Domingo, 6 de Abril de 2025

Minas Gerais

Projeto pretende aproximar o ensino das escolas rurais à realidade do campo

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Projeto de MBA desenvolvido pelo técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), do município de Coronel Fabriciano, na região Central do estado, pretende aproximar o ensino das escolas rurais à realidade do campo.

A autoria é do zootecnista Manoel Simões de Barros, que fez pós-graduação em ESG, sigla que vem do inglês Environmental, Social e Governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.

O termo ESG surgiu em 2004, em publicação do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o Banco Mundial. O objetivo é incentivar o engajamento de empresas e organizações para buscar formas de minimizar seus impactos no meio ambiente, construir um mundo mais justo e responsável para as pessoas em seu entorno, além de manter os melhores processos de administração.

Durante o curso de especialização, o técnico da Emater-MG teve a iniciativa de transportar os pilares do ESG para a realidade onde vive e trabalha. Como ex-agricultor familiar e extensionista da empresa, ele convive diariamente com a dificuldade de vários produtores rurais em absorver algumas informações e tecnologias, por não terem tido a oportunidade de aprendizado nas escolas.

“São coisas simples, como somas matemáticas, cálculo percentual, regra de três, que poderiam ajudá-los na governança de sua atividade agropecuária. Quando este agricultor não tem este conhecimento, geralmente a produtividade tende a cair, e ele está sempre no vermelho”, explica Manoel de Barros.

Aprendizado

A solução encontrada pelo técnico está justamente nas salas de aula das escolas rurais. “O que eu não consigo com os agricultores, consigo com as crianças das escolas. Elas já contam com a infraestrutura, com os professores, com o material didático. Tudo já está lá. O aluno não tem só que absorver conhecimento, mas também participar da geração deste conhecimento. A gente espera que as escolas se tornem centro de formação comunitária, de recursos humanos e, claro, de geração de conhecimento. As crianças podem se tornar autogestoras do seu desenvolvimento”, afirma.

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O extensionista explica que a ideia é levar a tecnologia com mais eficiência para o meio rural, por intermédio da educação escolar. “Queremos uma criança que leve até os pais o conhecimento que adquiriu na escola, para auxiliar nos cálculos de produção de produtividade, por exemplo”.

Conselho e meio ambiente

O extensionista da Emater-MG uniu teorias da especialização em ESG a um projeto que executa na Escola Municipal Maria da Conceição Ataíde, com aproximadamente 200 estudantes, desde 2021. O trabalho foi apresentado como case de sucesso do curso de MBA.

Manoel de Barros conta que o seu projeto está sendo aplicado de forma mais intensa com estudantes do quinto ao nono ano. Uma das ações foi a realização de uma gincana com atividades que envolviam a área da agricultura, do turismo, do saneamento e da matemática, entre outras.

Também foi criado um Conselho Escolar, que conta com alunos e membros do governo municipal, além da Emater-MG. Os estudantes formam maioria no conselho.

“Os alunos têm a oportunidade de decidir com a gente o que vai ser feito no programa escolar. É muito interessante ver crianças de 10 ou 11 anos se posicionando, tendo a liberdade, a autoconfiança de debater com o diretor da escola. Queremos este envolvimento, que eles possam se manifestar”, explica o extensionista.

O trabalho também dá ênfase à questão ambiental. O técnico da Emater-MG lembra que é preciso trabalhar com as crianças de acordo com o espaço onde vivem.

“Elas sabem muito sobre os rios que cortam o país, mas não sabem sobre o córrego que corre atrás da escola. Sem o conhecimento do local onde vivem, não tem como mudar a realidade”, alerta.

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Ele conta que graças ao projeto desenvolvido na escola, os alunos recebem informação e discutem sobre a bacia hidrográfica da região e sobre as comunidades locais. Também houve a criação de minhocário e realizados plantios de árvores frutíferas na escola e nas residências, para aumentar o vínculo entre esses dois ambientes frequentados pelos alunos.

Livro

O projeto desenvolvido pelo técnico da Emater-MG no curso de especialização ganhou destaque nas faculdades Exame e Ibmec, instituições que promovem MBA em ESG. Manoel de Barros foi um dos quatro profissionais selecionados, entre todos os alunos do curso de especialização do país, para apresentar o case de sucesso na Revista Virtual da Exame, do mês de julho.

Ele também faz parte de um grupo de 20 alunos que se juntaram para escrever um livro sobre ESG, em diversas áreas profissionais. O profissional da Emater-MG ficará responsável por redigir o capítulo “A Governança ESG na Agricultura Familiar”.

Pacto Global e a Emater

Em 2022, a Emater-MG foi a primeira empresa pública de assistência técnica e extensão rural do Brasil a aderir ao Pacto Global, criado pela ONU.

A adesão ao Pacto Global permitirá à Emater ampliar as relações institucionais, permitindo a troca de experiências, além da identificação de novos modelos de governança e oportunidades para a empresa. Ela também poderá participar de capacitações promovidas pela ONU em temas ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A estatal que já possui alguns programas que se enquadram aos ODS, dentro do conceito ESG, como a geração de energia limpa e renovável em suas unidades, transparência e anticorrupção, segurança alimentar e hídrica no campo, Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), entre outras ações.

Fonte: Agência Minas

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Marcelo Morais quer disputar presidência da AMM

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O prefeito de São Sebastião do Paraíso, Marcelo Morais (PSD), sacudiu o cenário político ao anunciar, nesta semana, que está articulando sua candidatura à presidência da Associação Mineira de Municípios (AMM). A declaração veio após um grupo de prefeitos do sudoeste de Minas Gerais manifestar indignação com a constante falta de atenção dada à região nas decisões e composições

Para Morais, essa iniciativa marca um passo decisivo rumo ao protagonismo das associações AMEG, AMOG e ALAGO no contexto estadual, representando 66 municípios e mais de 1,4 milhão de habitantes. “Chega de sermos ignorados pelo Estado quando o assunto é representatividade, seja na AMM, na CNM, no SAMU ou em qualquer outro espaço estratégico. Nossa região não pode mais ficar à margem das decisões que impactam diretamente nossas cidades”, destacou com firmeza.

O posicionamento firme de Marcelo Morais ecoa entre os prefeitos do sudoeste mineiro, que já iniciou as estratégias articuladas para fortalecer a representatividade da região nas eleições da Associação Mineira de Municípios (AMM), previstas para março deste ano.

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