Minas Gerais

Minas é pioneira ao regulamentar a consulta prévia a povos e comunidades tradicionais

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Evandro Rodney

Os povos e comunidades tradicionais de Minas Gerais terão sua cultura, costumes e autonomia resguardados antes que medidas, projetos, leis ou políticas suscetíveis de afetá-los diretamente sejam adotados. É o que determina a resolução conjunta publicada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), que regulamenta a Consulta Livre, Prévia e Informada (CLPI) no estado.

A resolução de 5/4 estabelece que empresas e órgãos, públicos e privados, no âmbito estadual, consultem os povos tradicionais com informações claras, em seus idiomas, respeitando sua tradição, cada vez que alguma medida possa impactá-los. Além de dispositivos gerais sobre a CLPI, a regulamentação estadual estabelece a consulta prévia como requisito para emissão da licença ambiental de atividades ou empreendimentos, devendo ocorrer antes da formalização do processo de licenciamento ambiental. Processos já em andamento não se enquadram à resolução.

“O Governo de Minas cumpre a legislação, que prevê a proteção e a garantia dos direitos desses povos originários. A resolução da Semad e Sedese segue o disposto na 169ª convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre povos indígenas e tribais”, afirma a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo.

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O objetivo da consulta é chegar a um acordo acerca das medidas propostas. Os responsáveis por realizar a CLPI são: no âmbito estadual, a Semad, a Sedese; o empreendedor privado, no caso de possíveis impactos provenientes de projetos desenvolvidos pela iniciativa privada; e o poder público municipal ou federal, no caso de possíveis impactos provenientes de projetos desenvolvidos em suas alçadas. Além disso, não há sobreposição de competências, sendo respeitadas as competências de todos os órgãos.

O subsecretário de Direitos Humanos da Sedese, Duílio Campos, diz que Minas se destaca com a regulamentação da CPLI. “Não temos referência de outros estados que regulamentaram consulta prévia de forma tão aprofundada, o que demonstra nosso compromisso para o cumprimento das normas e princípios do Direito Internacional dos Direitos Humanos, sendo esta uma demanda antiga da comunidade”, ressalta.

Direitos

A CLPI estabelece parâmetros claros para garantir a efetividade dos direitos dos indígenas e dos povos e comunidades tradicionais. A consulta deve ocorrer livre de pressões e violências. As comunidades podem, por sua vez, construir de forma autônoma seus protocolos próprios de consulta, expressando como desejam ser ouvidas, levando em consideração sua cultura e tradições. Desta forma, podem definir, por exemplo, formas de representação, deliberação, local das reuniões, idioma utilizado, dentre outros fatores.

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“A consulta surge como fruto de um diálogo que vem sendo feito entre o governo e a sociedade civil há muito tempo, tanto que os povos ciganos já criaram o seu protocolo de consulta”, informa Valdinalva Barbosa dos Santos Caldas, presidente do Conselho Estadual da Promoção da Igualdade Racial (Conepir). “Essa regulamentação estadual, de forma até inovadora no país, demonstra a preocupação do governo em assegurar a todos esse direito de escuta e participação garantido pela Convenção da OIT”, completa.

A CLPI está prevista na Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e tribais, que foi incorporada ao direito brasileiro. A resolução Sedese-Semad considera as comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares (FCP), os povos indígenas reconhecidos pela Fundação Nacional do Índio (Funai), os povos e comunidades tradicionais (geraizeiros, catadores de coco babaçu, entre outros) certificados pela Comissão Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais em Minas Gerais.  

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GERAL

José Santana, presidente de honra do PL, alerta: “A violência no Rio é um retrato do Brasil”

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O presidente de honra do Partido Liberal (PL), José Santana de Vasconcelos, um dos nomes mais experientes da política mineira e com dez mandatos em sua trajetória, se manifestou sobre a crise de violência que o Rio de Janeiro enfrenta. Em conversa recente com um amigo jornalista, Santana revelou profunda preocupação com a escalada da criminalidade e afirmou que o problema ultrapassa as fronteiras do estado.

“A violência no Rio é uma violência nacional. Não dá para separar o Rio do restante do Brasil”, declarou o deputado, ressaltando que a insegurança é hoje um dos maiores desafios do país.

Para José Santana, a discussão sobre segurança pública deve estar acima de ideologias políticas.

“Independentemente de votar à direita ou à esquerda, todo cidadão de bem quer viver em paz. A segurança é uma convergência nacional”, afirmou.

Modelos de referência: Goiás e Santa Catarina

O parlamentar destacou que alguns estados brasileiros têm mostrado caminhos possíveis, citando como exemplo Goiás, sob a liderança do governador Ronaldo Caiado, e Santa Catarina, ambos reconhecidos por resultados expressivos na redução da criminalidade e gestões eficientes nas forças de segurança.

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Segundo Santana, as experiências desses estados mostram que é possível enfrentar o crime com planejamento, investimento em inteligência e valorização dos profissionais da segurança pública.

Crítica ao governo federal e à inversão de valores

José Santana também fez um duro questionamento às recentes declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que traficantes seriam “vítimas de usuários”.

“É um absurdo. Nós precisamos de bom senso e equilíbrio. O Brasil não pode continuar sendo enganado com narrativas que invertem valores. Cidadãos de bem estão morrendo, enquanto o Estado é manipulado por discursos que protegem criminosos”, criticou o presidente de honra do PL.

Santana reforçou que a grande maioria dos policiais é formada por homens e mulheres honestos, que colocam a vida em risco todos os dias, e que não se pode permitir que “minorias criminosas” dentro das corporações manchem a imagem da categoria.

Confiança no PL e esperança de mudança

O líder mineiro disse estar confiante na força do PL para 2026, elogiando a condução do partido em âmbito nacional e estadual.

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“O PL hoje tem um dos homens mais sérios e que cumpre 100% da sua palavra, que é o Valdemar da Costa Neto. Ele vem conduzindo o partido com firmeza e responsabilidade em todo o país”, afirmou.

José Santana também reconheceu o trabalho do deputado federal Domingos Sávio, presidente estadual do PL em Minas Gerais, pela forma como vem conduzindo o partido e defendendo valores de ordem, respeito e justiça social.

Encerrando sua fala, o experiente parlamentar deixou uma mensagem de esperança:

“O Brasil precisa reencontrar o caminho da paz e da autoridade. Segurança pública é dever do Estado e direito do cidadão. Que em 2026 possamos mudar essa história, com coragem, equilíbrio e amor ao nosso país.”

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