Minas Gerais
Escolas do sistema socioeducativo de Minas retomam aulas 100% presenciais
Fevereiro deu início ao ano letivo e à retomada das aulas presenciais em Minas Gerais. Nas escolas públicas, instaladas dentro das unidades socioeducativas do estado – que atendem adolescentes em conflito com a lei, não foi diferente. As aulas passam a ser 100% presenciais, respeitando as determinações sanitárias. Hábitos como o uso de máscaras, distanciamento de carteiras, com marcações no chão, e higienização constante das mãos e dos espaços escolares já fazem parte da realidade das salas de aula. Mas o período desafiador também trouxe legados importantes para o processo educacional, como o fortalecimento do uso de recursos midiáticos e a valorização das interações no ambiente escolar.
Desde o início da pandemia, as aulas no sistema socioeducativo, administrado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase), passaram por algumas etapas: aulas totalmente virtuais, períodos com o ensino híbrido (presencial e remoto) e, agora, com o retorno presencial obrigatório. Os recursos que contribuíram para a continuidade do ensino foram o uso do Plano de Ensino Tutorado (PET) – apostilas de orientação de estudo e atividades, por ano de escolaridade – e a ampliação do acesso a computadores com internet.

A gerente de Educação da Diretoria de Educação e Formação Educacional, Profissional, Esporte, Cultura e Lazer da Suase, Roberta Costa, revela que os desafios foram diversos e que a retomada contribui para o aprendizado dos jovens acautelados. “Tivemos que aprender a lidar com outras ferramentas de ensino e com algumas barreiras, especialmente a tecnológica. Vimos o quanto as relações são importantes e isso não é diferente no ambiente escolar. O retorno às aulas presencias possibilita não só a volta ao ambiente de aprendizagem, também proporciona as trocas e interações, tão importantes na construção do indivíduo”, conta Roberta.
Alunos e profissionais |
Fabiana Guedes é diretora da Escola Estadual Jovem Protagonista, que atua dentro de sete Centros Socioeducativos instalados na capital: CSE Santa Terezinha, CSE Andradas, CSE Horto, CSE São Jerônimo, CSE Santa Clara, CEIP São Benedito e CEIP Dom Bosco. Ela revela que o retorno tem ocorrido de forma satisfatória e destaca a importância da parceria das unidades atendidas, “por meio dos gestores, equipe técnica e de segurança, sem os quais o trabalho da escola não seria possível”.
Fabiana acredita que os recursos tecnológicos, utilizados durante o período das atividades remotas e híbridas, agora podem ser usados para enriquecer as aulas presenciais. “Um grande ganho e avanço também”.
A pedagoga Adicilene Ferreira, integrante da equipe técnica multidisciplinar do Centro Socioeducativo de Montes Claros, concorda e revela que, mesmo diante dos desafios da pandemia, profissionais, alunos e professores se empenharam para a efetividade da continuidade do ensino, como a viabilização de aulas online ou híbridas. “Percebemos que temos a possibilidade de investir em recursos tecnológicos. Foi possível avançar na informatização. Podemos usar essas mídias com mais frequência no espaço escolar, para somar ao processo de ensino”, observa.
O professor de matemática do Centro Socioeducativo de Montes Claros, Valdir Filho, já tem colocado isso em prática. Ele compartilha que acatou o uso de mídias em suas aulas e pretende atuar, também, no “letramento digital”, junto aos jovens que não têm conhecimentos; já que alguns não tiveram ou tiveram pouco contato com o computador. “Conseguimos nos adaptar a esta realidade nova que surgiu e aos poucos vamos fazer com que a situação se volte ao nosso favor”.
As aulas de matemática, por sinal, são as favoritas de Pedro*, de 20 anos, um dos alunos do professor Valdir. Ele prefere as aulas presenciais, porque diz que é mais fácil esclarecer dúvidas pessoalmente. “O Valdir, por exemplo, é um professor que tem facilidade de compartilhar. Quando eu não consigo aprender, ele ensina de uma forma que não tem como esquecer”, afirma o jovem.

