Minas Gerais
Novo aparelho da Fhemig ajuda no diagnóstico e tratamento de hepatites e doenças do fígado
Hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo responsáveis por aproximadamente 1,4 milhão de mortes por ano – seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
A causa estaria ligada ao fato de serem doenças silenciosas, que podem manifestar sintomas anos depois de serem contraídas, já em estágio avançado. Somente no Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), todo mês são atendidos cerca de 50 pacientes diagnosticados com a doença.
De acordo com o infectologista do HEM, João Gentilini, as hepatites virais atingem o fígado, sendo as mais comuns causadas pelos vírus A, B e C; e, com menor frequência, pelos vírus D e E.
“São doenças graves, principalmente se diagnosticadas tardiamente, podendo causar complicações como cirrose, insuficiência hepática, hemorragia digestiva, câncer de fígado, e, até mesmo, levar ao transplante ou a óbito. Além disso, as hepatites causadas pelo vírus B ou C, frequentemente, se tornam crônicas”, explica o médico.
Segundo ele, os sintomas mais comuns, que também podem ocorrer no caso de outras doenças no fígado, são cansaço, tontura, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, ascite (líquido na cavidade abdominal), inchaço nas pernas e vômitos com sangue.
O diagnóstico é feito de maneira simples, com testes rápidos, disponíveis nas unidades de saúde. O resultado sai em 20 minutos. Em caso positivo, o paciente é encaminhado ao hospital para iniciar o tratamento.
Protocolo
De acordo com o infectologista, existem antivirais disponíveis para o tratamento das hepatites B e C. “Os medicamentos são de uso oral, normalmente com apenas um comprimido por dia. Apesar de serem remédios de alto custo, são todos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já as internações são indicadas no caso de pacientes com a doença avançada, que normalmente tiveram um diagnóstico tardio”, afirma Gentilini.
Cuidados
As hepatites podem ser transmitidas por alimentos ou água contaminados (hepatite A e E), da mãe para o filho durante a gestação, por contato com sangue contaminado, compartilhamento de seringas, relações sexuais sem proteção, falha na esterilização de equipamentos de manicure e reutilização de material para tatuagem.
Por isso, a melhor forma de não contrair a doença é evitar situações de risco. “As hepatites A e B têm vacinas fornecidas pelo SUS, extremamente seguras e eficazes. Além disso, é preciso evitar as formas de contágio para prevenir os outros vírus da doença. É importante lembrar de usar sempre preservativo durante as relações sexuais, não compartilhar seringas ou equipamentos como alicates de unha, não realizar tatuagens em locais sem fiscalização e alvará da Vigilância Sanitária e evitar alimentos e água potencialmente contaminados”, alerta o infectologista.
A gerente assistencial do HEM, Tatiani Fereguetti, também destaca a testagem regular como importante forma de prevenção do agravamento da doença. “O diagnóstico precoce e o tratamento oportuno podem evitar a progressão da doença nos indivíduos acometidos, além de interromper a cadeia de transmissão”.
Novo equipamento
O Hospital Eduardo de Menezes (HEM) adquiriu, recentemente, um novo aparelho de ultrassom que, entre outras funções, é utilizado para o diagnóstico, acompanhamento da evolução e avaliação da resposta ao tratamento de inúmeros pacientes com doenças hepáticas crônicas, como as causadas por hepatites B ou C, etanólicas, esteatohepatite não alcoólica, autoimunes e esquistossomóticas, além de identificar alguns fatores predisponentes como a esteatose hepática.
O equipamento de elastografia é o primeiro na Rede Fhemig e será de grande importância para os pacientes do HEM – referência em infectologia e com grande demanda de usuários do SUS com doenças hepáticas –, pois irá reduzir significativamente a necessidade de biópsia, que pode gerar riscos, sendo contraindicada em alguns casos.
“A elastografia, por ser um método não invasivo e isento de riscos e complicações para os pacientes, possibilita redução da necessidade de biópsia hepática, que fica indicada apenas para casos mais complexos, com a necessidade de obtenção de mais informações, e nos casos em que houver divergência entre os métodos não invasivos”, explica o médico radiologista, responsável técnico pelo Serviço de Radiologia do HEM, Guilherme Carvalho Missiaggia.
De acordo com a médica radiologista da unidade, Fabiana Batista Corrêa Rossignoli, a elastografia, além de ser um método seguro, possibilita avaliação do fígado relativamente rápida. “É uma técnica moderna de avaliação dos pacientes. Com ela, é possível obter dados que contribuem para o diagnóstico e acompanhamento de várias doenças, como lesões musculares, neoplásicas e fibróticas, dentre elas, a cirrose hepática”, conclui.
Fonte: Agência Minas
ENTRETENIMENTO
Descobrindo Ouro Preto: História, Cultura, Gastronomia e Cautela
Visitar Ouro Preto, no coração da mineiridade, é viajar no tempo. Fundada em 1711, essa joia do barroco brasileiro preserva a rica história da mineração (o ciclo do ouro no país), o encanto da literatura, foi nestas terras que Tomás Antônio Gonzaga viveu seu grande amor com Marília de Dirceu, inspirando uma das obras mais marcantes da literatura mundial, a genialidade de mestres como, Antônio Francisco Lisboa; o Aleijadinho, um dos maiores mestres da arte barroca no Brasil e claro, Tiradentes, uma figura central na história do Brasil, que tem uma forte conexão com Ouro Preto, antiga Vila Rica, que foi o cenário principal da Inconfidência Mineira, movimento de resistência à exploração colonial portuguesa.
