Minas Gerais
Exportações do agronegócio mineiro atingem valor recorde de US$ 10,5 bilhões
As exportações do agronegócio mineiro confirmam as expectativas e fecham 2021 com o valor recorde de US$ 10,5 bilhões. Consolidado como o melhor resultado da série histórica para as exportações desde 1997, o valor registrou crescimento de 20,23% em relação ao ano anterior (US$ 8,72 bilhões) e 7,9% a mais que o segundo melhor resultado, quando a receita alcançou US$ 9,7 bilhões em 2011. Os dados mostram, ainda, que dos 28 grupos que compõem a pauta exportadora do agronegócio do estado, 93% obtiveram crescimento nas vendas na comparação com 2020.
O volume embarcado foi de 12,5 milhões de toneladas, registrando queda de 2,1% em relação ao ano anterior. A ampliação da receita de vendas no contexto de redução do volume comercializado evidencia o fenômeno observado no decorrer de 2021: a alta na cotação dos produtos exportados. Em média, a tonelada foi negociada em cerca de US$ 841,18.
Para a secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, os números trazem alento e esperança. “Neste momento de retomada das atividades em nosso estado, é um sinal de que o setor produtivo é capaz de contribuir muito para o nosso desenvolvimento”, afirma. O agronegócio mineiro representou 27,5% do total das exportações do estado.
De acordo com a sua avaliação, dentre os motivos que justificam o bom desempenho está o crescimento na demanda mundial de alimentos e o acesso a novos mercados. “Minas Gerais tem acompanhado esse movimento. Desde o início desta gestão, estamos trabalhando em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede) na realização de eventos para diversificação e a divulgação dos produtos exportados. Ainda que a exportação de certos segmentos seja pequena, como é o caso de lácteos, o seu crescimento já mostra uma tendência e novas possibilidades”.
A secretária ressaltou, também, a confiança do setor produtivo na gestão. “Temos feito um trabalho integrado entre os vários órgãos do Governo de Minas que demonstram o compromisso do poder público em se mostrar parceiro daqueles que promovem o desenvolvimento do estado e isto traz confiança para o empreendedor. Diferentes regiões contribuíram para esse resultado. São divisas que ajudam a melhorar não só a renda no estado, mas a qualidade de vida de todos os mineiros”.
Principais mercados
A produção mineira chegou a 176 destinos. Os principais parceiros foram China (US$ 2,76 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,2 bilhão), Alemanha (US$ 927 milhões), Itália (US$ 507 milhões) e Japão (US$ 473 milhões), que juntos, importaram 55,1% das vendas externas do setor. Todos os principais destinos registraram aumento das compras.
Café
Principal produto da pauta de exportações do agronegócio mineiro, o café representou 42,4% do total comercializado no ano passado. Em 2021, o segmento registrou a segunda melhor receita com US$ 4,4 bilhões e 27,5 milhões de sacas embarcadas.
Mesmo tendo sido um ano de desdobramento da bienalidade negativa, houve incremento de 16,1% no valor das vendas e decréscimo de 3% no volume embarcado. Os Estados Unidos ultrapassaram a Alemanha na liderança das importações do café, posição tradicionalmente sustentada ao longo dos anos. No ranking dos principais compradores estão EUA (US$ 865 milhões), Alemanha (US$ 847 milhões), Bélgica (US$ 450 milhões), Itália (US$ 391 milhões) e Japão (US$ 340 milhões).
Soja
O complexo soja (grão, farelo óleo) respondeu por 22,8% das exportações, com recorde tanto na receita, que alcançou US$ 2,4 bilhões (+33,3%), quanto no volume de 5,1 milhões de toneladas (+3,8%). As vendas do grupo foram lideradas pelo grão, que representou 87% da fatia das transações. A China manteve em alta sua demanda e adquiriu 70% dos grãos de Minas Gerais (US$ 1,7 bilhão e 3,7 milhões de toneladas).
Carnes
As exportações de carnes também registraram recorde de vendas, com valores de US$ 1,2 bilhão e 351 mil toneladas. O crescimento da receita chegou a 14,4%% e foi impulsionado pela expansão das compras da China, com US$ 575 milhões e 131 mil toneladas. O segmento respondeu por 11,2% das exportações do agronegócio.
Todas as proteínas (bovina, frango e suína) obtiveram boa performance. No recorte bovino, as vendas foram de US$ 875 milhões e 177 mil toneladas. Durante todo o ano de 2021 as vendas foram crescentes, com exceção dos meses de outubro e novembro, devido ao embargo da China à carne bovina brasileira. Passado o ocorrido, o mês de dezembro voltou a registrar crescimento das vendas.
