Minas Gerais

Pesquisa revela nível de infestação do Aedes aegypti em Minas 

Publicados

em

“Eu gosto muito de plantas e tenho o maior cuidado com elas. Aprendi com minha avó, que já está com 86 anos, mas continua com a mesma preocupação, verificando se não tem água nas folhas ou nas cascas de ovos que usamos para adubar, por exemplo”, conta Sabrina Souza, moradora de Santa Luzia. “Nós cuidamos da nossa casa, mas o problema é que os vizinhos não cuidam. Eu já tive dengue duas vezes e é terrível. O corpo fica ruim, dá muita dor no olho, febre alta e dor de cabeça”, lamenta.

A preocupação de Sabrina não é em vão. O primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Lira) de 2023, divulgado terça-feira (28/2) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), aponta que, dos 827 municípios que participaram do estudo, 321 deles (38,8%) apresentam o Índice de Infestação Predial (IIP) igual ou maior que 4 – ou seja, estão em situação de risco para a transmissão das arboviroses. Outros 337 municípios (40,8%) estão em alerta e, em 169 (20,4%), o indicador foi classificado como satisfatório, pois o IIP é menor que 1.

O IIP indica o percentual de imóveis que apresentaram recipientes infestados por larvas de mosquito Aedes aegypti em relação ao total de imóveis que foram vistoriados pelos agentes de combate a endemias (ACE).

Monitoramento

O Lira, realizado junto aos municípios mineiros quatro vezes ao ano, é parte da estratégia de monitoramento e controle do mosquito. Embora a Vigilância Estadual não considere apenas este levantamento para avaliar a situação epidemiológica quanto à dengue, chikungunya e zika, os dados apresentados pelo documento podem ser considerados como um indicativo de alerta para locais com possibilidade mais acentuada de aumento no número de casos dessas arboviroses.

Como destaca a coordenadora da Vigilância Estadual das Arboviroses da SES-MG, Danielle Capistrano, a partir dos resultados do Lira, cada município pode otimizar e direcionar as ações de controle do vetor, delimitar as áreas de maior risco, avaliar as metodologias aplicadas no controle do mosquito e contribuir para as atividades de comunicação e mobilização, por meio da ampla divulgação dos resultados dos índices.

 “Em casos de municípios mais críticos, existe, ainda, o apoio da Força Estadual em todos os eixos envolvidos, como assistência, laboratório, controle do vetor, comunicação e mobilização, vigilância epidemiológica e gestão”, salienta a coordenadora.

Leia Também:  Ao vivo: Governo de Minas apresenta ações de Segurança, Saúde e Cultura para o Carnaval da Liberdade

Recipientes infestados 

O Lira possibilita identificar também onde o mosquito está procriando, por meio do Índice por Tipo de Recipiente (ITR), que indica o percentual de cada recipiente encontrado com larvas de Aedes aegypti nos imóveis em relação a todos os recipientes encontrados infestados durante as visitas dos agentes de combates a endemias dos municípios.

Em janeiro, a maioria (30,8%) dos recipientes infestados em Minas Gerais foram os depósitos móveis, como vasos ou frascos, pratos, bebedouros e materiais em depósitos de construção; seguidos dos depósitos passíveis de remoção/proteção, como lixo, sucata e entulho (23,8%); e dos depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (15,8%), como tonel, tambor, barril e filtro. 

Os tipos de depósitos de água menos infestados pelo mosquito foram os pneus e outros materiais rodantes (9,9%), os depósitos fixos, como tanques em obras, calhas, lajes, piscinas e ralos (8,1%); os depósitos de água elevados ligados a sistema de captação (7,1%), como caixa d´água e tambor; e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e rochas (4,5%).

“É importante ressaltar que este perfil de recipientes mais infestados em janeiro de 2023 é muito semelhante ao encontrado no mesmo período do ano passado”, afirma Danielle. “O ITR é mais um indicador que propicia o redirecionamento e a intensificação de algumas intervenções mais específicas de controle vetorial ou, ainda, a alteração de certas estratégias de controle já adotadas pelos municípios, melhorando o aproveitamento dos recursos humanos e dos recursos materiais, como o uso otimizado dos inseticidas”, explica Danielle.

Ação nos domicílios 

Gisele Pena, supervisora de campo no controle de zoonoses, em Santa Luzia, explica que o trabalho dos ACE consiste em visitas domiciliares periódicas, com atuação em três frentes: conscientização; vistorias em áreas externas e eliminação de focos; e educação e saúde. “Nessas visitas, identificamos os criadouros e mostramos para as famílias a importância de eliminá-los no tempo oportuno, pois no período chuvoso a proliferação do mosquito é mais rápida. Mas o nosso principal desafio ainda é conscientizar a população”, afirma.

Segundo Maxsuel Oliveira, agente de combate a endemias, a melhor forma de combater o mosquito é evitar que ele se prolifere. “O ciclo de vida do mosquito começa a partir do momento em que ele tem acesso a um recipiente em que possa botar os ovos. Esses ovos viram larvas, depois pupas e então mosquitos. Num intervalo de 35 a 45 dias, o mosquito fêmea do Aedes aegypti é capaz de transmitir a dengue para cerca de 90 pessoas. Em cada ciclo, é possível botar até 500 ovos, então são 500 novos mosquitos naquele local”, explica.

