Minas Gerais
Estabelecimento de pescado familiar de Minas entra em funcionamento
O primeiro estabelecimento de pescado familiar de Minas Gerais com Declaração de Aptidão do Pronaf (DAP) em nome de pessoa física regularizado no Estado já está em funcionamento. O Entreposto de Pescado “Cheloni Peixe e Cia” fica no distrito de São José do Buriti, em Felixlândia, na Represa de Três Marias, região Central, e tem capacidade para beneficiar 1 mil quilos de peixe por dia, abrindo mais oportunidades para os piscicultores da região.
O projeto contou com apoio da Emater-MG e, nesta terça-feira (12/4), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) dará o certificado de regularidade para o empreendimento, cumprindo assim todos os passos exigidos na legislação para o funcionamento do negócio.
O entreposto é um pequeno frigorífico, com sala de processamento, câmara fria e equipamentos para embalagem do peixe a vácuo, entre outros itens. O extensionista local da Emater-MG, Eli Dias Júnior, acompanhou o projeto do empreendimento desde o início, há quatro anos. “Foram inúmeras reuniões, diversas vistorias e a elaboração de estratégias para superar os obstáculos decorrentes das exigências da legislação sanitária e do alto custo de implantação do entreposto”, lembra o engenheiro agrônomo.
Para conseguir os recursos foram feitos dois projetos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O primeiro projeto foi para a construção do entreposto, no valor de R$178,5 mil. Depois houve um novo financiamento de R$164,7 mil, que serviu para a compra de uma caminhonete frigorífica refrigerada. A Emater-MG atuou ainda na articulação, acompanhamento da documentação e assistência técnica aos produtores.
Anos de luta
Mas a semente do negócio foi lançada anos antes pelo piscicultor e comerciante Rodolfo César Cheloni, proprietário do entreposto. Cansado da vida em Belo Horizonte, ele decidiu comprar um terreno na beira do rio e se mudou para Felixlândia. Nas viagens para visitar familiares em Belo Horizonte, ele sempre trazia pescado para vender e custear a gasolina. “Com a divulgação boca a boca, as vendas foram aumentando. Coloquei então algumas gaiolas de peixe no rio e vi que a população ribeirinha recebia muito pouco pela produção, adquirida por atravessadores. Aí me associei a outros pescadores e surgiu a oportunidade de produzir o filé de tilápia, que tinha uma ótima aceitação. E, de lá para cá, até a finalização do entreposto, foi muito esforço e luta, mas valeu a pena”, argumenta Rodolfo.
Com o processamento adequado no entreposto, o produtor passará a atender às exigências dos órgãos de vigilância sanitária e obter os selos de inspeção, aumentando consideravelmente as possibilidades de comercialização do seu pescado e dos outros piscicultores que ele adquire a produção. “Alcançamos nosso objetivo que foi a regularização. A expectativa agora é grande. Podemos beneficiar mil quilos de peixe por dia, mas temos demanda para muito mais do que isso”, assegura Rodolfo.
Benefícios
Na opinião do extensionista da Emater-MG, o entreposto vai trazer um aumento da movimentação de recursos no comércio regional e os impactos positivos deverão ser sentidos logo. “O negócio deve gerar melhorias na comercialização de pescado da região, inclusive no mercado institucional, levando um alimento de qualidade para as escolas e demais consumidores locais”, acredita Eli.
Atualmente, Felixlândia tem uma produção de três a quatro mil toneladas de peixe por ano e cerca de 20 piscicultores, sendo a maioria familiar. O município ocupa a posição de segundo produtor de tilápias do estado, ficando atrás apenas de Morada Nova, que tem uma produção de 13 mil toneladas ano.
Regularização
O Entreposto de Pescado “Cheloni Peixe e Cia” é o primeiro estabelecimento regularizado com DAP para pessoa física. Antes dele, outros três entrepostos familiares já haviam sido regularizados em Minas, considerando os de pessoa física e jurídica, nos municípios de: Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata; Patrocínio e Pedrinópolis, ambos no Alto Paranaíba.
Minas Gerais
Terror em obras que vão atender a Heineken: Vigilante é executado no trabalho!
Na noite da última sexta-feira (15), um crime bárbaro marcou a região próxima ao km 348 da MG-050, em Passos, Minas Gerais. O vigilante Róbson Daniel Ferreira Silvério, de 49 anos, estava trabalhando e foi morto com vários tiros, o delito aconteceu por volta das 23 horas, na base temporária da Renea Engenharia, empresa que executa obras de asfaltamento na rodovia que liga a MG-050 à estrada Passos/São João Batista do Glória. A estrada dará acesso ao futuro complexo industrial da cervejaria Heineken.
O corpo de Róbson foi encontrado na manhã seguinte (16) por um colega de trabalho que chegava para o turno. A vítima apresentava quatro ferimentos causados por disparos de arma de fogo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou o óbito no local. Em seguida, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de exames.
Além do homicídio, foi constatado o roubo do veículo da vítima, uma FIAT/Strada Working, de placa PVQ-4707. A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta para um caso de latrocínio — roubo seguido de morte.
As obras realizadas pela Renea Engenharia fazem parte da infraestrutura planejada para receber a nova unidade da cervejaria, um projeto que promete impulsionar a economia da região, mas que também alerta sobre a exposta vulnerabilidade dos trabalhadores.
A empresa responsável pelas obras ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. A Polícia Civil informou que instaurou um Inquérito Policial e trabalha para identificar os responsáveis pelo crime, solicitando que informações relevantes sejam repassadas anonimamente pelos canais oficiais de denúncia.
O caso segue em investigação.