Minas Gerais
Rotina de exercícios físicos aumenta a qualidade de vida de pessoas com HIV
O Dia Mundial de Combate à Aids – comemorado internacionalmente nesta quinta-feira (1/12) – mobiliza e conscientiza as pessoas sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida e a luta contra o estigma relacionado à doença.
Segundo dados da Joint United Nations Programme on HIV and Aids (Unaids), em 2021, cerca de 38 milhões de pessoas no mundo viviam com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que é o vírus causador da Aids. Ainda segundo a Unaids, essas pessoas, em maioria, são diagnosticadas e fazem uso da terapia antirretroviral, que é o principal método de tratamento ao HIV.
Apesar de ser um tratamento eficaz, há preocupações em relação às alterações metabólicas causadas pela terapia. Além disso, a perda da massa e da força muscular são características do avanço do HIV, tornando o exercício físico um aliado na luta contra a doença. Segundo o professor Edmar Lacerda Mendes, docente do Departamento de Ciências do Esporte da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), que coordena pesquisas e projetos sobre o impacto do exercício físico no combate ao HIV, há evidências de que a prática de um programa de exercício resistido pode ajudar a conter os efeitos colaterais da terapia antirretroviral e sintomas causados pelo vírus, como a inflamação sistêmica e a dislipidemia.
Impacto do exercício físico
Em uma pesquisa realizada em 2016, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Minas Gerais (Fapemig), cem pacientes entre 18 e 50 anos diagnosticados com HIV foram submetidos a avaliações antropométricas, bioquímicas, de qualidade de vida e força muscular. Segundo Edmar Mendes, coordenador da pesquisa, foi observado uma melhora nos perfis lipídico, antropométrico e imunológico desses indivíduos. “Para essas pessoas, essas melhoras tiveram impacto significativo em suas rotinas, porque se você melhora a sua força muscular, você consegue realizar melhor as suas atividades diárias”, explicou o professor.
No mesmo estudo, também foi observada uma redução nas porcentagens de gordura corporal e massa corporal e nos níveis de colesterol total, triglicerídeos e proteína C-reativa, índices especialmente importantes para a população soropositiva na prevenção da sarcopenia, condição comum entre pessoas diagnosticados com HIV e que pode comprometer o desempenho físico desses indivíduos.
Segundo Edmar Mendes, outra patologia comum entre indivíduos que vivem com HIV é a lipodistrofia, “onde a gordura da face e outros membros são redistribuídos para a região visceral”. Segundo o professor, “o exercício foi capaz de reduzir, ou pelo menos retardar, essa gordura visceral, que está associada à resistência à insulina, diabetes e hipertensão. Essa mudança é significativa pois contribui para uma melhora na qualidade de vida dessas pessoas e contra a estigmatização, visto que a lipodistrofia é comumente associada ao HIV e à Aids”.
Continuidade do projeto
Desde 2017, o professor Edmar Mendes é coordenador do projeto VIDA+, que acompanha mensalmente pessoas infectadas pelo HIV na prática de exercícios físicos através do Setor de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da UFTM, em Uberaba (MG). Apesar de ter sido parcialmente paralisado na pandemia, Mendes já prepara a retomada total do projeto em 2023.
“Desde o início das pesquisas, nós já atendemos mais de 500 pessoas que vivem com o HIV. Para além das alterações corporais, essas pessoas conseguiram melhorar a sua qualidade de vida e a sua autoestima, o que é muito gratificante para nós professores e pesquisadores envolvidos nos projetos. É essencial que existam mais recursos disponíveis para programas voltados à comunidade soropositiva”, concluiu o professor.
Foto: Imagem de Daniel Reche por Pixabay
Fonte: Agência Minas
Minas Gerais
Terror em obras que vão atender a Heineken: Vigilante é executado no trabalho!
Na noite da última sexta-feira (15), um crime bárbaro marcou a região próxima ao km 348 da MG-050, em Passos, Minas Gerais. O vigilante Róbson Daniel Ferreira Silvério, de 49 anos, estava trabalhando e foi morto com vários tiros, o delito aconteceu por volta das 23 horas, na base temporária da Renea Engenharia, empresa que executa obras de asfaltamento na rodovia que liga a MG-050 à estrada Passos/São João Batista do Glória. A estrada dará acesso ao futuro complexo industrial da cervejaria Heineken.
O corpo de Róbson foi encontrado na manhã seguinte (16) por um colega de trabalho que chegava para o turno. A vítima apresentava quatro ferimentos causados por disparos de arma de fogo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou o óbito no local. Em seguida, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de exames.
Além do homicídio, foi constatado o roubo do veículo da vítima, uma FIAT/Strada Working, de placa PVQ-4707. A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta para um caso de latrocínio — roubo seguido de morte.
As obras realizadas pela Renea Engenharia fazem parte da infraestrutura planejada para receber a nova unidade da cervejaria, um projeto que promete impulsionar a economia da região, mas que também alerta sobre a exposta vulnerabilidade dos trabalhadores.
A empresa responsável pelas obras ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. A Polícia Civil informou que instaurou um Inquérito Policial e trabalha para identificar os responsáveis pelo crime, solicitando que informações relevantes sejam repassadas anonimamente pelos canais oficiais de denúncia.
O caso segue em investigação.