Com essa iniciativa, o Sistema Faemg Senar reforça o seu papel na defesa dos produtores e fortalecimento do agro mineiro. O setor vive hoje um momento antagônico. De um lado, se destaca ao superar a mineração como principal atividade econômica do estado. De outro, é apontado como um dos causadores da inflação dos alimentos, especialmente pela alta nos preços do café, o que não é verdade. O aumento do preço do café nas gôndolas dos supermercados é reflexo de condições climáticas, oscilações do mercado e altos custos de produção.

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O agro mineiro segue demonstrando o seu potencial e dinamismo. Necessita de investimentos em tecnologia e inovação para enfrentar as dificuldades e continuar crescendo. Se bem-sucedida, essa estratégia poderá ser replicada em diversas fazendas leiteiras, fortalecendo a estabilidade financeira dos produtores e reafirmando Minas Gerais como referência nacional no setor. Viva o leite com café do século XXI!

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Municípios mineiros perderão cerca de R$ 1,4 bilhão com isenção de Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil, aponta CNM

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AMM | Divulgação

“De que adianta isentar a população se os serviços básicos serão prejudicados? Precisamos de uma resposta imediata do Governo Federal para garantir que a medida não prejudique ainda mais as cidades”, alerta o presidente da AMM e 1º vice-presidente da CNM, Dr. Marcos Vinicius.

Os municípios de Minas Gerais enfrentarão um rombo bilionário nas finanças caso a proposta de isenção do Imposto de Renda para pessoas com rendimento de até R$5 mil seja aprovada. Segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), as perdas totais para os cofres mineiros podem chegar a R$1,4 bilhão anuais, considerando tanto a queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) quanto a redução na arrecadação própria das prefeituras.

“A União precisa urgentemente apresentar uma proposta de compensação aos municípios. Não podemos permitir que os prefeitos paguem a conta de uma medida que, sem compensação, agravará ainda mais a situação fiscal das nossas cidades. O Pacto Federativo deve ser respeitado e as prefeituras precisam ser ouvidas neste processo”, alerta o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e 1º vice-presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Dr. Marcos Vinicius. 

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De acordo com o estudo da CNM, os municípios mineiros registrarão perda anual de R$ 835,6 milhões no FPM, além de R$ 543,7 milhões na arrecadação própria de tributos municipais. Juntas, essas perdas podem comprometer gravemente a capacidade financeira das prefeituras mineiras, que já enfrentam dificuldades fiscais e têm poucas alternativas para captação de recursos.
Dr. Marcos Vinicius classifica a isenção como um ato “político” do Governo Federal e afirma que a União está “fazendo cortesia com o chapéu alheio”, já que os prejuízos voltarão para essas mesmas pessoas “beneficiadas”.

“As perdas para Minas Gerais são significativas. Estamos falando de quase R$1,4 bilhão a menos para as prefeituras mineiras, o que pode afetar diretamente serviços essenciais à população, como saúde, educação e infraestrutura. De que adianta isentar a população se os serviços básicos serão prejudicados? E são essas pessoas, com rendimento de até R$5 mil, que mais usam os serviços públicos. Ou seja, não passa de enganação! Precisamos de uma resposta imediata do Governo Federal para garantir que a medida não prejudique ainda mais as cidades e esses cidadãos”, reforça.

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Cerca de 10 milhões de brasileiros seriam isentos com a ampliação da faixa de renda de R$2.824 para R$5 mil. A medida ainda depende da aprovação do Congresso Nacional.  

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