Leia Também:  Governo de Minas avança na construção de políticas públicas LGBTQIA+

“Por isso é muito importante que qualquer recipiente que acumule água seja descartado e que os moradores sempre verifiquem o quintal para eliminar qualquer coisa que esteja parando água, seja um pratinho, um copinho ou uma tampinha e também as calhas que podem encher com as chuvas ou entupir de folhas. Enfim, nos quintais há muitas coisas que não são percebidas diariamente e onde o mosquito consegue se reproduzir”, alerta o agente. 

“Outra medida essencial é a manutenção regular das caixas d’água, num período de até seis meses. Também é importante verificar as plantas que acumulam águas em suas folhas”, complementa Oliveira.

Ações contínuas

O Aedes aegypti circula durante todo o ano e seu monitoramento e controle ocorrem de forma contínua no estado de Minas Gerais, com intensificação das estratégias de combate no período sazonal das arboviroses, quando aumentam o calor e as chuvas.

Entre as ações da Secretaria de Estado de Saúde, destacam-se o monitoramento semanal de casos, a elaboração de boletim epidemiológico e o planejamento de solicitação de inseticida junto ao Ministério da Saúde para o envio aos municípios, além de reuniões semanais com as Unidades Regionais de Saúde para discutir e orientar sobre as medidas de prevenção e controle dessas doenças.

Cenário epidemiológico atual 

Até 27/2 deste ano, Minas Gerais registrou 50.101 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 13.802 casos foram confirmados para a doença. Há quatro óbitos confirmados por dengue no estado e 21 óbitos em investigação.

Em relação à febre chikungunya, foram registrados 18.371 casos prováveis da doença, dos quais 4.536 foram confirmados. Até o momento, não há nenhum óbito confirmado por chikungunya em Minas Gerais e um está em investigação.

Quanto ao vírus zika, até o momento foram registrados 72 casos prováveis. Há um caso confirmado para a doença e não há óbitos por zika em Minas Gerais, até o momento.

Os dados estão disponíveis no Boletim Epidemiológico de Arboviroses Urbanas.

Para mais informações, acesse: www.saude.mg.gov.br/aedes.

Fonte: Agência Minas

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

GERAL

José Santana, presidente de honra do PL, alerta: “A violência no Rio é um retrato do Brasil”

Publicados

em

O presidente de honra do Partido Liberal (PL), José Santana de Vasconcelos, um dos nomes mais experientes da política mineira e com dez mandatos em sua trajetória, se manifestou sobre a crise de violência que o Rio de Janeiro enfrenta. Em conversa recente com um amigo jornalista, Santana revelou profunda preocupação com a escalada da criminalidade e afirmou que o problema ultrapassa as fronteiras do estado.

“A violência no Rio é uma violência nacional. Não dá para separar o Rio do restante do Brasil”, declarou o deputado, ressaltando que a insegurança é hoje um dos maiores desafios do país.

Para José Santana, a discussão sobre segurança pública deve estar acima de ideologias políticas.

“Independentemente de votar à direita ou à esquerda, todo cidadão de bem quer viver em paz. A segurança é uma convergência nacional”, afirmou.

Modelos de referência: Goiás e Santa Catarina

O parlamentar destacou que alguns estados brasileiros têm mostrado caminhos possíveis, citando como exemplo Goiás, sob a liderança do governador Ronaldo Caiado, e Santa Catarina, ambos reconhecidos por resultados expressivos na redução da criminalidade e gestões eficientes nas forças de segurança.

Leia Também:  Minas Business Connection já está disponível para cadastro de empresas e geração de negócios    

Segundo Santana, as experiências desses estados mostram que é possível enfrentar o crime com planejamento, investimento em inteligência e valorização dos profissionais da segurança pública.

Crítica ao governo federal e à inversão de valores

José Santana também fez um duro questionamento às recentes declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que traficantes seriam “vítimas de usuários”.

“É um absurdo. Nós precisamos de bom senso e equilíbrio. O Brasil não pode continuar sendo enganado com narrativas que invertem valores. Cidadãos de bem estão morrendo, enquanto o Estado é manipulado por discursos que protegem criminosos”, criticou o presidente de honra do PL.

Santana reforçou que a grande maioria dos policiais é formada por homens e mulheres honestos, que colocam a vida em risco todos os dias, e que não se pode permitir que “minorias criminosas” dentro das corporações manchem a imagem da categoria.

Confiança no PL e esperança de mudança

O líder mineiro disse estar confiante na força do PL para 2026, elogiando a condução do partido em âmbito nacional e estadual.

Leia Também:  Governo de Minas avança na construção de políticas públicas LGBTQIA+

“O PL hoje tem um dos homens mais sérios e que cumpre 100% da sua palavra, que é o Valdemar da Costa Neto. Ele vem conduzindo o partido com firmeza e responsabilidade em todo o país”, afirmou.

José Santana também reconheceu o trabalho do deputado federal Domingos Sávio, presidente estadual do PL em Minas Gerais, pela forma como vem conduzindo o partido e defendendo valores de ordem, respeito e justiça social.

Encerrando sua fala, o experiente parlamentar deixou uma mensagem de esperança:

“O Brasil precisa reencontrar o caminho da paz e da autoridade. Segurança pública é dever do Estado e direito do cidadão. Que em 2026 possamos mudar essa história, com coragem, equilíbrio e amor ao nosso país.”

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

ALPINÓPOLIS E REGIÃO

MINAS GERAIS

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

MAIS LIDAS DA SEMANA