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Mara Maravilha que já foi taxada como homofóbica, recebe em seu podcast a primeira agro drag do Brasil

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Uma entrevista polêmica e esclarecedora acaba de ser lançada no mercado musical sertanejo do Brasil. Dudy Key, a drag queen que está quebrando barreiras ao cantar sertanejo raiz e gospel, é a convidada especial de Mara Maravilha em seu podcast.

Mara pergunta a Dudy Key sobre o primeiro encontro delas:

“Eu estava na igreja quando soube de última hora que haveria um show da Mara. Naquela época, não tínhamos internet e não tínhamos acesso aos eventos da cidade. Eu, com uns 12 ou 13 anos, saí correndo como uma louca para vê-la. Após o show, corri atrás do carro da Mara, e Dona Marileide parou o carro e nos apresentou. Foi um dos momentos mais memoráveis da minha infância”, finalizou.

Mara Maravilha expressa interesse em conhecer mais sobre a carreira de Dudy e focar menos em si mesma. Com os olhos marejados, Dudy Key responde:

“Não dá para falar da minha carreira sem mencionar a sua, porque nossas histórias se entrelaçam. Foi naquele dia em que sua mãe me recebeu naquele hotel que eu percebi que SIM, eu poderia alcançar o que sempre sonhei. Assim como você veio da Bahia, eu vim do Mato Grosso do Sul e vou chegar exatamente onde sonho, porque toda porta que batemos um dia se abre. O mesmo Deus que te trouxe onde você chegou é o mesmo que me guiará”, concluiu.

Dudy foi criado em um ambiente evangélico e frequentava a igreja desde criança. Tocava piano e sonhava em ser cantor gospel ou sertanejo. No entanto, nunca se encaixava nos padrões. Mara pede para Dudy cantar uma música gospel, e a emoção toma conta do local, chegando a ser comparada a Glória Groove.

Mara Maravilha questiona por que Dudy Key optou por estudar Artes Cênicas:

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“Decidi estudar Artes Cênicas para me encaixar no meio gospel hipócrita, onde era necessário ser menos afeminado para se casar com uma mulher e louvar a Deus. Eu já ganhei vários festivais de música gospel e pensei na possibilidade de criar um personagem masculino para me encaixar no sertanejo. Como eu sou do Mato Grosso do Sul e o sertanejo é popular lá, pensei: vou criar um personagem ‘machão’, como alguns sertanejos fazem, mas fingem não perceber”, disse ela.

“Tentei criar esse personagem, mas eu sou MARAVILHA também. Não consigo me moldar em algo que não sou. REPRESENTATIVIDADE é ser autêntico”, respondeu a Maravilha.

Mara sempre foi questionada por ser acusada de homofobia, e diante de uma drag, ela declara que muitas vezes questionou a relação da igreja com os gays.

“A causa desse ser humano é muito complexa e grandiosa. Eu vejo ele ou ela (assim como está vestida hoje) louvando a Deus. A igreja não pode ser um aquário; ela deve ser um oceano. Vejo essa pessoa quebrando barreiras, e acho que às vezes precisamos quebrar regras. É a primeira vez que vejo alguém tão lindo(a) como você, montado(a) no sertanejo e no gospel”, argumentou Mara.

Dudy Key declara:

“Mara nunca foi homofóbica; ela apenas seguia as regras da religião que frequenta. No entanto, os fãs não têm maturidade espiritual suficiente para entender que, para serem respeitados, também precisam respeitar. Os mesmos fãs que adoram a Xuxa são os que chamam Mara de homofóbica e não aceitam a Xuxa de cabelo curto.”

Dudy vai além, dizendo que as loiras das décadas de 80 e 90 às vezes dizem coisas preconceituosas muito piores do que Mara falou durante toda sua vida. No entanto, elas seguem o padrão de serem loiras de olhos azuis. Mara Maravilha sempre foi REPRESENTATIVIDADE, representando as morenas, as pretas, os povos indígenas na televisão. E a minoria sempre será alvo. É por isso que tudo que Mara fala tem um peso maior na mídia, pois ela nem imagina o tamanho da REPRESENTATIVIDADE que foi e ainda é até hoje.

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“No Agronejo, eu quero ser REPRESENTATIVIDADE e mostrar que a diferença também tem família, tem sentimento. Não vim para confrontar o universo do sertanejo; só quero fazer o meu trabalho”, concluiu.

No encerramento, Mara Maravilha desabafa:

“Não aguento mais essa rotulação de que sou polêmica, homofóbica. Acredito que muitas pessoas também passam por isso. ‘Minha tia é homofóbica, minha irmã é homofóbica, meu vizinho é homofóbico’. Como lidar com essa rotulação para todos que estão assistindo agora?”

