Minas Gerais
Microvinificação realizada na Epamig auxilia em pesquisas sobre metodologias para elaboração de vinhos
Microvinificação é o processo que repete o passo-a-passo de uma vinificação tradicional de grandes volumes, porém em escalas e produção muito inferiores e com poucas intervenções do enólogo, a fim de se obter as respostas mais naturais e extrair ao máximo o potencial das uvas para o vinho. A prática é parte importante das pesquisas realizadas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em sua vinícola experimental, localizada em Caldas, no Sul de Minas, que só em 2022 efetuou em torno de 35 microvinificações, testando ao menos 16 diferentes variedades de uvas.
“Na microvinificação, ao invés de usarmos tanques de 10.000 litros, como na vinificação em escala comercial, damos preferência a tanques de 10 a 15 litros. Assim, podemos realizar testes bastante precisos, mas com um volume muito pequeno de uvas. Como trabalhamos com experimentos, precisamos repetir o processo pelo menos três vezes. Então, optar pelo micro facilita o andamento das pesquisas e não necessita de uma quantidade muito grande de vinho. É a chance de se testar, e errar, com menores consequências, e aprimorar as técnicas”, explica a enóloga e pesquisadora da Epamig, Angélica Bender, uma das responsáveis pelas microvinificações realizadas no Campo Experimental de Caldas.
Uma microvinificação costuma levar em torno de quatro meses para ser concluída e, além dos tanques reduzidos, também utiliza prensas e desengaçadeiras de menor volume, e instrumentos como pirexes de vidro e pequenas “panelas” de inox.
Segundo Angélica, outra especificidade do processo é a menor intervenção por parte dos enólogos, pois o objetivo é conhecer as respostas mais naturais da uva quanto ao tipo de vinho que ela vai gerar. “A ideia é interferir o mínimo possível para podermos avaliar qual o potencial preciso dessas uvas e depois termos uma margem do que pode ser alterado. Nós apenas adicionamos leveduras e enzimas e realizamos um controle com o conservante metabissulfito de potássio. De resto, evitamos demais intervenções e não fazemos correções de acidez nem de açúcares. Buscamos a resposta mais natural possível que o campo pode nos oferecer”, explica a enóloga.
Testes
As microvinificações não servem apenas para as análises de potenciais das uvas. Elas também podem ser utilizadas para testar metodologias de vinificação. Em projeto recentemente aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), os pesquisadores da Epamig vão analisar, por meio da microvinificação, quatro variedades de leveduras na fermentação de uvas brancas da variedade Chardonnay, e também vão avaliar o envelhecimento do vinho elaborado com a uva Syrah em diferentes tipos de recipientes de no máximo 50 litros. “Normalmente usamos tanques de 10 a 15 litros, mas nesse projeto vamos trabalhar com uma barrica de carvalho e com um tanque de concreto em formato oval, que é uma novidade no mercado de vinhos. Fizemos uma parceria com uma construtora que vai confeccionar esse tanque especialmente para a nossa pesquisa, e o mínimo que conseguiriam seria 50 litros”, revela Angélica.
Ainda segundo a enóloga, a microvinificação integra planos futuros de pesquisas em vitivinicultura da Epamig, como avaliações de recipientes feitos de diferentes tipos de madeira, testes com enzimas, manoproteínas, clarificantes e até a elaboração de sucos de uva experimentais, de pequena escala, utilizando os micro-instrumentos.
A Epamig é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
Fonte: Agência Minas
Minas Gerais
Terror em obras que vão atender a Heineken: Vigilante é executado no trabalho!
Na noite da última sexta-feira (15), um crime bárbaro marcou a região próxima ao km 348 da MG-050, em Passos, Minas Gerais. O vigilante Róbson Daniel Ferreira Silvério, de 49 anos, estava trabalhando e foi morto com vários tiros, o delito aconteceu por volta das 23 horas, na base temporária da Renea Engenharia, empresa que executa obras de asfaltamento na rodovia que liga a MG-050 à estrada Passos/São João Batista do Glória. A estrada dará acesso ao futuro complexo industrial da cervejaria Heineken.
O corpo de Róbson foi encontrado na manhã seguinte (16) por um colega de trabalho que chegava para o turno. A vítima apresentava quatro ferimentos causados por disparos de arma de fogo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou o óbito no local. Em seguida, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de exames.
Além do homicídio, foi constatado o roubo do veículo da vítima, uma FIAT/Strada Working, de placa PVQ-4707. A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta para um caso de latrocínio — roubo seguido de morte.
As obras realizadas pela Renea Engenharia fazem parte da infraestrutura planejada para receber a nova unidade da cervejaria, um projeto que promete impulsionar a economia da região, mas que também alerta sobre a exposta vulnerabilidade dos trabalhadores.
A empresa responsável pelas obras ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. A Polícia Civil informou que instaurou um Inquérito Policial e trabalha para identificar os responsáveis pelo crime, solicitando que informações relevantes sejam repassadas anonimamente pelos canais oficiais de denúncia.
O caso segue em investigação.