Coluna Minas Gerais
Primeiro Curso de Pajés reúne povo Tikmũ’ũn para celebrar cultura e espiritualidade indígena
Fotos: Joabe Lima | Divulgação
Entre os dias 10 e 13 de janeiro, a comunidade Tikmũ’ũn-Maxakali se reuniu na Aldeia Vila Nova, localizada na Terra Indígena Maxakali, em Minas Gerais, para o primeiro Curso de Pajés. O evento marcou um momento inédito de celebração e fortalecimento das práticas culturais, espirituais e sociais dos pajés, considerados pilares da tradição indígena.
Durante o encontro, líderes espirituais, mulheres, crianças e agentes agroflorestais compartilharam saberes e experiências, reafirmando a profunda conexão do povo Tikmũ’ũn com sua terra, sua história e seus cantos sagrados.
De acordo com Rosângela de Tugny, coordenadora-geral do projeto Hãmhi | Terra Viva, o encontro foi um marco histórico. “Com todas essas aldeias e toda essa contingência histórica que isolou os pajés, a oportunidade de se encontrarem nesse momento foi muito importante e intensa. A quantidade de cantos, a força deles, e o fato de reunir todos os pajés para cantar juntos foi algo muito marcante.”
Trocas, memórias e cantos pela terra e pelo futuro
Os pajés aproveitaram o encontro para destacar a necessidade urgente de “curar a terra” e relembraram figuras históricas que lutaram pela terra, como Cascorado e Capa Onça, lideranças assassinadas por reivindicarem a ampliação do território. A discussão reforçou o protagonismo dos Tikmũ’ũn na construção de projetos que não apenas promovam a sustentabilidade, mas também mantenham vivas as práticas culturais e a autonomia da comunidade.
“Os pajés são cuidadores da história, guardam as memórias dos antepassados e estão passando os conhecimentos deles para os jovens, para continuar fortalecendo nosso território. Nós vamos curar a terra”, afirma Isael Maxakali, liderança, pesquisador Doutor pela UFMG, artista e cineasta.
Outro momento forte foi a distribuição de sementes crioulas, incluindo sementes de Jerivá, doadas pela Teia dos Povos. Para Rosângela, a doação teve um simbolismo especial: “Houve muita lembrança das sementes dos ancestrais, e os pajés expressaram grande felicidade ao receber as sementes. Foi um momento de renovação e esperança.”, conta.
A vivência no viveiro-escola, chamado de “útero da floresta”, também emocionou os participantes. Durante as atividades, grupos de pajés e mulheres cantaram entre as mudas, transformando o espaço em uma verdadeira “caixa acústica”.
Hãmhi | Terra Viva: uma transformação em curso
O Curso de Pajés foi realizado em uma região que já vivencia os resultados positivos do projeto Hãmhi | Terra Viva, idealizado por um grupo de pesquisadores indígenas e não-indígenas, em parceria com o Instituto Opaoká e com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais. Em um ano e meio, o projeto recuperou 150 hectares de Mata Atlântica e implementou 60 hectares de quintais agroflorestais, fortalecendo a soberania alimentar e cultural da comunidade.
O evento se encerrou com intensas corridas de despedida, cantos e lágrimas, reforçando o entendimento coletivo sobre a importância de fortalecer os pajés e a tradição Tikmũ’ũn. Depoimentos de jovens da Aldeia Verde, que trabalham para manter vivas as práticas espirituais em meio à ausência de pajés mais velhos, reafirmaram o compromisso da nova geração com a continuidade das tradições.
Coluna Minas Gerais
Missão China: conexão a serviço do produtor rural
FAEMG SENAR | Divulgação
O Sistema Faemg Senar participa de sua primeira missão institucional à China, integrando a delegação da agroindústria florestal brasileira na Missão à China, organizada pela Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF). A agenda, que termina neste domingo (30), conta com a representação institucional do vice-presidente de Finanças, Renato Laguardia.
A delegação reúne 30 empresários, executivos e lideranças do setor, em uma programação estratégica voltada à formação de parcerias comerciais, tecnológicas e industriais entre Brasil e China.
A presença do Sistema Faemg Senar está diretamente ligada ao trabalho junto aos produtores rurais da cadeia de florestas plantadas, com foco em ampliar mercados, incorporar inovação e gerar novas oportunidades de renda no campo.
“Participar desta missão significa levar a voz dos produtores rurais de florestas plantadas para um dos mercados mais estratégicos do mundo. Queremos transformar conhecimento, tecnologia e novas parcerias em mais competitividade e sustentabilidade para quem produz no Brasil”, destacou Renato Laguardia.
A serviço do produtor rural
Os compromissos oficiais começaram em Nanning, capital da província de Guangxi, no sul da China.
Ali, a delegação participou da 3ª Conferência Mundial da Indústria Florestal (WFIC) — principal encontro internacional sobre tendências, inovações e futuro do setor de florestas plantadas.
Ao integrar a missão, o Sistema Faemg Senar busca aproximar ainda mais o trabalho realizado com os produtores — capacitação, tecnologia e gestão — das demandas do mercado global.
A expectativa é identificar soluções adaptáveis à realidade dos produtores mineiros, fortalecendo a competitividade da cadeia florestal.
Inovação e tecnologia no Vale do Silício chinês
Após Nanning, a delegação seguiu para Shenzhen, centro global de inovação conhecido como o “Vale do Silício chinês”.
A programação incluiu visitas a empresas referência mundial, como Huawei, DJI e BYD, com acesso a tecnologias como:
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automação industrial
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drones de última geração
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veículos elétricos
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aplicações avançadas de inteligência artificial
Para o Sistema Faemg Senar, essa etapa é estratégica para identificar tecnologias capazes de:
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apoiar o manejo e monitoramento de florestas plantadas
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reduzir custos operacionais
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elevar a produtividade
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fortalecer a sustentabilidade no campo
“Tudo o que for visto em termos de inovação terá como foco final chegar ao campo, ao dia a dia do produtor de florestas plantadas, seja em forma de capacitação, seja em novas parcerias e projetos estruturantes”, reforça Laguardia.
Pequim: aproximação com o setor siderúrgico chinês
Já em Pequim, o foco é aproximar o setor florestal brasileiro da siderurgia chinesa, especialmente na utilização de biomassa e biocarbono como alternativas para a descarbonização da produção de aço.
A agenda inclui reuniões com:
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Associação Chinesa da Indústria do Aço
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Departamento de Metalurgia do Instituto de Tecnologia de Pequim
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empresas como Sany e Jingye
O objetivo é compreender as exigências técnicas, ambientais e logísticas do mercado chinês e mapear oportunidades para a produção brasileira atender às demandas da transição energética e da economia de baixo carbono.
“O produtor rural está no centro dessa agenda de descarbonização. A missão nos ajuda a entender como a madeira de florestas plantadas e o biocarbono podem ganhar relevância ainda maior na matriz industrial chinesa, abrindo caminho para novos negócios e agregação de valor à produção brasileira”, avalia Laguardia.
Parceiro estratégico para o setor florestal
A China é o maior consumidor global de produtos florestais e possui a maior área de florestas plantadas do mundo.
Ao integrar a Missão à China, o Sistema Faemg Senar reforça sua atuação como conector internacional para o setor florestal brasileiro, construindo um canal permanente de diálogo e cooperação entre os países.
“Nosso compromisso é fazer com que essa missão se traduza em resultados concretos no campo, valorizando o produtor, incentivando a adoção de tecnologia e ampliando o protagonismo da agroindústria florestal brasileira no cenário internacional”, conclui Renato Laguardia.
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