Tribunal de Contas
Fiscalização Ordenada é destaque em auditorias na educação ao longo de 2023
O programa “Fiscalização Ordenada”, desenvolvido a partir de março deste ano pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), com o objetivo de analisar a infraestrutura das instituições de ensino em todo o estado, foi destaque nas ações de fiscalização da educação pública ao longo de 2023.
A Fiscalização Ordenada Nacional é um projeto desenvolvido pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), em parceria com todas as cortes de contas do país.
Em Minas Gerais, 34 escolas públicas foram visitadas por auditores do TCE, que elaboraram um extenso relatório, com mais de 130 páginas, apontando os principais problemas detectados ao longo das fiscalizações. Ao final do trabalho, o TCE mineiro apontou que 45% das escolas visitadas não possuem câmeras de segurança, 70% não possuem vigilância particular ou ronda escolar e 90% não possuem botão do pânico ou solução similar.
Dentre os itens fiscalizados, o relatório aponta ainda que cerca de 80% das escolas estão sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), 90% sem hidrante e 60% sem extintor. Das 40% que mantêm os extintores, 40% possuem equipamento fora do prazo de validade.
Para a execução da fiscalização, O TCE enviou 12 auditores para os 20 municípios mineiros de maneira simultânea e instalou uma sala de comando e controle operando em tempo real durante três dias. Ao todo, foram avaliados cerca de 200 quesitos em cada escola visitada. Outros problemas identificados mostram que aproximadamente 75% dos banheiros estão com inadequações, sendo as mais comuns: falta de papel higiênico, papel toalha e sabão.
Fiscalização do Fundeb é prioridade no TCEMG
Contribuir para a legalidade do repasse, contabilização e aplicação dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Este é o objetivo de uma fiscalização iniciada pelo TCE mineiro em julho de 2023 e que ainda está em andamento.
A fiscalização é realizada por meio do Sistema Informatizado de Auditoria de Programas de Educação (Sinapse), conforme Plano de Trabalho a ser assinado junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).
A fiscalização do TCEMG analisa pontos como a inadequação da formação dos professores, servidor falecido recebendo com recursos do Fundeb, créditos estranhos ao Fundeb realizados na conta única e titularidade indevida da conta específica vinculada ao Fundeb.
Felipe Jácome/Coordenadoria de Jornalismo e Redação
Fonte: Tribunal de Contas de MG
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.
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