Minas Gerais
Emater-MG desenvolve projeto de recuperação de solo na Zona da Mata
A conservação do solo e da água virou um foco de trabalho relevante na Unidade Regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) (Uregi) de Cataguases, na Zona da Mata, em 2024. A iniciativa faz parte do projeto Agricultura Sustentável nas Matas de Minas (Solo e água) e já vem apresentando bons resultados na região.
No município de Bicas, também na Zona da Mata, a família do produtor Aluízio Heleno Ribeiro está satisfeita com a recuperação de uma área de pastagem totalmente degradada.
Como o problema é bastante comum na região, a proposta é estimular outros agricultores locais a participar do trabalho de recuperação ambiental.
O projeto foi montado no ano passado por profissionais das Uregis de Cataguases, Ponte Nova, Manhuaçu, Viçosa, Muriaé, Cataguases e Juiz de Fora, que abrangem no total 161 municípios conveniados.
“Considerando as similaridades das atividades desenvolvidas nos municípios do polo Matas de Minas, vimos que seria importante fazer um projeto comum para melhorar a conservação dos recursos naturais das propriedades assistidas, visto que estamos numa região montanhosa e com várias áreas degradadas”, explica a coordenadora regional de Culturas da Emater-MG, Luciane Aparecida de Oliveira.
Áreas degradadas
A região tem uma estrutura fundiária característica da agricultura familiar, com 94% das suas propriedades com menos de 100 hectares. As principais atividades econômicas desenvolvidas na zona rural são a pecuária, a cafeicultura e a horticultura.
“A preocupação com o meio ambiente é cada dia maior. Vemos áreas degradadas, assoreamento, erosões em áreas de cultivos e uso inadequado de água de irrigação, que demandam ações de mitigação dos impactos negativos no meio ambiente. Vamos fomentar práticas sustentáveis de conservação do solo e da água e contribuir com a gestão das propriedades assistidas, visando o uso responsável dos recursos naturais”, salienta Luciane.
Dentro dessa proposta, a extensionista da Emater-MG, Priscila Dornelas, que é doutora em Forragicultura e Pastagens, procurou o produtor Aluízio Heleno para recuperar as pastagens do sítio da família, que estavam em condições bastante degradadas.
O produtor estava um pouco descrente, em virtude de uma tentativa frustrada no passado, no qual a semente de braquiária utilizada não germinou, somado ao alto valor dos insumos necessários, o solo em elevado grau de degradação, o relevo acidentado, e a grande incidência de formigas e cupinzeiros.
Com a orientação técnica da Emater-MG, as primeiras iniciativas foram tomadas em outubro de 2023.
Recuperação da pastagem
Priscila diz que a propriedade foi dividida em talhões de prioridade de recuperação a partir do Google Earth, de forma a otimizar os gastos com a recuperação.
Dos 18 hectares do Sítio Nilo Caula, foi selecionada uma área de três hectares para ser recuperada. O solo foi colhido para análise, as formigas foram controladas e os cupins destruídos.
“A quantidade de calcário recomendada foi aplicada a lanço e mantido em superfície nas áreas sem acesso ao trator. Já onde era possível que o trator percorrer, a terra foi arada e gradeada e o calcário incorporado. Depois foram plantadas as sementes de braquiária”, explica a engenheira agrônoma.
A extensionista diz que devido ao relevo acidentado e práticas inadequadas existem muitas pastagens bastante degradadas na região.
“Em razão dos custos para recuperar um terreno, que hoje giram em torno de R$ 3 mil a R$ 7 mil por hectare, o pessoal não faz nada. No caso do senhor Aluízio, o filho dele, Júnior, ajudou nas despesas e a prefeitura ofereceu o trator. Mas eles acham que valeu a pena, pois agora está tudo verdinho, com outro aspecto. O produtor pode colocar o gado no terreno e ter leite para a produção de queijos da esposa dele”, conta a técnica da Emater-MG.
A cooperativa dos produtores da região de Bicas também tem feito compras dos insumos em conjunto para diminuir os custos. A recomendação agora é a adoção de um pastejo adequado dos animais, seguido de adubação de cobertura, para que haja o perfilhamento da gramínea e a mesma se estabeleça completamente.
“Aqui tinha muito cupim e formiga e havia uma grama rala. Com o solo recuperado, a braquiária veio forte e está tudo verdinho. Estou animado com o resultado e, este ano, pretendo recuperar mais um pedaço do sítio”, afirma o produtor.
Com o projeto Agricultura Sustentável nas Matas de Minas (Solo e água), a proposta das seis Uregis da região é que os extensionistas da empresa orientem os agricultores na recuperação de áreas de produção degradadas em 1,2 mil propriedades, entre outras iniciativas.
Fonte: Agência Minas
Minas Gerais
Terror em obras que vão atender a Heineken: Vigilante é executado no trabalho!
Na noite da última sexta-feira (15), um crime bárbaro marcou a região próxima ao km 348 da MG-050, em Passos, Minas Gerais. O vigilante Róbson Daniel Ferreira Silvério, de 49 anos, estava trabalhando e foi morto com vários tiros, o delito aconteceu por volta das 23 horas, na base temporária da Renea Engenharia, empresa que executa obras de asfaltamento na rodovia que liga a MG-050 à estrada Passos/São João Batista do Glória. A estrada dará acesso ao futuro complexo industrial da cervejaria Heineken.
O corpo de Róbson foi encontrado na manhã seguinte (16) por um colega de trabalho que chegava para o turno. A vítima apresentava quatro ferimentos causados por disparos de arma de fogo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou o óbito no local. Em seguida, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de exames.
Além do homicídio, foi constatado o roubo do veículo da vítima, uma FIAT/Strada Working, de placa PVQ-4707. A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta para um caso de latrocínio — roubo seguido de morte.
As obras realizadas pela Renea Engenharia fazem parte da infraestrutura planejada para receber a nova unidade da cervejaria, um projeto que promete impulsionar a economia da região, mas que também alerta sobre a exposta vulnerabilidade dos trabalhadores.
A empresa responsável pelas obras ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. A Polícia Civil informou que instaurou um Inquérito Policial e trabalha para identificar os responsáveis pelo crime, solicitando que informações relevantes sejam repassadas anonimamente pelos canais oficiais de denúncia.
O caso segue em investigação.