A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) deu mais um passo significativo em relação à reinserção social das pessoas que, no passado, foram segregadas nas antigas colônias de hanseníase. Nessa terça-feira (5/3), na Casa de Saúde Santa Izabel, em Betim, foi oficializada a entrega do vale-alimentação social em substituição às cestas básicas, que eram distribuídas às pessoas que recebiam a chamada “etapa crua”. A partir de agora, cada beneficiário receberá todo mês no cartão o valor de R$ 486,26, quantia que será corrigida anualmente, considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Ao todo, são 283 pacientes que se enquadram nos critérios previstos pela portaria presidencial 2.736 de agosto de 2023 e que hoje estão inseridos na linha de cuidados das quatro casas de saúde da rede: Santa Fé (CSSFE), em Três Corações; São Francisco de Assis (CSSFA), em Bambuí; Padre Damião (CSPD), em Ubá; além de Santa Izabel.

A principal vantagem do vale-alimentação social em relação às cestas básicas é que a pessoa poderá optar pelos produtos de acordo com sua necessidade – como alimentos, itens de higiene e de utilidade doméstica -, o que significa muito mais autonomia e liberdade de escolha.

“Hoje é um dia de muita alegria, pois estamos dando mais um passo importante para a reintegração de tantas pessoas à sociedade. Com o cartão, elas terão mais autonomia, indo ao supermercado e escolhendo entre carne, verduras, frutas e alimentos que sejam mais saudáveis para elas. Tem gente que não pode comer arroz ou macarrão, por exemplo! Lembrando ainda que todo ano o valor do cartão será reajustado de acordo com o índice de inflação”, disse a presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Renata Leles Dias.

Ela ressaltou ainda que o fornecimento bimestral de botijão de gás será mantido aos mesmos beneficiários.

Autonomia

Eva Maria Dias Nascimento, de 62 anos e moradora de Santa Izabel há 43, recebeu o vale- alimentação na ocasião e elogiou a iniciativa. “O cartão é muito bom porque a gente ganha a opção de levar para a geladeira o que é melhor pra nossa saúde. Quem tem problema de glicose alta, como eu, não pode ficar comendo macarrão e outros mantimentos. Então, essa troca foi ótima”, disse.

José Alexandre Gomes, 68 anos, conhecido como João do Pulo, estava ansioso para a primeira ida ao supermercado. “É um sentimento muito bom. Para mim, vai ser uma coisa muito prazerosa poder ir até o estabelecimento que eu quiser e comprar o que for melhor. Não era tudo que vinha na cesta que eu podia comer”, contou.

As pessoas são informadas na própria casa de saúde sobre os estabelecimentos credenciados na região de cada uma delas. A iniciativa também promove, dessa forma, o desenvolvimento do comércio local.

Casas de Saúde

As ex-colônias de hanseníase da Fhemig foram se adaptando às políticas de saúde ao longo do tempo e hoje atuam como unidades de referência regional no atendimento humanizado aos casos de reabilitação, cuidados prolongados, cuidado ao idoso, além do tratamento à hanseníase, por meio de equipes multidisciplinares.

Fonte: Agência Minas