Além disso Ouro Preto respira arte e festas. A cidade comemorou no último dia 18 de novemebro o aniversário de 210 anos de Aleijadinho, um evento que celebrou a arte, a cultura e a história da cidade. Durante uma visita na cidade, a nossa equipe conversou com o Ouro-pretano, Mauro Francisco de Souza Silva, conhecido por Mauro Amorim que é o organizador da 45ª Semana do Aleijadinho 2024 e Coordenador do CPP da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto.
— confira o vídeo abaixo para saber mais sobre essa celebração que ressalta o legado de um dos maiores artistas do Brasil.
A riqueza cultural de Ouro Preto também pode ser vista nas galerias e exposições. Visitamos uma mostra de desenhos de um renomado artista local, falecido aos 94 anos; José Pio Monte.
“A Arte de JPio” é uma exposição, retrospectiva dos trabalhos artísticos e dos desenhos técnicos de Zé Pio e promove o resgate de peças industriais e a planificação de estruturas não mais existentes em Ouro Preto: o artista apresenta obras produzidas desde a década de 1970 nas técnicas óleo sobre tela, bico de pena, nanquim aguada, lápis e giz pastel. Na exposição que aconteceu na última semana desenhos em bico de pena despertaram ainda mais a paixão do público pelo artista. Durante a exposição, conversamos com o filho do artista, que compartilhou histórias emocionantes sobre o trabalho de seu pai e sua ligação com a cidade.
— confira o vídeo abaixo do engenheiro José Carvalho Monte, que ressalta o legado de seu pai, um dos maiores artistas do Brasil.
Outra experiência marcante foi a visita a uma mina histórica de extração de pedras preciosas e ouro. Apesar de sua beleza e riquezas naturais, Ouro Preto carrega em suas raízes uma história de exploração. Durante o auge do ciclo do ouro, milhares de pessoas ( inclusie crianças) foram escravizadas para trabalhar em condições insalubres, extraindo riquezas destinadas à Coroa Portuguesa. Essa herança de sofrimento contrasta com o esplendor de magia da cidade, que hoje se destaca como um dos maiores patrimônios históricos do Brasil. Para se ter uma ideia da crueldade, a expectativa de vida dentro das minas era inferior há 5 anos.
Com tanta história provavelmente deu água na boca e vontade de saborear essa cidade, e claro, Ouro Preto encanta também pelo paladar. A cidade oferece uma gastronomia rica e diversificada, com restaurantes que agradam a todos os gostos. Seja para um jantar romântico, um momento em família ou uma reunião entre amigos, os ambientes são aconchegantes e acolhedores. Além da tradicional e deliciosa comida mineira, há opções de culinária internacional que tornam a experiência ainda mais especial.
Com cerca de 74 mil habitantes, Ouro Preto une história, cultura e sabores únicos, sendo um destino que marca para sempre quem passa por lá. Fique atento para aproveitar sua viagem com responsabilidade e desfrute de tudo o que essa cidade extraordinária tem a oferecer e antes de pegar a estrada escoha sua pousada preferida e seja cauteloso na contratação de guias, nem tudo que se vê e ouve pode ser verdade, na dúvida: pesquise. Boa viagem!
Saiba Mais sobre Tiradentes
Conexão de Tiradentes com Ouro Preto
• Inconfidência Mineira: Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, era um dos líderes do movimento que buscava a independência de Minas Gerais e a autonomia do Brasil em relação a Portugal. Ouro Preto, como capital da capitania, era o centro das discussões e conspirações da Inconfidência.
• Prisão de Tiradentes: Embora tenha sido capturado no Rio de Janeiro, muitas das articulações da Inconfidência aconteceram em Ouro Preto, onde residiam vários inconfidentes.
Pontos Históricos Relacionados
1. Casa dos Contos: Era usada como casa de fundição e prisão temporária de alguns inconfidentes. Hoje é um museu que retrata a história da economia brasileira no período colonial.
2. Museu da Inconfidência: Localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia, guarda documentos, objetos e memórias dos inconfidentes, incluindo homenagens a Tiradentes.
3. Igreja de São Francisco de Assis: Essa igreja barroca é uma das obras-primas de Aleijadinho e representa a riqueza e a religiosidade da época, contextos que influenciaram os movimentos sociais.
Legado de Tiradentes
Tiradentes é considerado um mártir da independência brasileira. Sua memória é honrada em Ouro Preto por meio de eventos culturais, como a Semana da Inconfidência, realizada em abril, e pelo reconhecimento do seu papel como símbolo de liberdade.
A cidade, com sua arquitetura colonial preservada, oferece uma viagem no tempo, permitindo compreender melhor os ideais e o sacrifício de Tiradentes em um momento crucial da história do Brasil.
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