Dudy responde:

“Nunca se deve chamar alguém de homofóbico se você não conhece a história da pessoa, se não sabe o que ela passou. É muito fácil julgar alguém que nasceu heterossexual. Assim como os heterossexuais, nós também nascemos como somos. Antes de chegar gritando e se impondo, as pessoas deveriam tentar conversar, baixar o tom de voz e perguntar: ‘Por que você odeia os gays? Alguém te machucou? Feriu sua masculinidade?’ Acredito que todos têm um motivo. E aqueles que não têm, é apenas falta de informação. Então, peço cinco minutos da sua vida para todos os ativistas que apenas militam, mas não agem. Seja com seu vizinho, seja com seus pais. Eu nunca precisei justificar minha sexualidade, porque ela simplesmente é. Se não é falta de informação, é preconceito, e preconceito se vence com caráter e talento.”

https://youtu.be/bxlrKtD9JwA

Fonte: TOP FAMOSOS

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Alpinópolis e a noite em que a história ganhou voz e rosto

Por entre páginas e memórias, cidade celebra passado e presente em noite de homenagens e autógrafos

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Na noite de 25 de junho de 2025, Alpinópolis não apenas abriu um livro — abriu o coração.

Foi mais do que um lançamento. Mais do que uma cerimônia. Foi um reencontro da cidade com sua própria alma. No Espaço de Eventos Cabana, sob luzes cálidas e olhares marejados, nasceu — ou melhor, renasceu — a segunda edição de “Caminhando pela História – Um Passeio pelas Ruas”, obra do sargento e historiador autodidata Juliano Pereira de Souza.

Homem de farda e de memória, Juliano carrega na postura firme o rigor da disciplina militar, mas é no olhar que se revela sua maior missão: preservar o que muitos já esqueceram. Desde 2009, ele vasculha arquivos e ouve vozes anônimas. Percorre cemitérios, cartórios e corações. Com paciência de quem cultiva uma herança, e com amor de quem pertence à terra que pisa, ele escreveu um livro que é, antes de tudo, um gesto de gratidão.

Na plateia, autoridades e amigos. No ar, um clima de reverência e afeto. O evento, que ele mesmo nomeou de “Noite de Autógrafos e Homenagens aos Amigos da História”, contou com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, empresas locais e a presença marcante do prefeito Rafael Freire e do secretário de Cultura, Zé G.

Ali, o tempo parecia suspenso.

Entre discursos, lágrimas e palmas, foram homenageadas figuras que moldaram — e continuam a moldar — a identidade de Alpinópolis. Dos mais velhos, como um senhor de 102 anos, guardião vivo de tempos idos, aos jovens que, com talento e dedicação, levam o nome da cidade para além das montanhas, todos foram lembrados. Empresas que apoiaram o projeto também tiveram seu reconhecimento, num claro símbolo de que cultura e iniciativa privada podem — e devem — caminhar juntas.

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“Reconhecer em vida é mais do que um gesto: é um dever”, disse o assessor do Sicoob Credialp, Daniel de Paula, num depoimento que arrancou aplausos sinceros da plateia. E era exatamente isso que acontecia naquela noite — vidas sendo valorizadas, histórias sendo contadas por quem ainda respira.

Juliano, ao apresentar a nova edição de sua obra, parecia emocionado como quem entrega um filho ao mundo. E talvez fosse isso mesmo: o livro nasceu em 2012, dentro do projeto “Ventania Valorizando Nosso Povo”, e ganhou forma em 2021, na primeira edição. Agora, revisado, ampliado e ainda mais vibrante, se consolida como instrumento precioso de identidade.

Nas páginas, genealogias, narrativas, documentos, mapas, nomes de ruas e bairros, registros que, mais do que dados, são fragmentos de alma. Um detalhe chama atenção: entre 2019 e 2023, graças ao movimento de valorização histórica, ruas passaram a homenagear personalidades esquecidas — uma verdadeira reparação simbólica promovida em tinta e concreto.

Durante a solenidade, a escritora Conceição Lima — sempre sensível e provocadora — usou seu momento ao microfone para refletir sobre o impacto da obra e da pesquisa. Destacou a importância de equilibrar tradição e tecnologia, lembrando que até mesmo a inteligência artificial pode — e deve — servir à preservação da memória. E ali, ao lado de Juliano, essa ponte entre passado e futuro se fez real.

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Depois das palavras, vieram os autógrafos. Juliano, paciente e sorridente, fez questão de dedicar cada exemplar com o cuidado de quem sabe o que carrega. Entre abraços, fotografias e agradecimentos, se via algo raro nos eventos públicos: comunhão.

Ao final, foi servido um jantar, em clima de festa e pertencimento. Mas era mais que comida — era partilha. E o sabor maior vinha da consciência de que ali, naquela noite, algo maior havia acontecido: a cidade tinha se olhado no espelho da própria história — e gostado do que viu.

“Jamais podemos permitir que a memória de nossos antepassados se perca no tempo”, escreveu Juliano em sua obra. E naquela noite, Alpinópolis deu um passo firme na direção contrária ao esquecimento.

Foi uma noite memorável. Daquelas que se contam aos filhos. Daquelas que viram, por merecimento, mais um capítulo na história da cidade. E que, com certeza, estarão nas próximas edições do livro de Juliano — porque a história de Alpinópolis não para de caminhar.

 

O escritor Juliano comemorou a noite ao lado da família!

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