Outros produtos
O Complexo Sucroalcooleiro atingiu a marca de US$ 1,51 bilhão e 3,6 milhões de toneladas. Todos os principais produtos desse segmento apresentaram valorização na receita: açúcar (+5,3%); álcool (+52%) e demais açúcares (+8,6%). Os principais destinos das exportações do complexo sucroalcooleiro foram China, Bangladesh, Nigéria, Marrocos e Argélia.
Outros segmentos também avançaram nas exportações como lácteos (44%), fibras e algodão (31%), produtos apícolas (133%), bebidas (172%), produtos oleaginosos (111%) e couros (87%).
Praticamente quase toda a pauta exportadora do agronegócio de Minas Gerais obteve incremento nas vendas, na comparação entre 2021 e 2020. Esse cenário indica que os esforços para a diversificação dos produtos exportados já vêm apresentando resultados significativos, tanto em números de produtos quanto na agregação de valor.
Confira a lista dos principais setores do agronegócio para exportação em 2021:
1º Café (Verde, torrado, extratos e sucedâneos)
Valor embarcado: US$ 4,4 bilhões
Participação nas exportações do agro: 42,4%
Variação 2021-2020: +16,1%
2º Complexo Soja (Grão, farelo e óleo)
Valor embarcado: US$ 2,4 bilhões
Participação nas exportações do agro: 22,8%
Variação 2021-2020: +33,3%
3º Carnes (Bovina, de frango, suína e outras)
Valor embarcado: US$ 1,2 bilhão
Participação nas exportações do agro: 11,2%
Variação 2021-2020: +14,4%
4º Complexo Sucroalcooleiro (Açúcar, álcool e outros)
Valor embarcado: US$ 1,1 bilhão
Participação nas exportações do agro: 11%
Variação 2021-2020: +6,5%
5º Produtos Florestais (Celulose, madeira, borracha natural e gomas naturais)
Valor embarcado: US$ 734,5 milhões
Participação nas exportações do agro: 7%
Variação 2021-2020: +37,5%
6º Fibras e Produtos Têxteis (Algodão e produtos têxteis de algodão, demais fibras e produtos têxteis, confecções, tecidos de malha, lã ou pêlos finos e produtos têxteis, linho e produtos de linho, seda e produtos de seda, tecidos de malha)
Valor embarcado: US$ 95 milhões
Participação nas exportações do agro: 0,9%
Variação 2021-2020: +30,8%
7º Rações para Animais
Valor embarcado: US$ 88,2 milhões
Participação nas exportações do agro: 0,8%
Variação 2021-2020: +11,7%
8º Couros, Produtos de Couro e Peleteria
Valor embarcado: US$ 63,5 milhões
Participação nas exportações do agro: 0,6%
Variação 2021-2020: +86,9%
9º Demais Produtos de Origem Vegetal
Valor embarcado: US$ 57,8 milhões
Participação nas exportações do agro: 0,6%
Variação 2021-2020: +63,9%
10º Cacau e seus Produtos
Valor embarcado: US$ 48,8 milhões
Participação nas exportações do agro: 0,5%
Variação 2021-2020: +55,2%
Fonte: Comex Stat/ME
Minas Gerais
Terror em obras que vão atender a Heineken: Vigilante é executado no trabalho!
Na noite da última sexta-feira (15), um crime bárbaro marcou a região próxima ao km 348 da MG-050, em Passos, Minas Gerais. O vigilante Róbson Daniel Ferreira Silvério, de 49 anos, estava trabalhando e foi morto com vários tiros, o delito aconteceu por volta das 23 horas, na base temporária da Renea Engenharia, empresa que executa obras de asfaltamento na rodovia que liga a MG-050 à estrada Passos/São João Batista do Glória. A estrada dará acesso ao futuro complexo industrial da cervejaria Heineken.
O corpo de Róbson foi encontrado na manhã seguinte (16) por um colega de trabalho que chegava para o turno. A vítima apresentava quatro ferimentos causados por disparos de arma de fogo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou o óbito no local. Em seguida, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de exames.
Além do homicídio, foi constatado o roubo do veículo da vítima, uma FIAT/Strada Working, de placa PVQ-4707. A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta para um caso de latrocínio — roubo seguido de morte.
As obras realizadas pela Renea Engenharia fazem parte da infraestrutura planejada para receber a nova unidade da cervejaria, um projeto que promete impulsionar a economia da região, mas que também alerta sobre a exposta vulnerabilidade dos trabalhadores.
A empresa responsável pelas obras ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. A Polícia Civil informou que instaurou um Inquérito Policial e trabalha para identificar os responsáveis pelo crime, solicitando que informações relevantes sejam repassadas anonimamente pelos canais oficiais de denúncia.
O caso segue em investigação.