Para o diretor de atendimento do Centro Socioeducativo de Ribeirão das Neves, Daniel Silva, a valorização do contato e da interação aluno/professor é outro legado do período pandêmico, que acredita proporcionar resultados mais expressivos que o mediado pela tela midiática. “O professor é mais que um mero transmissor, é uma inspiração para o aluno. A presença dele em sala de aula é significativa. Cada gesto e cada troca é um instrumento transformador, que pode produzir aprendizados e facilitar o processo”.
O vínculo com o ensino permite que o adolescente elabore projetos para além da medida. Este é o caso de Pablo*, de 17 anos. Ele, que havia interrompido os estudos no nono ano, retomou-os dentro da unidade e já está no segundo ano do ensino médio. O jovem pretende completar os estudos, fazer um curso profissionalizante e ainda pensa além: quer se preparar para conquistar uma vaga nos concursos da segurança pública.
Pablo* conta que passou a almejar a atuação em uma área da segurança inspirado no pai, que trabalha na área, e nos profissionais com os quais convive diariamente, na unidade. “A escola me despertou coisas novas. Antes de ir para o socioeducativo não queria estudar; mas, quando vim para cá, parece que eu pensei até mais na vida”.
*Os nomes são fictícios para preservar a identidade dos adolescentes, segundo determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
GERAL
José Santana, presidente de honra do PL, alerta: “A violência no Rio é um retrato do Brasil”
O presidente de honra do Partido Liberal (PL), José Santana de Vasconcelos, um dos nomes mais experientes da política mineira e com dez mandatos em sua trajetória, se manifestou sobre a crise de violência que o Rio de Janeiro enfrenta. Em conversa recente com um amigo jornalista, Santana revelou profunda preocupação com a escalada da criminalidade e afirmou que o problema ultrapassa as fronteiras do estado.
“A violência no Rio é uma violência nacional. Não dá para separar o Rio do restante do Brasil”, declarou o deputado, ressaltando que a insegurança é hoje um dos maiores desafios do país.
Para José Santana, a discussão sobre segurança pública deve estar acima de ideologias políticas.
“Independentemente de votar à direita ou à esquerda, todo cidadão de bem quer viver em paz. A segurança é uma convergência nacional”, afirmou.
Modelos de referência: Goiás e Santa Catarina
O parlamentar destacou que alguns estados brasileiros têm mostrado caminhos possíveis, citando como exemplo Goiás, sob a liderança do governador Ronaldo Caiado, e Santa Catarina, ambos reconhecidos por resultados expressivos na redução da criminalidade e gestões eficientes nas forças de segurança.
Segundo Santana, as experiências desses estados mostram que é possível enfrentar o crime com planejamento, investimento em inteligência e valorização dos profissionais da segurança pública.
Crítica ao governo federal e à inversão de valores
José Santana também fez um duro questionamento às recentes declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que traficantes seriam “vítimas de usuários”.
“É um absurdo. Nós precisamos de bom senso e equilíbrio. O Brasil não pode continuar sendo enganado com narrativas que invertem valores. Cidadãos de bem estão morrendo, enquanto o Estado é manipulado por discursos que protegem criminosos”, criticou o presidente de honra do PL.
Santana reforçou que a grande maioria dos policiais é formada por homens e mulheres honestos, que colocam a vida em risco todos os dias, e que não se pode permitir que “minorias criminosas” dentro das corporações manchem a imagem da categoria.
Confiança no PL e esperança de mudança
O líder mineiro disse estar confiante na força do PL para 2026, elogiando a condução do partido em âmbito nacional e estadual.
“O PL hoje tem um dos homens mais sérios e que cumpre 100% da sua palavra, que é o Valdemar da Costa Neto. Ele vem conduzindo o partido com firmeza e responsabilidade em todo o país”, afirmou.
José Santana também reconheceu o trabalho do deputado federal Domingos Sávio, presidente estadual do PL em Minas Gerais, pela forma como vem conduzindo o partido e defendendo valores de ordem, respeito e justiça social.
Encerrando sua fala, o experiente parlamentar deixou uma mensagem de esperança:
“O Brasil precisa reencontrar o caminho da paz e da autoridade. Segurança pública é dever do Estado e direito do cidadão. Que em 2026 possamos mudar essa história, com coragem, equilíbrio e amor ao nosso país.”
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