Minas Gerais
Custodiado de Lavras dá aulas de marcenaria e prepara novos profissionais
Um marceneiro com uma década de profissão está ensinando o ofício dentro do Presídio de Lavras, no Sul de Minas. A oficina, especialmente montada para esta finalidade, é realizada pelo detento Rodrigo Leandro Barboza, de 28 anos, que se ofereceu para dar as aulas, formar marceneiros e, ao mesmo tempo, ajudar na produção de móveis para instituições assistenciais.
A marcernaria da unidade prisional, montada no final de 2019, tem 83 metros quadrados e foi planejada após os servidores da área de atendimento aos presos tomarem conhecimento do currículo de Rodrigo Barboza. As primeiras ferramentas chegaram por meio de doação, como lixadeira e furadeira elétricas; outras, foram emprestadas durante algum tempo. A madeira é doada por empresários de Lavras, que viram no projeto uma oportunidade de ajudar as instituições filantrópicas da região.
Uma das primeiras produções de móveis, inclusive, teve uma destinação especial, o Posto de Saúde na zona rural de Lavras, que recebeu três mesas com gavetas, três cadeiras de escritório e os bancos da fila de espera. Desde então, os pedidos de móveis e as entregas não pararam mais. Dentre outras instituições beneficiadas estão a Apae de Lavras, Casa do Vovô, Vale das Bênçãos Church, Igreja Congregação Cristã no Brasil, Lar & Vida (tratamento para câncer), ONG Animais Nossos Irmãos e Associação Nazareno de Proteção à Criança e ao Adolescente. DesafiosDificuldades e limitação de ferramentas tornaram-se um incentivo para o professor de marcenaria, nos primeiros meses de atividades no presídio. “Descobri aqui, que com pouco posso fazer muito. Agora, tenho certeza do meu potencial. Quando tiver liberdade vou montar meu próprio negócio”, revela Rodrigo Barboza. Para ele, ensinar é muito gratificante, pois significa dar esperança de um futuro melhor, uma chance de os colegas conseguirem um trabalho.
As aulas seguem um cronograma, partindo dos serviços mais elementares, como lixar e pintar, até os mais difíceis, como cortar e montar os móveis. Para tanto, foi montada por Rodrigo Barboza uma apostila com aulas teóricas e práticas, com o intuito de ajudar na formação dos novos marceneiros.
Comportamento
Para o subdiretor do Presídio de Lavras, Fábio Pereira Marcos, a marcenaria é atraente para os presos porque oferece a oportunidade de aprender uma profissão. “Os presos trabalham num ambiente espaçoso e mantém suas mentes ocupadas na fabricação de peças úteis para a sociedade. O resultado é satisfação e aumento da autoestima”, garante.
No momento, estão sendo produzidas peças-modelo para serem expostas na sede do Departamento Penitenciário, em Belo Horizonte. Também estão começando a produzir mesas, cadeiras e brinquedos pedagógicos para uma instituição filantrópica, responsável por cuidar de crianças carentes na vizinha cidade de Perdões.
Minas Gerais
Terror em obras que vão atender a Heineken: Vigilante é executado no trabalho!
Na noite da última sexta-feira (15), um crime bárbaro marcou a região próxima ao km 348 da MG-050, em Passos, Minas Gerais. O vigilante Róbson Daniel Ferreira Silvério, de 49 anos, estava trabalhando e foi morto com vários tiros, o delito aconteceu por volta das 23 horas, na base temporária da Renea Engenharia, empresa que executa obras de asfaltamento na rodovia que liga a MG-050 à estrada Passos/São João Batista do Glória. A estrada dará acesso ao futuro complexo industrial da cervejaria Heineken.
O corpo de Róbson foi encontrado na manhã seguinte (16) por um colega de trabalho que chegava para o turno. A vítima apresentava quatro ferimentos causados por disparos de arma de fogo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou o óbito no local. Em seguida, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de exames.
Além do homicídio, foi constatado o roubo do veículo da vítima, uma FIAT/Strada Working, de placa PVQ-4707. A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta para um caso de latrocínio — roubo seguido de morte.
As obras realizadas pela Renea Engenharia fazem parte da infraestrutura planejada para receber a nova unidade da cervejaria, um projeto que promete impulsionar a economia da região, mas que também alerta sobre a exposta vulnerabilidade dos trabalhadores.
A empresa responsável pelas obras ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. A Polícia Civil informou que instaurou um Inquérito Policial e trabalha para identificar os responsáveis pelo crime, solicitando que informações relevantes sejam repassadas anonimamente pelos canais oficiais de denúncia.
O caso segue em investigação.